Enquanto que na média do mercado 40% dos caminhões possuíam motorização anterior, porcentual da montadora, que possuía estoque menor, foi de 28%
São Paulo – Dos caminhões vendidos pela Volvo ao longo do ano passado 28% foram Euro 5 enquanto que, na média do mercado de semipesados e pesados, acima de 16 toneladas, este porcentual foi a 40%. Foi o que afirmou Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões no Brasil, durante evento para a divulgação de resultados e perspectivas da companhia.
“Tínhamos planejado em torno de 30%, que foi o que aconteceu na virada do Euro 3 para Euro 5”, contou Cavalcanti. “Concorrentes fizeram estoque e continuaram faturando para concessionários até março, e vimos emplacamentos de caminhões Euro 5 até dezembro.”
Segundo o executivo, na transição anterior a empresa também ficara abaixo da média do mercado. No início de 2023, lembrou, a Volvo caiu para terceiro lugar no ranking acima de 16 toneladas por dispor de estoque menor de Euro 5 mas, no final do primeiro semestre, foi retomada a liderança conforme a aceitação do Euro 6 foi aumentando.
O market share da marca diminuiu de 24,6% para 23,9% no ano passado mas Cavalcanti garantiu que, se fossem consideradas apenas as vendas de Euro 6, esta participação de mercado teria sido de 27%, porque no segmento de semi-pesados 60% das vendas foram de Euro 5. Se fossem considerados apenas os caminhões pesados esta fatia subiria para 30,7%.
O diretor ponderou que as vendas de Euro 6 demoraram um pouco mais para emplacar também pela postura dos frotistas, que no início do ano passado não faziam questão da nova motorização apesar da promessa de redução no consumo de combustível de 8% a 12%, dependendo da aplicação, no caso dos veículos Volvo.
“Eles diziam: trabalhamos com o Euro 5, não precisa de Euro 6. E o frete continua o mesmo. Houve uma dificuldade de aceitação inicial com o aumento de 20% nos preços.”
Desde o fim do ano passado, porém, a situação começou a mudar e os frotistas, que conforme Cavalcanti parecem sentir que as consultas sobre fretes estão aumentando, querem sair na frente para garantir renovação de frota:
“Frotista é aquele cara que conhece, que sente a vibração do mercado, aquele tubarão que sente o cheiro de sangue e morde. Neste sentido já estamos com entregas programadas ao longo do ano: só para frotistas temos 5 mil caminhões para entregar.”
Outro fator de otimismo é calcado na redução do tempo de renovação de frota que, segundo ele, vem diminuindo. Se no passado demorava em média cinco anos hoje demora de dois a três anos.
Diante da maior dinâmica do mercado os clientes passaram a optar por cores mais vivas nas cabinas, deixando para trás a opção por tons básicos: “Eles perceberam que na hora de revender o caminhão as cores diferentes valem mais e têm maior liquidez”.
Cana-de-açúcar puxa aluguel de caminhões
O primeiro ano da operação da locação de veículos da Volvo foi completado em novembro e sob o conceito de caminhão como serviço foram alugados 850 ativos, contou Carlos Ribeiro, presidente da Volvo Financial Services.
De acordo com Ribeiro o setor canavieiro foi o que adotou rapidamente a modalidade e tem puxado o segmento de locação.