Apesar da queda de 7,5% no comparativo de junho com maio, as exportações de veículos continuam registrando crescimento no ano e as perspectivas são ainda mais favoráveis para este segundo semestre. De acordo com o presidente da Anfavea, Antônio Megale, algumas montadoras enfrentaram problemas na área produtiva, o que gerou postergação de alguns embarques: “Estamos avançando em vários mercados e a renovação do acordo com a Argentina até 2020 é mais um dado positivo na área de exportação”.
A única coisa que preocupa no momento, segundo Megale, é a volatilidade do câmbio: “Isso atrapalha bastante na hora da negociação. Mas acreditamos que a equipe econômica do governo esteja atenta a tudo isso e agirá no sentido de ao menos estabilizar no novo patamar em que o dólar chegou”.
Foram embarcados em junho 43,4 mil veículos, ante os 46,9 mil de maio, totalizando 226,6 unidades exportadas no acumulado dos primeiros seis meses, o que representou crescimento de 14,2% no comparativo com o mesmo período de 2015. As vendas externas de automóveis e comerciais leves cresceram 15,4% no semestre, com total de 213,4 mil unidades este ano, enquanto as de caminhões caíram 8%, baixando para 9,4 mil.
Já as exportações de ônibus registraram o melhor desempenho por segmento no semestre – alta de 17,7%, com 3,8 mil unidades exportadas –, enquanto as de máquinas agrícolas retraíram 17,8%, com o embarque de 4,4 mil unidades no ano. No comparativo de junho com maio, no entanto, as vendas externas de máquinas agrícolas reagiram. A alta foi de 38,9%, com 997 exportadas no mês passado.
Receita em queda – Por causa do mix de exportação – máquinas agrícolas, por exemplo, são bens de maior valor –, a receita com as exportações no ano ainda registram queda em relação a 2015. De janeiro a junho foram exportados US$ 4,8 bilhões, 12,5% a menos do que a receita de US$ 5,5 bilhões do primeiro semestre de 2015.
Mas como essa queda relativa ao acumulado do ano tem sido menor a cada mês a Anfavea mantém a expectativa de que o ano será encerrado com vendas externas no valor de US$ 10,4 bilhões, com decréscimo de apenas 1% em relação aos US$ 10,5 bilhões do ano passado. Em volume de veículos a meta é crescer 21,5%, ultrapassando 500 mil unidades exportadas.
Megale voltou a elogiar a atuação dos governos brasileiro e argentino no processo de renovação do acordo bilateral entre os dois países, dizendo que o mais importante para o setor é ter regras estáveis de longo prazo: “A Argentina continua sendo nosso principal parceiro e certamente a renovação do acordo até 2020 favorecerá a atuação das nossas associadas nos dois países”.