A Iveco comemorará em 2015 o sexto ano consecutivo na liderança de vendas de caminhões na Argentina. Maior fabricante do segmento ali – além dela apenas a Mercedes-Benz monta alguns modelos naquele país –, a marca da CNH Industrial apresentou sua linha Ecoline, com caminhões equipados com motor Euro 5, obrigatórios a partir de 1o de janeiro de 2016.
Do Daily ao Stralis, agora também com opção da cabine Hi-Way no mercado argentino, todos os caminhões ganharam novos motores, já conhecidos dos brasileiros. Mas a importância da Iveco no país vizinho, onde produz caminhões há 46 anos ininterruptos, é grande.
Dos 26,5 mil caminhões estimados para serem vendidos na Argentina em 2015, cerca de um quarto será Iveco. Enquanto comemora mais um ano na liderança, o diretor comercial Sebastian Macias lembra que nem sempre foi assim.
“Historicamente nossa participação flutuava de 11% a 15% e éramos vistos como uma importadora no mercado argentino. Até 2008, quando a crise mundial eclodiu e traçamos um plano para mudar nosso perfil.”
Segundo ele a Iveco oferecia aos clientes caminhões que eles não queriam, e eles procuravam caminhões que a marca não oferecia. O primeiro passo foi corrigir essa distorção: simplificar os modelos, que traziam muitos itens que eram vistos como dispensáveis pelo consumidor argentino.
O primeiro ataque foi no segmento de 200 cavalos, que corresponde a grande parte das vendas do mercado local. O modelo oferecido não poderia ter nome mais sugestivo: Tector Attack. “Começamos a oferecer um produto de baixo custo e, por ser produzido em Córdoba, com financiamento subsidiado pelo Banco de la Nación Argentina. Hoje é nosso principal caminhão no país.”
O financiamento do Banco de la Nación é similar ao Finame oferecido pelo BNDES no Brasil. Tem taxa de 13,5%, abaixo da inflação local, com prazos de até 5 anos e cobre até 70% do preço do modelo. Só vale, porém, para modelos nacionais: e a Iveco, por produzir em Córdoba as linhas Tector, Trakker, Cursor e Stralis, acaba sendo a maior beneficiada.
Além do financiamento subsidiado os caminhões, nacionais ou importados, podem ser adquiridos pelos argentinos por meio de linhas oferecidas por bancos privados, a juros de mercado, ou por cheques pré-datados: até doze, também com juros de mercado. Segundo Guillermo Repetto, da divisão CNH Industrial Capital, 15% das vendas ocorrem por essa modalidade – curiosa para os brasileiros. 30% são financiadas por bancos privados, 20% pelo banco público e o restante adquirido à vista.
Após o sucesso do Tector, lançado no fim de 2010, a Iveco atacou o segmento de 300 cavalos, outro de grande volume na Argentina – de acordo com Macias, a geografia do país, majoritariamente plana, beneficia a demanda por esse tipo de caminhão. Hoje o Cursor é o segundo Iveco mais vendido ali, mas o diretor comercial admite que a empresa errou antes de acertar.
“Adotamos a mesma estratégia do Tector Attack e oferecemos um modelo simples. Mas o cliente deste segmento quer um caminhão com mais itens, mais completo. Foi preciso corrigir essa estratégia.”
Pouco a pouco a companhia foi crescendo e agora domina o mercado, colhe as vantagens de produzir modelos em Córdoba, que tem capacidade para 15 mil unidades por ano e projeta subir mais degraus, com fatias mais gordas de participação.
Para 2016, porém, a expectativa é por volumes menores. Não por antecipação de compras: Macias jura que na Argentina esse fenômeno pré-Euro 5 não ocorreu. Mas o preço dos modelos com a tecnologia, superiores aos da linha atual, fará com que o mercado caia de 15% a 20%, nas suas contas.
“Mas a Iveco cairá menos”, garante.
Houve um tempo, não muito distante, em que a Argentina era vista pelas montadoras como natural base de exportação para a América Latina. Investimentos foram feitos com base nessa estratégia – a Volkswagen Amarok chegou a ser mandada para a Europa, a Toyota investiu na recém-lançada nova Hilux para atender toda a região e a General Motors colocou a nova geração do Cruze na fábrica argentina para abastecer os mercados próximos, para ficar em alguns exemplos.
Os primeiros frutos já começaram a ser colhidos. De acordo com Marco Borba, vice-presidente da Iveco na América Latina, as exportações de caminhões Iveco cresceram 400% de janeiro a outubro. “Enviamos 460 unidades para quase todos os países da região. Com esse câmbio temos oportunidades para trabalhar e vejo o pessoal aceitando bem o produto brasileiro. Um bom veículo com custo competitivo abre portas.”
O Sindipeças encaminhou documento ao governo federal com posição contrária ao aumento do Imposto de Importação do aço que vem sendo analisado pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda.
A Goodyear vai elevar nos próximos meses o volume de pneus exportados para os Estados Unidos e México a partir de sua fábrica de Americana, no Interior paulista. A informação foi revelada à Agência AutoData pelo diretor presidente da operação brasileira, Henry Dumortier, durante lançamento de nova linha de pneus para veículos comerciais, em São Paulo.
Para essas duas versões, consideradas de entrada mas não menos charmosas, executivos da Citroën avaliam coisa de 30% iniciais no mix geral das cinco versões. Mas correndo o risco de chegar a 40% – se isto acontecer não apanhará nem marketing, nem vendas e nem a infraestrutura industrial da companhia de pires na mão: estão todos prontos para fazer crescer o mix de produção.