São Paulo – A Lecar, do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis, anunciou que está interessada na fábrica que foi da Ford em Camaçari, BA, até 2021. O local foi adquirido pelo governo do Estado da Bahia que, no ano passado, o repassou à BYD, que promete investir R$ 3 bilhões para produzir carros elétricos e híbridos, ônibus e caminhões elétricos e processar lítio e ferro fosfato. A BYD, inclusive, programou para a semana que vem o início das obras civis.
Segundo comunicado divulgado pela Lecar a empresa, como a BYD, manifestou interesse pela área respondendo a chamamento público da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia. O aviso foi publicado em 30 de janeiro de 2024 e dá trinta dias para que eventuais terceiros manifestassem seu interesse ou apresentasse impedimentos legais para o repasse à BYD.
Em janeiro Assis afirmou à Agência AutoData que teria fábrica em Caxias do Sul, RS, para produzir o Lecar Model 459. Em Camaçari a intenção seria produzir um segundo veículo, elétrico, com preço final de até R$ 100 mil e autonomia de 300 quilômetros.
O empresário esteve no local recentemente: “Trata-se de uma área nobre, a apenas 25 quilômetros de Salvador, a 35 minutos do aeroporto, em um polo industrial maduro e desenvolvido com vários fornecedores automobilísticos. Todos os equipamentos estão em ótimo estado de conservação. Os maquinários agilizarão a produção dos carros elétricos brasileiros”.
Dentre o pacote de ativos citado por Assis estão prensas, equipamentos de solda, montagem de bancos, painel, instalações e colagens de vidros e célula robotizada de montagem e instalação de teto solar.
“A Ford é pioneira em tecnologia e trouxe para Camaçari o que existe de melhor no mundo para fabricar os seus carros. Queremos ter o privilégio de usar essas máquinas na fabricação de carros elétricos 100% brasileiros.”
Em nota o governo da Bahia afirmou, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que orientou a Lecar sobre como proceder ao seu interesse na área da antiga Ford, “de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso”.
Nota do Editor: A reportagem foi atualizada em 29/02/2024 com o posicionamento do governo da Bahia.