São Paulo – Passado o susto com as fortes chuvas que destruíram parte da fábrica de motores em Porto Feliz, SP, na segunda-feira, 22, e após a constatação de que a produção deverá ficar suspensa até o início do ano que vem, a Toyota afirmou considerar a possibilidade de importar motores.
“Em uma primeira análise a retomada da fábrica de motores deverá levar meses e, considerando esta situação, a empresa está buscando alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da Toyota em outros países, com o objetivo de retomar a produção de veículos nas plantas de Sorocaba e Indaiatuba [SP]”, informou a montadora, em nota.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares, afirmou que, dentro desta intenção da companhia de encontrar maneiras de minimizar esta parada, é considerado, por exemplo, trazer motores da Tailândia: “O que dificulta um pouco o processo é que o único motor híbrido flex que a Toyota produz no mundo está no Brasil. Então não é algo tão simples, requer modificação e adaptação de outra unidade para produzir esses motores, mas a empresa está estudando as possibilidades”.
Outra opção, cogitou Manoel Neres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, que abrange Porto Feliz, seria tentar recuperar uma linha de montagem e aproveitar a cadeia de fornecedores que poderia dar conta das atividades de usinagem e fundição.
“Estamos discutindo esta situação com os sistemistas que trabalham com a Toyota. Será estudada a possibilidade com clientes que reúnam as condições de fundirem o cabeçote de motor e fazer o serviço de usinagem para agilizar a retomada de uma linha de montagem.”
Enquanto isto os trabalhadores das três unidades, Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba, estão em casa com desconto no banco de horas. A partir de 1º de outubro eles entrarão em férias coletivas de vinte dias e, posteriormente, terão layoff que se estenderá de sessenta a 150 dias, ou seja, de dois a cinco meses.
Em assembleia virtual realizada na sexta-feira, 26, foi aprovada a ampliação de benefício durante o período de layoff. Anteriormente só receberia 100% do vencimento quem tivesse salário de até R$ 4,5 mil. Agora a montadora aprovou esta condição para quem recebe até R$ 10 mil, informou Soares.
A Toyota tem ainda outra questão para solucionar, além da importação de motores, que é o redirecionamento da produção que tem como destino mercados externos atendidos pelo Brasil, responsável por abastecer toda a América Latina e os Estados Unidos.
De acordo com a montadora levantamento de danos prossegue com bastante cuidado em Porto Feliz, a fim de permitir o desenvolvimento dos respectivos planos de reparo, mantendo a segurança das pessoas como a maior prioridade: “Mesmo diante deste cenário desafiador a Toyota do Brasil segue confiante na superação de todos os obstáculos para uma rápida recuperação de suas atividades de produção de motores e veículos no País.”
Como a reportagem da Agência AutoData noticiou na terça-feira, 23, o lançamento do Yaris Cross, previsto para outubro, foi adiado, ainda sem uma nova data.