Operação da marca chinesa parceira da Stellantis tem dois modelos eletrificados confirmados para sua chegada ao Brasil
Hangzhou, China — Enquanto prepara o início das suas operações no Brasil, previsto para o segundo semestre, a Leapmotor confirmou o B10, segundo modelo que chegará ao mercado, e mostrou toda a tecnologia envolvida em seus produtos. Fernando Varela, vice-presidente da Leapmotor e de importação da Stellantis para a America do Sul, esconde o jogo sobre a data exata para o início das operações, até porque seus 34 concessionários estarão na China nos próximos dias para conhecer os dois modelos:
“Teremos o C10, um SUV um pouco maior, e o B10 ainda este ano. Mas nos próximos 24 meses serão quatro modelos no portfólio Leapmotor no Brasil”.
A joint-venture com 51% de participação da Stellantis e 49% da Leapmotor tem como foco inicial a operação internacional de comercialização dos produtos chineses, que já se iniciou na Europa e em breve se expande para a América Latina. Além do Brasil Fernando Varela tem o desafio de “posicionar uma marca que ninguém conhece e criar uma personalidade” também no Chile. Os dois SUVs, C10 e B10, serão importados da China.
Para o executivo a vantagem do conhecimento e da liderança da Stellantis na região será importante para reforçar a credibilidade junto ao consumidor de uma marca com pouco mais de dez anos. Há um ano e meio os trabalhos de homologação e adaptação de produto, desenvolvimento da logística e “uma infinidade de outras coisas” fazem parte do dia a dia de Varela e sua equipe.
O pós-venda é algo que tem sido prioridade neste momento de preparação e a expertise das marcas da Stellantis tem apontado os caminhos de como a Leapmotor se apresentará ao mercado porque “é uma das principais alavancas do sucesso de uma marca e muito importante para o consumidor”.
B10 tecnológico
Durante a visita ao complexo da Leapmotor em Hangzhou, uma cidade que abriga várias empresas de tecnologia, considerada um dos vales do silício na China, foram demonstrados todos os sistemas e peças do B10, o mais novo SUV da marca.
Ele é construído numa arquitetura chamada 3.5 que privilegia o posionamento da bateria no chassi para depois distribuir todos os sistemas em posições específicas para facilitar a eficiência da montagem. Desta forma possui alto grau de integração eletrônica, com diferentes sistemas como controle de bateria, motor, ADAS gerenciados em uma só central, dotada de um poderoso chip Snapdragon 8155 da Qualcomm.
B10 chegará ainda em 2025
Observando as peças isoladas dessas tecnologias, os conjuntos de baterias e a arquitetura do B10 com uma demonstração de como se distribui o gerenciamento eletrônico e o controle de todos os outros sistemas, como o do motor elétrico, percebe-se a qualidade e a eficiência desses componentes feitos na China alcançou padrões globais e em muitos casos superou o que a indústria tradicional produz.
O gerenciamento e configuração dos canhões de luz na dianteira e traseira ao gosto do freguês é um exemplo. O tamanho dos sensores e suas multifunções, à primeira vista, apresentam um futuro em que chineses podem definir novos padrões para a indústria automotiva.
O B10 terá um motor elétrico de 60 kW ou 280 cv e provavelmente oferecerá as duas opções de bateria: de 56,2 kWh, com autonomia de 380 quilômetros no padrão europeu ou de 67,1 kWh e autonomia de 460 quilômetros.
A Leapmotor também tem em seu portfólio tecnologia de extensão da autonomia por meio de um motor a combustão de 1.5 litro e tanque de 50 litros de gasolina para alimentar a bateria.
Estreia será com o C10
Esta opção foi demonstrada no SUV maior, o C10. Sem confirmar os passos que dará nos próximos meses Varela diz “não descartamos qualquer tecnologia que tenha valor para o consumidor brasileiro e a velocidade para essas novidades chegarem ao Brasil é a que estamos nos acostumando a ver na China”.