Intenção da fabricante é iniciar testes em campo no Brasil até o fim do ano
São Paulo – Um dos principais destaques da John Deere em seu estande na Agrishow, feira dedicada ao agronegócio que abre as portas em 28 de abril, em Ribeirão Preto, SP, será o seu conceito de motor a etanol. Conceito porque ainda não está comercialmente disponível e sequer foi testado em campo no Brasil, apenas em bancadas. A ideia é que nos próximos meses alguns tratores comecem a rodar equipados com o novo motor em clientes brasileiros a fim de que sejam feitos os últimos testes.
A expectativa é otimista, segundo Rodrigo Bonato, diretor de marketing para a América Latina. Como boa parte dos clientes John Deere produzem cana-de-açúcar ou milho oferecer a opção a etanol pode significar economia na operação, pois o combustível pode ser produzido internamente.
“Se tudo der certo nos testes em campo o motor estará disponível nos próximos anos. É um desenvolvimento global, foi apresentado no fim do ano passado na Alemanha e a John Deere mira também os mercados europeu e dos Estados Unidos. Mas sabemos que o etanol aqui no Brasil está mais consolidado e cria mais oportunidades.”
O motor adaptado foi o mais usado em máquinas John Deere vendidas no Brasil, o de 9 litros. O bloco é o mesmo do diesel, mas cabeçote e pistões foram modificados e um sistema de injeção direta instalado. Engenheiros brasileiros apoiam a iniciativa, que tem seu desenvolvimento feito lá fora.
Até porque a John Deere ainda investe no seu centro de desenvolvimento no Brasil. Anunciado em novembro será instalado em Indaiatuba, SP, mesma cidade onde a companhia mantém uma fábrica de máquinas de construção, mas em outro local. Um terreno de 500 mil m² já recebe as obras, que têm prazo de finalização previsto para o fim do ano.
Os investimentos somam R$ 180 milhões e cerca de 150 pessoas trabalharão no local. É o primeiro da John Deere no Hemisfério Sul – a companhia mantém centros de engenharia nos Estados Unidos e na Alemanha.
Na semana que vem a empresa anuncia novos investimentos em Catalão, GO, onde ampliará a localização da produção de pulverizadores e colheitadeiras de cana, introduzirá novos produtos e agregará mais tecnologia. O valor permanece em aberto, segundo Bonato, que afirmou que nos últimos dez anos US$ 550 milhões foram investidos no mercado brasileiro.