Líder em vendas, Iveco apresenta sua linha Euro 5 na Argentina

A Iveco comemorará em 2015 o sexto ano consecutivo na liderança de vendas de caminhões na Argentina. Maior fabricante do segmento ali – além dela apenas a Mercedes-Benz monta alguns modelos naquele país –, a marca da CNH Industrial apresentou sua linha Ecoline, com caminhões equipados com motor Euro 5, obrigatórios a partir de 1o de janeiro de 2016.

Do Daily ao Stralis, agora também com opção da cabine Hi-Way no mercado argentino, todos os caminhões ganharam novos motores, já conhecidos dos brasileiros. Mas a importância da Iveco no país vizinho, onde produz caminhões há 46 anos ininterruptos, é grande.

Dos 26,5 mil caminhões estimados para serem vendidos na Argentina em 2015, cerca de um quarto será Iveco. Enquanto comemora mais um ano na liderança, o diretor comercial Sebastian Macias lembra que nem sempre foi assim.

“Historicamente nossa participação flutuava de 11% a 15% e éramos vistos como uma importadora no mercado argentino. Até 2008, quando a crise mundial eclodiu e traçamos um plano para mudar nosso perfil.”

Segundo ele a Iveco oferecia aos clientes caminhões que eles não queriam, e eles procuravam caminhões que a marca não oferecia. O primeiro passo foi corrigir essa distorção: simplificar os modelos, que traziam muitos itens que eram vistos como dispensáveis pelo consumidor argentino.

O primeiro ataque foi no segmento de 200 cavalos, que corresponde a grande parte das vendas do mercado local. O modelo oferecido não poderia ter nome mais sugestivo: Tector Attack. “Começamos a oferecer um produto de baixo custo e, por ser produzido em Córdoba, com financiamento subsidiado pelo Banco de la Nación Argentina. Hoje é nosso principal caminhão no país.”

O financiamento do Banco de la Nación é similar ao Finame oferecido pelo BNDES no Brasil. Tem taxa de 13,5%, abaixo da inflação local, com prazos de até 5 anos e cobre até 70% do preço do modelo. Só vale, porém, para modelos nacionais: e a Iveco, por produzir em Córdoba as linhas Tector, Trakker, Cursor e Stralis, acaba sendo a maior beneficiada.

Além do financiamento subsidiado os caminhões, nacionais ou importados, podem ser adquiridos pelos argentinos por meio de linhas oferecidas por bancos privados, a juros de mercado, ou por cheques pré-datados: até doze, também com juros de mercado. Segundo Guillermo Repetto, da divisão CNH Industrial Capital, 15% das vendas ocorrem por essa modalidade – curiosa para os brasileiros. 30% são financiadas por bancos privados, 20% pelo banco público e o restante adquirido à vista.

Após o sucesso do Tector, lançado no fim de 2010, a Iveco atacou o segmento de 300 cavalos, outro de grande volume na Argentina – de acordo com Macias, a geografia do país, majoritariamente plana, beneficia a demanda por esse tipo de caminhão. Hoje o Cursor é o segundo Iveco mais vendido ali, mas o diretor comercial admite que a empresa errou antes de acertar.

“Adotamos a mesma estratégia do Tector Attack e oferecemos um modelo simples. Mas o cliente deste segmento quer um caminhão com mais itens, mais completo. Foi preciso corrigir essa estratégia.”

Pouco a pouco a companhia foi crescendo e agora domina o mercado, colhe as vantagens de produzir modelos em Córdoba, que tem capacidade para 15 mil unidades por ano e projeta subir mais degraus, com fatias mais gordas de participação.

Para 2016, porém, a expectativa é por volumes menores. Não por antecipação de compras: Macias jura que na Argentina esse fenômeno pré-Euro 5 não ocorreu. Mas o preço dos modelos com a tecnologia, superiores aos da linha atual, fará com que o mercado caia de 15% a 20%, nas suas contas.

“Mas a Iveco cairá menos”, garante.

Iveco: exportar caminhões voltou a ser um bom negócio.

Houve um tempo, não muito distante, em que a Argentina era vista pelas montadoras como natural base de exportação para a América Latina. Investimentos foram feitos com base nessa estratégia – a Volkswagen Amarok chegou a ser mandada para a Europa, a Toyota investiu na recém-lançada nova Hilux para atender toda a região e a General Motors colocou a nova geração do Cruze na fábrica argentina para abastecer os mercados próximos, para ficar em alguns exemplos.

O cenário agora mudou. Faltam dólares na Argentina, que sofre ainda com um câmbio oficial diferente do adotado na prática, e o Brasil ganhou competitividade com a desvalorização da sua moeda. Some isso a um mercado interno retraído, com crescente ociosidade nas linhas, e o resultado é visível: exportar veículos produzidos no Brasil voltou a ser um bom negócio.

Na Iveco, cuja fábrica de Sete Lagoas, MG, opera um pouco acima da metade de sua capacidade instalada, exportar virou uma possível e bem-vinda solução. “Temos todas as condições de competir de igual para igual com qualquer operação no mundo. Nossos produtos estão alinhados em qualidade com os produzidos em outras fábricas”, assegura Vilmar Fistarol, presidente da CNH Industrial para a América Latina, companhia que controla, dentre outras marcas, a Iveco.

Segundo o executivo o Brasil voltou a ter competitividade por causa do câmbio e pode conquistar novos mercados, em especial na América Latina. Ele lamentou o fato de o País ter perdido espaço nos últimos anos. “Mas com o dólar a R$ 1,70, até abaixo disso, como poderíamos competir no mercado externo?”

Fistarol esteve em Mendoza, na Argentina, para o lançamento da linha Ecoline da Iveco naquele país, que a partir de 1o. de janeiro de 2016 terá novas exigências de regulamentação de emissões, equivalente à Euro 5. Os caminhões produzidos na Argentina, portanto, serão os mesmos que saem de Sete Lagoas. Ainda assim, o presidente da CNH Industrial acredita que a base de exportação para a região nos próximos anos será o Brasil.

Os primeiros frutos já começaram a ser colhidos. De acordo com Marco Borba, vice-presidente da Iveco na América Latina, as exportações de caminhões Iveco cresceram 400% de janeiro a outubro. “Enviamos 460 unidades para quase todos os países da região. Com esse câmbio temos oportunidades para trabalhar e vejo o pessoal aceitando bem o produto brasileiro. Um bom veículo com custo competitivo abre portas.”

Borba se apoia no crescimento da exportação para preencher a lacuna aberta pela queda nas vendas de caminhões no mercado local. O executivo não acredita em um 2016 muito melhor que 2015, embora também não projete volumes inferiores ao deste ano. “Devemos fechar o ano com 75 mil a 80 mil caminhões comercializados”, estima – e em suas contas entram as vendas dos modelos a partir de 3,5 toneladas, como o Daily.

Para o presidente da Iveco a linha PSI do Finame, que alavancou as vendas de caminhões nos últimos anos, não será renovada, e o mercado terá que se adaptar novamente ao Finame comum, com taxas indexadas à TJLP. Mas reclama da indecisão e demora do governo em oficializar o financiamento de 2016:

“Nossos fornecedores precisam de seis meses para programar a produção. Estamos no fim do ano e não sabemos como o mercado funcionará daqui a dois meses. Cria-se um ambiente hostil para o negócio”.

Fistarol cita outro problema que afeta a indústria nacional de caminhões: o aperto nas margens e comprometimento da lucratividade. Segundo o presidente da CHN Industrial o mercado atual prejudica o planejamento de longo prazo: “Se continuar como está, com o consumidor comprando preço, vamos dar um passo para trás. Não conseguimos aumentar o preço este ano, mesmo com todos os custos em alta. Quem vai investir em um mercado que não dá retorno?”

De todo modo, o executivo segue confiante no Brasil e confirmou investimentos de R$ 650 milhões anunciados pela Iveco em abril – quando, segundo Fistarol, o cenário era outro. “A indústria tem que se adaptar. Chegamos a um momento em que ou se ajusta, ou se ajusta. E vai se ajustar.”

Um simples retificador de fluxo é a solução VW para a fraude do diesel

Um prosaico retificador de fluxo, ou flow straightener, em inglês – uma pequena peça redonda formada por uma espécie de colmeia – deverá representar a salvação da Volkswagen para a maior crise de sua longa história, a fraude dos motores diesel com software que engana os testes de emissão. A solução técnica foi apresentada oficialmente pela montadora na quarta-feira, 25, e, segundo a empresa, já recebeu a aprovação das autoridades alemãs.

Segundo a Volkswagen o retificador de fluxo será instalado no duto de ar, logo após a passagem pelo filtro e antes do sensor. Com sua instalação, afirma a montadora, os veículos passarão a respeitar os limites de emissão exigidos.

A VW chama o dispositivo de “transformador de fluxo”. Em comunicado, assegura que “a malha da peça acalma o escoamento de ar em frente ao sensor e vai, assim, melhorar decisivamente a precisão da medição pelo sensor, que gera um parâmetro muito importante para o gerenciamento do motor e um bom processo de combustão”. Além disso será realizada uma atualização de software.

Esta solução técnica vale para os motores diesel 1.6 EA 189, estimados em três milhões do total de onze milhões de veículos envolvidos no caso. Para os motores 2.0 diesel da mesma família, diz a fabricante, apenas a atualização do software será necessária. O processo para os 1.6 deve levar uma hora de trabalho e para os 2.0 meia hora.

Ainda pendente está a solução técnica para os motores 1.2 diesel três cilindros, que deverá ser apresentada até o fim do mês. Mas estes são apenas cerca de trezentos mil do total e provavelmente também necessitarão somente da atualização do software.

Segundo a montadora “o objetivo foi alcançar os níveis de emissão exigidos sem a ocorrência de efeitos paralelos, mantendo os índices de consumo de combustível e desempenho. Entretanto, como há variações de modelos e todas ainda precisam ser testadas, o atendimento a estes parâmetros ainda não pode ser totalmente confirmado”.

O Grupo VW afirma ainda que a instalação dos dispositivos e a atualização do software devem começar logo no início de 2016, mas o processo total consumirá o ano inteiro.

A sinalização da solução técnica encontrada representa um alívio para o Grupo VW, pois se temia a necessidade de intervenções mecânicas nos motores ou nos catalisadores, um processo muito mais custoso e demorado. Ainda assim a fabricante afirma que ao menos por enquanto não reduzirá a provisão de € 6,7 bilhões para o caso, incluindo o pagamento de multas, processos judiciais e afins.

Sindipeças é contra alta do imposto de importação do aço

O Sindipeças encaminhou documento ao governo federal com posição contrária ao aumento do Imposto de Importação do aço que vem sendo analisado pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda.

O presidente da entidade, Paulo Butori, disse na quarta-feira, 25, que uma possível alíquota de matéria-prima superior à dos produtos manufaturados, como aconteceria em relação às autopeças, “geraria uma distorção sem precedentes”. A medida, segundo ele, reduziria a concorrência e daria um “conforto” à indústria siderúrgica brasileira no sentido de aumentar ainda mais seus preços.

Isso geraria um risco, na avaliação de Butori, de aumento da importação de autopeças. “Se o aço subir os fornecedores têm de negociar repasse com as montadoras e essas podem dar preferência por peças trazidas de fora em lugar de pagar mais internamente.” De acordo com o presidente do Sindipeças a CSN acaba de aumentar seus preços em 9,75% e a Usiminas de 6% a 10%.

As alíquotas de importação de aço variam hoje de 8% a 14% e o governo estuda um aumento de 50%, o que as elevaria para 12% a 21%. As autopeças, na média, têm Imposto de Importação de 16%.

Por conta dos estudos governamentais para aumento das alíquotas de importação do aço dez entidades empresariais, incluindo o Sindipeças, se reuniram na Abimaq na quarta-feira, 25. Butori afirma que há consenso de que a medida seria prejudicial à indústria brasileira.

Em comunicado o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, considerou a proposta como “descalabro”. Para ele, “se o preço do importado sobe o valor do similar nacional também vai acompanhar esse movimento”.

Hoje há superávit nos negócios externos relativos ao aço. De uma produção total de 37 milhões de toneladas/ano, o Brasil exporta 11 milhões, conforme dados fornecidos pelo Sindipeças. As importações, por sua vez, são da ordem de 8 milhões de toneladas.

O documento mostrando posição contrária ao aumento do Imposto de Importação de aço foi encaminhado pelo Sindipeças aos sete ministérios que compõem o Camex, Câmara de Comércio Exterior: Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Casa Civil, Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Planejamento, Orçamento e Gestão e Desenvolvimento Agrário.

 

Marcopolo amplia receita com exportações em 20%

A Marcopolo, de Caxias do Sul, RS, prevê encerrar o ano com a venda de 2,1 mil ônibus para o Exterior, o que representará crescimento de 5% em volume e de 20% em receita, favorecida pela desvalorização do real frente ao dólar. O diretor de operações comerciais Paulo Corso revelou com exclusividade à Agência AutoData que a fabricante conquistou um novo mercado: Omã, no Oriente Médio, receberá 32 unidades da marca – e há possibilidade de negócios com países africanos.

Sem arriscar números, Corso disse serem boas as perspectivas de novo aumento dos negócios externos no ano que vem: “Como os países da América do Sul enfrentam problemas, estamos ampliando nosso leque de clientes. A África, por exemplo, pode ser um novo parceiro nosso”.

De janeiro a outubro a Marcopolo exportou 1 mil 304 ônibus e atualmente está trabalhando aos sábados em sua fábrica de Caxias do Sul, RS, para dar conta das entregas programadas para este final de ano, principalmente para Peru, Colômbia, Bolívia e Argentina.

Internamente a Marcopolo enfrenta queda nas vendas em índice similar ao do mercado de ônibus, na faixa de 30%. O importante, segundo o executivo, é que a empresa consegue manter participação no segmento em torno de 40% – de janeiro a outubro a empresa comercializou no mercado doméstico 4 mil 753 unidades.

“Tivemos de reduzir nosso quadro de mão de obra em 15% para nos ajustar aos novos números, mas acreditamos que a partir de agora o mercado não cai mais.”

Com grande parte de sua produção concentrada na Serra Gaúcha – fora Caxias do Sul a empresa tem fábrica no Rio de Janeiro, na antiga Ciferal, onde produz carrocerias de ônibus urbanos –, a Marcopolo anunciou este mês a sua associação com a L&M, controladora direta da San Marino Ônibus, dona da marca Neobus.
De acordo com Corso a L&M passou a ter ações da Marcopolo e a Neobus continuará com rede e administração próprias: “O que pode estrategicamente haver no futuro é a união em áreas como a de logística e compra de material”.

Como a intenção, segundo Corso, é manter a participação que as duas marcas detêm hoje, elas passam a ter juntas perto de 50% do mercado brasileiro.

Corso informa ainda que a partir de licitação divulgada em setembro a empresa fechou com a Prefeitura de Porto Alegre a venda de trezentos ônibus, das marcas Marcopolo e Neobus, a serem entregues até fevereiro.

Fraude do diesel VW chega oficialmente à Porsche

As consequências da fraude dos motores diesel do Grupo Volkswagen não param de crescer. Desta vez a fabricante reconheceu que também os motores diesel 3 litros aplicados em veículos vendidos nos Estados Unidos terão que passar por atualização de software – algo que até então o Grupo negava, alegando que o caso estava restrito aos motores de menor volume.

Este novo capítulo também é representativo por trazer a Porsche ao caso, algo inédito até este momento: apenas modelos VW, Audi, Seat e Skoda estavam envolvidos. É algo delicado especialmente para o novo CEO do Grupo VW, Matthias Müller, que substituiu Martin Winterkorn quando da renúncia deste por conta da revelação da fraude, em setembro. Müller era o CEO da Porsche desde 2010 e assumiu com a credibilidade em alta justamente pela marca de alto luxo do Grupo estar fora da fraude, como se imagina à época.

O comunicado oficial foi emitido pela Audi, desenvolvedora do motor diesel 3 litros, em resposta a denúncia formulada pela EPA, a agência ambiental estadunidense. O texto afirma que “a Audi irá revisar, documentar em pormenores e submeter à aprovação das autoridades estadunidenses certos parâmetros do software do módulo de controle utilizado no motor V6 TDI 3 litros diesel. A atualização do software será instalada assim que aprovada pelas autoridades”.

O custo envolvido na ação, segundo o comunicado, foi estimado em “meados de dois dígitos de milhões de euros”.

O texto confirma que Audi, VW e Porsche estão envolvidas na ação. A montadora revelou que “três AECDs [Auxiliary Emission Control Devices] não foram declarados no contexto de documentação exigida pelas normas estadunidenses”. Um deles, diz a Audi, o que controla a temperatura do sistema de limpeza dos gases de escape, “é considerado como um dispositivo de manipulação pelas leis estadunidenses”.

O motor, adiciona a montadora, está nos Audi A6, A7, A8, Q5 and Q7 fabricados desde 2009 e nos Volkswagen Touareg e Porsche Cayenne desde 2013. A venda de todos estes modelos nos Estados Unidos foi interrompida até que as fabricantes e as autoridades locais entrem em acordo definitivo para correção do sistema.

Processo – Ao mesmo tempo, agora na Alemanha, a procuradoria local anunciou a abertura de dois processos de investigação contra a Volkswagen. O primeiro diz respeito à evasão de impostos como consequência da fraude dos motores diesel e também dos níveis de CO2 em motores diesel e gasolina.

Naquele país os impostos cobrados dos proprietários têm como base a emissão de CO2 e o tamanho do motor, e assim a procuradoria quer estabelecer quanto a menos o governo alemão recebeu, considerando os índices corretos dos veículos vendidos pelo Grupo VW. Um levantamento preliminar, segundo relatou porta-voz da procuradoria à Agência Reuters, revelou montante que “não é pequeno”, em suas palavras.

A segunda investigação é violações criminais, como r fraude e violação de regras de competição empresarial, e envolve cinco funcionários do Grupo Volkswagen que não tiveram seus nomes revelados.

Tablet a bordo

Em tempos de mercado interno de veículos em baixa e de conectividade em alta, as montadoras lançam mão, cada vez com maior rapidez, de dispositivos que fazem do automóvel uma extensão do escritório o do lar dos jovens consumidores.  Tem sido assim há algum tempo nos principais mercados e em veículos mais sofisticados e agora também no Brasil e em carros mais baratos.

A mais recente novidade nesse sentido estará nas concessionárias Nissan a partir desta semana. March e Versa 2016, fabricados em Resende, RJ, tem agora sistema multimídia que, para melhor explicar, é praticamente um tablet com tela sensível ao toque de 6,2 polegadas.

Batizada de Nissan Multi-app, além das convencionais funções de rádio  – e, acreditem, ainda de CD e DVD – a central conta com GPS, exibe imagens da  câmera de ré e já sai de fábrica com nada menos do que treze aplicativos instalados. Basta acessar a internet  pelo celular ou por modem e ter recursos como Waze, Skype, Google Chrome, Spotify, Instagram e Spotify, dentre outros.

Tudo pode ser acionado por toques ou correndo o dedo sobre a tela, como em um tablet normal, ou, em algumas funções, por meio de comando de voz. Pode-se ainda baixar qualquer outro aplicativo ou arquivar músicas, vídeos e fotografias. Diferente de outros sistemas, não há o famoso espelhamento com o aparelho celular. O Multi-App pode exibir um filme ao mesmo tempo em que se fala ao telefone – o celular serve apenas como um roteador neste caso.

Junto com a nova central multimídia March e Versa têm novidades em equipamentos e acabamento.  O hatch passa a contar ainda com opções de personalização de carroceria no pacote Colors. O modelo pode ser produzido em branco com detalhes em vermelho, branco com azul, vermelho com branco e preto com branco. Preços a partir de R$ 43,3 mil. Mas apenas a versão 1.6 SL, a mais completa e que custa R$ 51,8 mil, tem  o sistema Multi-App, que, no caso do Versa,  já está presente na intermediária SL e que custa R$ 57,7 mil.

 

Goodyear elevará exportações para Estados Unidos e México

A Goodyear vai elevar nos próximos meses o volume de pneus exportados para os Estados Unidos e México a partir de sua fábrica de Americana, no Interior paulista. A informação foi revelada à Agência AutoData pelo diretor presidente da operação brasileira, Henry Dumortier, durante lançamento de nova linha de pneus para veículos comerciais, em São Paulo.

O executivo não abre os volumes, mas explica que hoje os embarques para os dois países da América do Norte a partir do Brasil são muito pequenos, e que plano para elevar fortemente o ritmo de exportação para estes mercados está em curso e deverá ter início nos próximos meses. “A atual relação cambial nos é favorável.”

Com isso a participação das exportações no faturamento da unidade brasileira da Goodyear também crescerá. Mais uma vez o executivo não divulga números, mas revela que aproximadamente 60% da receita hoje vem das vendas internas à reposição, seguidas pelas OEM, deixando os embarques na lanterna.

Os pneus brasileiros que deverão desembarcar em breve nos Estados Unidos e México são para veículos de passeio, com alta carga tecnológica e de aro 16 em diante com destino à reposição, adianta Dumortier.

O executivo ainda assegurou sua confiança na retomada do mercado brasileiro. “Continuaremos a investir e a lançar novos produtos. Estamos no País para crescer. Não olhamos só esse ano, mas sim o cenário mais adiante, e o crescimento certamente voltará. E, quando acontecer, estaremos mais fortes.”

Linha KMax – A Goodyear apresentou na terça-feira, 24, em sua sede em São Paulo, nova linha de pneus para veículos comerciais, denominada KMax, que substitui a série 600. São três modelos para caminhões e ônibus: S, D Traction e Extreme.

Segundo a fabricante os pneus, já em oferta no mercado europeu, foram retrabalhados pela unidade brasileira durante dois anos, para adaptação às necessidades locais. O resultado, de acordo com a Goodyear, foi um ganho de 5% a 15% na quilometragem percorrida pelos pneus antes da necessidade de troca ou recapagem na comparação com os modelos similares antecessores, a depender do modelo e do uso.

Os novos pneus ganharam tecnologias para evitar desgaste e mais dois anos de garantia, que agora chega a sete.

 

Chega nova geração do Citroën Aircross

É nos preços, e na diversidade de opções de versões, que a banda Citroën do Grupo PSA Peugeot Citroën confia para garantir longa vida à carreira do novo Aircross, apresentado na manhã da terça-feira, 24, e que estará nas concessionárias já neste fim de semana. O Aircross já cumpre, no Brasil, carreira de pouco mais de cinco anos, com venda superior a 50 mil unidades.

Paulo Solti, diretor geral da Citroën no Brasil, não arrisca palpite para o desempenho do novo carro ao longo de 2016. Alegou o contexto difícil que o País vive e preferiu não fazer uso de bola de cristal. Mas confia, para Citroën, o mesmo índice de participação deste ano, 1,3%. Ou seja: ele, assim como o presidente do grupo na América Latina, Carlos Gomes, são extremamente conservadores em suas projeções – qualquer resultado positivo fora da estabilidade atual será motivo de alegria.

O carro ficou mais atraente, mais imponente, particularmente na dianteira, com grade e para-choque renovados – e graças ao futurista conjunto ótico aliado à luz de presença em LED, uma assinatura Citroën.

Para as cinco versões os motores são 1.5, com 89 cv e 93 cv a gasolina e a álcool, e 1.6, 115 cv e 122 cv na mesma relação.

Tudo começa com as versões Start e Live, que substituem suas correspondentes do modelo C3 Picasso. A Start 1.5 manual custa R$ 49 mil 990, a Live 1.5 manual R$ 53 mil 990 e a 1.6 Live automática R$ 58 mil 990. São versões dotadas de razoável dosagem de mimos tecnológicos e de conforto, mas o que as distingue à primeira vista é a ausência do estepe grudado na porta traseira.

Para essas duas versões, consideradas de entrada mas não menos charmosas, executivos da Citroën avaliam coisa de 30% iniciais no mix geral das cinco versões. Mas correndo o risco de chegar a 40% – se isto acontecer não apanhará nem marketing, nem vendas e nem a infraestrutura industrial da companhia de pires na mão: estão todos prontos para fazer crescer o mix de produção.

As outras duas versões ascendem nos preços e nas ofertas de inspiração tecnológica e de conforto – e de status. O Aircross 1.6 Feel manual custa R$ 58 mil 990, o 1.6 Feel automático R$ 63 mil 290 e o 1.6 Shine automático R$ 69 mil 290.

O que transcende dessa arquitetura financeira é que os preços foram mantidos, assim como os três anos de garantia sem limite de quilometragem e as revisões a preços fixos.

Conceito – Créative Technologie é a linha conceitual adotada para os atuais veículos Citroën, inclusive os Aircross. Joga com a ideia de ser, simplesmente, mais em tudo: em estilo, em tecnologia, em conforto, em economia, seus pontos de apoio e de partida diante da realidade da competição de mercado.

Além desse óbvio esforço para compreender a alma e por encantar os clientes outro ponto de apoio no qual creem executivos Citroën para o sucesso da carreira dos novos Aircross são os resultados de pesquisas que indicam, para o modelo, índice de 40% de fidelização.

Carlos Gomes não perdeu oportunidade de falar sobre os resultados do Grupo e sobre sua crença, largamente compartilhada, de que nestes tempos de hoje importa, mesmo, a rentabilidade. Citou os resultados do primeiro semestre: € 28,9 bilhões de receita, 6,9% a mais do que no mesmo período do ano passado, e € 2,8 bilhões de margem líquida.

Governo estadual mexicano questiona incentivos dados à Kia Motors

A Kia Motors está vivendo uma fase dicotômica no México. Ao mesmo tempo em que celebra a conclusão total das obras de sua nova fábrica naquele país, no município de Pesquería, no Estado de Nuevo León, investimento de US$ 1 bilhão concluído em pouco mais de um ano – a pedra fundamental foi assentada em outubro de 2014 –, a montadora se vê envolvida em um caso delicado com o governo estadual.

O novo governador do Estado, Jaime Rodriguez Calderón, conhecido pelo apelido de El Bronco, eleito como candidato independente em julho, tomou posse há cerca de um mê e já entrou em sério conflito com a montadora, afirmando que promoverá uma profunda auditoria nos contratos firmados pela administração anterior para a construção da fábrica.

Em uma atitude no mínimo surpreendente, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico estadual publicou em sua página do Facebook todos os documentos relativos ao acordo, ainda que estes estivessem protegidos por cláusulas de confidencialidade – veja em https://www.facebook.com/SedecNL/photos/a.1465876777061442.1073741828.1465493053766481/1521936058122180/?type=3&theater.

No post o órgão estimula o compartilhamento da publicação e afirma que “o governo de Nuevo León mostrará a todo o México que se pode acabar com a falta de transparência, que é o manto protetor da corrupção”. Até o fim da tarde da segunda-feira, 23, foram quase dois mil compartilhamentos registrados.

Segundo os documentos, assinados pelo VP da Kia, pelo então governador e pelo prefeito do município, o governo estadual seria responsável pela construção de um tanque para armazenamento de 1 milhão de litros d´água, de uma estação do corpo de bombeiros com especialização em manejo de materiais perigosos e tempo máximo de resposta de dois minutos e ainda de um centro de treinamento e capacitação, além de isentar a unidade de diversos impostos por 20 anos.

A construção da nova fábrica, de acordo com órgãos de imprensa locais, estaria ainda envolvida em um caso de obtenção indevida de lucro: segundo denúncias até o momento não comprovadas, dois colegas do ex-governador teriam aberto uma imobiliária para aquisição de um terreno de 1,2 milhão de m2 em Pesquería, comprado 15 meses depois pelo governo estadual como parte da área repassada à Kia Motors para a construção da fábrica – a venda saiu por mais que o triplo do valor de aquisição, o que motivou a apuração do caso.

Por sua parte a montadora cobra do governo o cumprimento dos acordos firmados, alegando que estes possibilitaram a realização do investimento não só por parte da própria Kia mas também de seus fornecedores. Somados, os aportes chegam a quase US$ 3 bilhões.

A nova unidade terá capacidade para 300 mil unidades/ano e responderá por cerca de 10% de toda produção global da Kia Motors. O início da produção em série ali está programado para o primeiro trimestre do ano que vem. A montadora afirma que a unidade deverá gerar ao todo 70 mil empregos diretos e indiretos “em longo prazo”.

O caso lembra um similar ocorrido no Brasil no fim dos anos 90, quando governo recém-empossado do Rio Grande do Sul questionou incentivos concedidos pela administração anterior à Ford para construção de uma fábrica em Guaíba. A diferença era que ali as obras ainda não haviam começado e a consequência foi a transferência da unidade para Camaçari, na Bahia, inaugurada em 2001.

Por coincidência o terreno na Bahia era originalmente destinado à Asia Motors, que chegou a realizar ali cerimônia de assentamento de pedra fundamental com a presença do então Presidente da República, mas nunca construiu a fábrica. O caso foi parar na Receita Federal, vez que a montadora obteve vantagens fiscais para importar veículos como Towner e Topic por ser investidora. A fabricante conseguiu provar na justiça que a responsabilidade do caso coube aos seus então sócios locais, mas a pendência fiscal impede a construção de uma fábrica da Kia no Brasil até hoje – o que também acabou por facilitar a escolha pelo México quando a matriz sul-coreana do Grupo Hyundai decidiu que precisava de uma unidade produtiva na América Latina.