Unidade em Cariacica dobrará de tamanho até o final do ano. Empresa disse ter tido problemas logísticos que geraram reclamação de consumidores.
Cariacica, ES – A BYD tem planos de dobrar o tamanho do seu centro de distribuição de peças em Cariacica, ES, mantido em parceria com a empresa de logística GDL. As obras se iniciam na segunda quinzena de março para que os 5 mil m² de área construída se expandam para 10 mil m² até o fim do ano. O investimento, cujo valor não foi revelado, será todo da BYD.
O centro dispõe de capacidade de armazenagem para 370 mil a 400 mil peças, dependendo do tamanho dos componentes. Após as obras passará para mais de 700 mil. O movimento ocorre no momento em que clientes da BYD reclamam do atendimento pós-vendas: os relatos apontam para demora acima do esperado para a substituição de peças básicas como pneus, tampa do porta-malas, capô e pára-choques.
Wagner Carrieri, gerente de pós-vendas da empresa, disse que não houve falta de peças, mas um gargalo na distribuição para a rede no País: “Nosso centro de distribuição estava enviando duzentas peças por dia. Com o grande crescimento das vendas elevamos para seiscentas peças por dia, o que gerou alguns gargalos logísticos. Mas já estão normalizados”.
O recebimento de peças da China também aumentou: está em torno de 3 mil a 4 mil unidades/dia, e o quadro de funcionários em Cariacica subiu para cinquenta pessoas. Até o fim do ano a expectativa é de chegar a 150, conforme a demanda de pós-vendas aumentar, acompanhando o ritmo elevado de vendas projetado para 2024.
Negociações estão em andamento com fornecedores locais para uma possível antecipação de nacionalização de alguns componentes antes do início da produção em Camaçari, BA. Mas segundo Carrieri o mais provável é que os componentes nacionais comecem a ser produzidos junto com a operação da unidade.
Prazo de entrega
Hoje, quando o concessionário envia o pedido, a BYD diz precisar de três dias para liberar o componente. Para chegar até a rede o prazo médio é de cinco a sete dias, podendo variar para mais ou para menos dependendo da região. Cerca de 93% de todas as peças que o pós-vendas demanda estão estocadas em Cariacica, incluindo baterias. Em casos emergenciais a operação do Brasil encomenda à matriz, que envia o componente de avião, levando cerca de dez dias para chegar ao País.
No centro de distribuição também é feita a tropicalização dos modelos, que recebem a marcação de chassi, etiquetas em português, tapetes, e até a mudança de nome do Tan, que chega ao País com o nome Tang, como é vendido no Exterior. Toda a parte elétrica e eletrônica do veículo, assim como pormenores da carroceria, são checados antes de o modelo ser liberado para a rede concessionária.
Mercado
A maior capacidade de atendimento de pós-vendas é necessária para dar suporte às vendas da companhia no Brasil, que em 2024 pretende comercializar de 50 mil a 100 mil unidades. O ritmo dependerá do desempenho de alguns modelos, como o Dolphin Mini, que chegou para ser o carro-chefe da BYD no País. Para atingir este volume a rede também está em fase de crescimento:
“Hoje temos 57 lojas em operação mas chegaremos a cem unidades até o fim de junho. Temos uma série de inaugurações programadas para os próximos meses”.
Até dezembro a projeção é de 150 concessionárias em operação, com mais de duzentas nomeações.
A expansão das vendas também terá o impulso de outros lançamentos programados para o segundo semestre, de acordo com Carrieri, assim como pelo Dolphin Mini, que acabou de chegar ao País e deverá registrar emplacamentos em torno de 4 mil unidades/mês. Tudo isto faz parte do plano de longo prazo da BYD, que pretende estar no Top 5 do ranking de vendas até o fim da década.