Fernando Silva sucede a Roger Corassa na Volkswagen

São Paulo – A Volkswagen anunciou que Fernando Silva, atual diretor de vendas para o Brasil, sucederá a Roger Corassa na vice-presidência de vendas e marketing. Corassa deixará a empresa em busca de novos caminhos e desafios profissionais, informou a companhia em comunicado.

Silva assume as novas funções em 1º de outubro e se reportará ao CEO Ciro Possobom e ao vice-presidente de vendas e marketing para a América do Sul, Hendrik Muth. Graduado em direito pela PUC MG tem MBA em gestão de negócios pela Fundação Dom Cabral e 25 anos de experiência na indústria automotiva, com passagens por Fiat, Jeep e Ram, incluindo posições na Itália e Estados Unidos.

Corassa, no cargo pelos últimos cinco anos, acumulou crescimento acumulado de 32,5% no volume de vendas no período, superior à média da indústria. Sob sua gestão o Polo consolidou-se como automóvel mais vendido e o T-Cross na liderança dos SUVs no Brasil.

Roger Corassa

Ford Mustang Dark Horse chega com motor V8 de 507 cv

São Paulo – A Ford iniciou as vendas no Brasil do Mustang Dark Horse, a versão de série do esportivo homologada para as ruas que mais se aproxima de um modelo de competição. O seu motor é o Coyote V8 5.0 que gera 507 cv de potência, o aspirado mais potente já vendido em um Mustang no Brasil, com câmbio automático de dez marchas.

Junto com a maior potência o Mustang Dark Horse traz outros elementos que o aproximam das pistas, caso dos sistemas de transmissão, suspensão, direção e freios que foram desenvolvidos e calibrados para competições. 

O Ford Mustang Dark Horse já está sendo vendido nas concessionárias por R$ 649 mil

Venda de veículos leves no Peru poderá bater recorde em 2025

São Paulo – O mercado peruano de veículos leves deverá bater seu recorde de vendas em 2025, chegando a 172,7 mil unidades emplacadas, alta de 14% sobre 2024. A expectativa é de Alberto Morisaki, gerente de estudos econômicos e estatísticos da AAP, Associação Automotriz do Peru, que participou do 7º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, realizado por AutoData.

Segundo Morisaki a situação macroeconômica do país é positiva, com o PIB crescendo 3,1% até julho e expectativa de ficar acima de 3% no fechamento do ano. O aumento do PIB tem puxado a geração de novos empregos, que estão fortalecendo a recuperação de renda e o poder de compra da população:

“A confiança dos consumidores está voltando com a maior geração de empregos e está impulsionando o mercado automotivo, junto com mais investimentos privados. A queda na inflação também está ajudando a população a conseguir arcar com o custo dos financiamentos”.

De janeiro a julho o mercado de veículos no Peru somou 103,7 mil unidades vendidas, volume 19,7% superior ao comercializado em igual período do ano passado, o recorde de vendas do país nos sete primeiros meses do ano.

Assim como em toda a América Latina os veículos chineses também lá estão ganhando espaço, com a projeção de representarem 44,1% do total vendido até dezembro. Esta participação era de 16,8% em 2017 e, no ano passado, chegou a 39,3%.

Eletrificação

De janeiro a julho foram vendidos 5,3 mil veículos eletrificados no Peru, representando 4,6% das vendas totais, porcentual que em igual período do ano passado era de 3,9%, com 3,8 mil unidades. Para o fechamento do ano a expectativa é de que sejam vendidos 10 mil eletrificados:

“Atualmente o Peru tem mais de cinquenta marcas que vendem veículos eletrificados, com um total de 170 modelos disponíveis, mas por aqui não temos incentivos para promover a venda destes veículos, como ocorre em outros mercados da região como Colômbia e México, onde a participação dos eletrificados já é bem maior”.

Pesados

O mercado de caminhões somou 11,2 mil vendas de janeiro a junho, crescimento de 25% na comparação com iguais meses do ano passado, e o segmento de ônibus chegou a 2,2 mil unidades, incremento de 36%.

Assim como nos leves os veículos chineses estão avançando, também, no segmento de caminhões e a participação das vendas totais até dezembro deverá chegar a 40,9%, contra 35,3% em 2024. Em 2017 a participação dos caminhões importados da China era de 20,8%.

Para o fechamento do ano a AAP unifica as vendas de caminhões e ônibus, esperando alta de 20% sobre 2024, com 21,2 mil. 

2026

Para o ano que vem a expectativa da AAP é de que a economia local siga crescendo em torno de 3% e a demanda por automóveis deverá crescer um pouco menos, uma vez que haverá processo eleitoral presidencial, com mais de quarenta candidatos, algo que nunca ocorreu na história. A expectativa é a de que este cenário traga instabilidade e menor demanda:

“Com o processo eleitoral e a base comparativa alta de 2025 o mercado automotivo peruano deverá crescer em ritmo bem menor. Se conseguirmos crescer 2% ou 3% sobre 2025 já será um resultado bastante positivo”.

Mercado chileno deverá crescer em 2025, mas ainda abaixo do volume ideal

São Paulo – A mercado de veículos leves do Chile deverá encerrar o ano com cerca de 310 mil unidades vendidas, de acordo com Diego Martínez Benavente, secretário geral da Anac, Associação Nacional Automotiva do Chile, que participou do 7º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, realizado por AutoData. Ele participou de painel junto com Gonzalo Marín Bianchi, gerente geral da Cavem, entidade que representa a rede de concessionárias instalada no país.

Segundo Benavente existem algumas variáveis que podem puxar o mercado para cima, chegando a até 317 mil vendas, mas em caso de retração da economia local até dezembro as vendas podem ser de 290 mil unidades. Porém os dois cenários são considerados mais distantes da realidade atual.

Considerando a projeção mais provável, de 310 mil unidades vendidas no ano, o crescimento sobre 2024 será de 2,5%, mas o mercado interno do Chile continuará abaixo do volume ideal: “Vendas em torno de 350 mil unidades por ano é o que precisamos buscar para que a rede atual de concessionárias se mantenha de forma saudável no país”.

De janeiro a julho as vendas de veículos leves no Chile somaram 173,3 mil unidades, expansão de 3% sobre iguais meses do ano passado, de acordo com os dados da Anac.

Para o gerente da Cavem as diversas ferramentas que os chilenos dispõem para comprar um veículo estão ajudando no crescimento do mercado: “Hoje é possível utilizar crédito bancário, crédito automotivo que é 100% dedicado a compra de veículos, parcelado no cartão de crédito e a compra programada”.

Essa última modalidade é parecida com a compra via consórcio no Brasil.

Atualmente o Chile dispõe de mais de oitenta marcas que vendem mais de 1,8 mil modelos e versões, das quais mais da metade são chinesas, que dominam a venda de veículos elétricos e híbridos. No segmento de veículos leves a maior parte é importada da Índia, e o Brasil é responsável por fornecer 50% dos caminhões vendidos no Chile.

Até dezembro o número de marcas presentes no país deverá subir para algo em torno de 85 a noventa, com mais marcas chinesas chegando para vender eletrificados.

Exportações do Brasil para o México caem 45% em vinte anos

São Paulo – As exportações de veículos brasileiros para o México caíram quase pela metade em vinte anos: em 2005 foram comercializadas, lá, 219 mil 941 unidades fabricadas aqui, e em 2024 este volume recuou para 121 mil 157 unidades, 45% a menos. Considerando as vendas do Mercosul, Brasil e Argentina, as 248 mil 99 unidades de 2005 encolheram 47%, para 131 mil 928 no ano passado. Duas décadas atrás representavam 34% do volume importado e, em 2024, a participação recuou para 13,4%.

Foi o que apresentou Guillermo Rosales Zárate, presidente executivo da AMDA, Associação Mexicana de Distribuidores, durante o 7º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana realizado por AutoData de 12 a 14 de agosto.

“Há de se considerar que as importações da China, àquela altura, eram praticamente inexistentes”, afirmou Zárate. No ano passado, sozinho, o país asiático representou 31% das 986 mil 47 unidades importadas. A segunda maior origem está no Mercosul e, na sequência, Estados Unidos, com 13%. Japão, Índia e Tailândia também têm participações importantes.

Em 2005, das 725 mil 637 unidades, a liderança cabia ao Mercosul, seguido de perto por Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.

O mercado mexicano, nas palavras de Zárate, é sui generis, uma vez que no ano passado produziu 4 milhões de unidades, sendo 90% disto exportados, e recebeu quase 1 milhão de unidades procedente de diversos países. Para este ano a projeção é de que sejam vendidas internamente 1,5 milhão de unidades, sendo apenas 500 mil correspondentes a veículos nacionais.

“Esta realidade é sustentada por dois pontos, um deles a abertura de mercado por meio de acordos comerciais que isentam a cobrança de impostos e, outro, em decreto que prevê que até 10% do número de veículos fabricados no ano anterior pode ingressar no México livre de tributos. É o que acontece com China, Índia e Tailândia.”

Enquanto os embarques de picapes e SUVs, veículos preferidos dos mexicanos, brasileiros perderam espaço para opções asiáticas os envios de veículos pesados de 2018 a 2025, até julho, ampliaram sua participação no mercado mexicano, de 14% para 27%. No acumulado dos sete meses deste ano o Brasil exportou 1 mil 48 unidades. Ficou atrás apenas do Japão, com 1,7 mil e 44% de participação. 

Ou seja: há janela de oportunidades a serem exploradas com o México, principalmente frente ao tarifaço de Donald Trump. Zárate apenas externou preocupação ao citar que 20% das vendas nos Estados Unidos são de veículos mexicanos, e o aumento do protecionismo pode impactar negativamente nos investimentos e, consequentemente, no mercado.

“Acreditamos que 2025 e 2026 serão igualmente complicados. Ainda mais que no ano que vem haverá a renegociação do Temec, Tratado que reúne México, Estados Unidos e Canadá.”

O acordo de livre comércio entrou em vigor em 2020 em substituição ao Nafta. 

Vendas na América Latina crescem apesar dos obstáculos

São Paulo – O crescimento da venda de veículos e os desafios que a região enfrenta na sua distribuição foram os temas abordados pela Aladda, entidade que reúne os representantes dos distribuidores de veículos da América Latina em dezenove países, no 7º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, realizado por AutoData de 12 a 14 de agosto.

O primeiro semestre apresentou crescimento em quase todos os países da região latino-americana, com exceção do México, Equador e Costa Rica, segundo indicou Alejandro Saubidet, secretário executivo da Aladda: “O México, claramente devido aos problemas envolvendo os Estados Unidos e as questões relacionadas ao governo Trump, incluindo tarifas de impostos propostas, sofreu uma pequena queda, mas dentro do esperado”.

A entidade estima que o México deve ultrapassar 1 milhão de unidades vendidas, enquanto o Brasil deve atingir cerca de 2,4 milhões de veículos. Na Argentina estão previstas de 600 mil a 650 mil unidades.

Países como a Venezuela também tiveram crescimento neste período, mas existe incerteza sobre os tipos de veículos vendidos – se destinados ao governo ou ao mercado privado.

O restante dos países latino-americanos tem apresentado crescimento equilibrado e é provável que fechem o ano positivamente, salvo alguma crise global ou local que possa alterar essas estatísticas.

Saubidet, contudo, ressaltou que apesar do crescimento a rentabilidade dos revendedores está bastante baixa, possivelmente porque eles trabalham com prêmios por atingir metas. Muitas vezes, ele contou, estes objetivos não são cumpridos até o fim do mês e, afinal, eles acabam tendo prejuízo.

“É neste contexto que existem incentivos de taxa zero em alguns países para compras financiadas. Algumas taxas de juros ficaram mais altas, o que obviamente altera o saldo final de uma forma ou de outra.”

Chineses e a necessidade de integração regional

Existe também a preocupação com os chineses. Concessionárias de marcas com esta origem frequentemente enfrentam dificuldades por falta de peças de reposição, podendo levar até dois meses para repor componentes. Embora os veículos sejam competitivos em preço e qualidade muitas marcas surgem e desaparecem rapidamente, dificultando a confiança do comprador.

“É fundamental contar com o apoio de grandes importadores ou fabricantes que tenham instalações tanto no Brasil quanto em outros países da região, garantindo suporte e aumentando a confiança nos produtos. A qualidade desses veículos é bastante elevada. Estive na China e pude ver que os produtos lá são de alto nível. Tudo isso torna esses veículos bastante competitivos com relação aos modelos europeus, americanos, japoneses e coreanos”.

Sobre os principais obstáculos para o avanço dos veículos fabricados no Mercosul, Saubidet destacou a dificuldade de integrar os mercados devido às diferenças nas políticas de importação. Ele citou o Paraguai e Bolívia, que importam carros usados de outros países, como Chile e até dos Estados Unidos ou Ásia.

“Os veículos brasileiros, mexicanos e argentinos são de ótima qualidade. Embora não possam entrar nos mercados europeus devido a diferenças nos modelos mais adaptados às nossas necessidades, há um mercado potencial considerável. Para se ter uma ideia a África vende cerca de 1 milhão de carros por ano atualmente, e infelizmente este mercado ainda não é totalmente explorado por nós, seja com picapes ou outros veículos.”

Tendências de mercado: SUvs e eletrificação

A Aladda observa a redução na produção de sedãs, com preferência crescente por SUVs, que oferecem maior desempenho, espaço interno e sensação de desempenho nas estradas, embora tenham limitações na capacidade de carga e praticidade.

As picapes também ganharam destaque em países como Chile, Equador e Paraguai devido às exigências de atividades rurais, mineração e petróleo, representando uma parcela significativa das vendas nesses mercados. No entanto, no México, os sedãs ainda predominam frente aos SUVs, devido à demanda por veículos robustos para usos específicos.

No mercado automotivo regional, há uma forte presença de veículos movidos a fontes alternativas, como elétricos, híbridos plug-in e elétricos, especialmente na Colômbia, Uruguai, Costa Rica e Equador, este último apresentando um crescimento de 277%, indicando uma forte tendência. Essa preferência pode estar relacionada à disponibilidade de energia elétrica limpa nesses países menores ou de menor extensão territorial.

Países como Guatemala, Peru e Panamá destacam-se na venda de veículos plug-in, embora enfrentem desafios de infraestrutura de recarga, especialmente para frotas comerciais e ônibus em trajetos urbanos, devido à dificuldade de instalação de estações de carregamento rápido por causa do alto consumo nesses locais.

Renovação de frota

A principal dificuldade na América Latina, afirmou Saubidet, é a renovação da frota veicular, pois muitos veículos permanecem em circulação há décadas devido a oscilações econômicas e obstáculos políticos, o que prejudica a segurança, aumenta a poluição urbana e gera problemas de fluxo nas cidades.

Além disso há problemas relacionados à entrada ilegal de carros usados de origem duvidosa, importados sem garantias técnicas ou com documentos falsificados, o que agrava os riscos ambientais e sociais. Para melhorar esta situação seria necessário implementar programas que incentivem a substituição dos carros antigos, mas esta tarefa é difícil pela falta de incentivos governamentais.

Stellantis abre sua desmontadora para ampliar reciclagem veicular

Osasco, SP – O primeiro centro de desmontagem veicular operado por uma montadora foi inaugurado na Grande São Paulo. A Stellantis, por meio de sua divisão Circular Autopeças, assumiu o pioneirismo dentre as fabricantes de veículos na América do Sul ao investir R$ 13 milhões na estrutura em Osasco, com capacidade para desmanchar 8 mil veículos por ano.

Passarão por lá veículos das suas marcas e de concorrentes, desde carros usados em testes em seus centros de desenvolvimento a modelos adquiridos em leilões de seguradoras. Eles serão desmontados e suas peças direcionadas para remanufatura, venda em segunda vida ou a reciclagem completa.

“Por ano em torno de 2 milhões de veículos chegam ao fim de sua vida”, disse Paulo Solti, vice-presidente de peças e serviços da Stellantis América do Sul. “Destes apenas 1,5% recebem a destinação adequada. No Japão este índice chega a 95%, na Europa mais de 90%. É um mercado com enorme potencial”.

A Stellantis estima em R$ 2 bilhões o mercado de economia circular automotiva. Ainda carece de melhor regulamentação: a compra de peças usadas, por exemplo, só pode ser feita por pessoas físicas – e as obtidas por meio das desmontagens em Osasco estarão disponíveis nos canais de venda online da companhia e também em uma loja física instalada por lá.

Outro ponto que poderia ajudar a impulsionar o mercado é a inspeção veicular: na Europa, segundo José Irineu Medeiros, vice-presidente de assuntos regulatórios da companhia, carros são direcionados à reciclagem porque deixam de atender requisitos de segurança e emissões. Foi lá, em Mirafiori, Itália, que a Stellantis abriu seu primeiro centro de desmontagem, em 2023.

Incentivos do Mover

Além de obter receita com a venda das peças usadas a Stellantis mira os benefícios previstos, e ainda não minuciados, pelo Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. A reciclagem de veículos ajuda a reduzir as emissões de CO2 e poderá garantir pontos de desconto no IPI Verde.

Medeiros disse que um veículo a gasolina gera em torno de 60 toneladas CO2 em sua vida útil e um a etanol cerca de 23 toneladas. A reciclagem reduz essa emissão em 1 a 2 toneladas. A reciclagem ainda garante economia de 80% de matérias-primas na montagem de peças e componentes e 50% menos de emissão de CO2.

Como funciona?

Ao chegar à desmontadora os carros são direcionados para a área de análise. É ali que serão mapeadas as peças que podem e não podem ser aproveitadas, por meio de um escaneamento. Também são classificadas em notas de zero a dez, que influenciam no preço cobrado por elas.

“Uma peça nota quatro, por exemplo, é descartada para a reciclagem do material”, disse Alexandre Aquino, vice-presidente de economia circular da Stellantis. “Acima de nota cinco pode ser vendida e os preços chegam a 50% do custo total de uma peça nova”.

Itens de segurança são descartados – alguns direcionados a fornecedores, outros entram na reciclagem de material. Em Osasco foi instalada uma máquina capaz de separar o plástico do cobre dos chicotes – as matérias-primas também são enviadas a parceiros que as utilizam em novos materiais.

Depois os veículos vão para a área de descontaminação: lá são retirados fluidos como combustível e lubrificantes, que também têm como destino fornecedores que reciclam ou dão o descarte correto.

Dali eles sobem à linha de desmontagem onde as peças são separadas, catalogadas e etiquetadas. “Toda peça tem um QR Code que traz a sua história. O comprador poderá verificar sua origem, qual o modelo, versão”.

Ao lado dos elevadores de desmontagem dos carros foi instalado o estoque, para onde são direcionadas as peças. As portas não são desmontadas: são vendidas completas – salvo em casos de avarias, quando são direcionadas para a reciclagem.

Lanternas, rodas, centrais multimídias, dentre outros produtos, estão disponíveis para compradores interessados nos canais de vendas da Stellantis, como o Mercado Livre e WhatsApp. Outros componentes, como motores e transmissões, são remanufaturados e vendidos também pela Circular Autopeças, que mantém um braço no segmento.

Apesar de ser o primeiro operado por uma montadora o centro de desmontagem não é pioneiro no Brasil: existem outros, como o da Renova Ecopeças, da Porto, fisicamente próximo do da Stellantis. A expectativa é a de que os incentivos do Mover inspirem outras empresas a investir, ou formar parcerias, para criar os seus e fazer a economia circular.

Kinto celebra 5 anos e projeta crescimento da mobilidade com foco em híbridos

São Paulo – A Kinto, empresa de mobilidade do Grupo Toyota que oferece serviços de gestão de frotas e assinatura de veículos, está completando cinco anos de operação na América Latina. Criada no Japão em 2019 e presente, hoje, em cinquenta países a marca chegou à região em meio à pandemia com apenas três funcionários alocados no Brasil.

Atualmente conta com 120 na região, número que a empresa espera dobrar nos próximos três anos, em paralelo ao crescimento da frota de veículos alugados na América Latina.

Nesta entrevista ao programa Linha de Montagem, de AutoData, Roger Armellini, responsável pelas atividades da Kinto na América Latina, destacou que, ao longo destes cinco anos já foram locados mais de 16 mil veículos na região: “Começamos do zero e a demanda surpreendeu desde o início, talvez, ou até principalmente, pelo tamanho do mercado de gestão de frotas”.

O perfil dos clientes também mudou ao longo do tempo, de pequenos e médios negócios no início, para grandes corporações. E, embora o foco continue sendo principalmente no segmento corporativo, a Kinto acredita que o serviço pode voltar ampliar sua participação no meio de consumidores pessoas físicas nos próximos anos. Quanto à frota os modelos mais alugados hoje são Yaris, Hilux e Corolla.

Armellini comentou os desafios do cenário econômico, como juros elevados e inadimplência, que causam impacto sobre o negócio locação. Até dezembro a expectativa é manter a frota atual, com cerca de 3 mil carros alugados, e o crescimento mais expressivo é esperado para ocorrer a partir de 2026, em razão principalmente de uma possível e aguardada redução gradual da taxa de juros, principalmente no Brasil.

A Kinto projeta, ainda, um papel estratégico na descarbonização e eletrificação para consolidação da prestação de serviços. A participação de veículos híbridos, hoje, é de 15% e deve chegar, segundo projeção do executivo, a 60% até 2030. Além disso a empresa aposta na telemetria para monitoramento e otimização da operação das frotas corporativas como caminho para ampliação dos negócios.

Hoje a Kinto é o maior cliente de vendas diretas da Toyota no Brasil: “Nosso objetivo é crescer de forma sustentável, garantindo qualidade de atendimento e expandindo a oferta de soluções inovadoras de mobilidade”.

Assista no canal de AutoData no YouTube a entrevista completa e descubra como a Kinto está redefinindo o conceito de mobilidade corporativa no Brasil e na América Latina.

Dakota retorna com a Ram, produzida na Argentina

São Paulo – Com portfólio formado exclusivamente por picapes a Ram negociou, de janeiro a julho, 15,8 mil unidades no mercado brasileiro. A meta, segundo o vice-presidente Juliano Machado, é chegar a 30 mil até o fim do ano, impulsionada pelos lançamentos das novas 2500 e 3500 e do seu carro-chefe de vendas Rampage.

Para 2026 uma novidade ajudará a engrossar o volume: produzida em Córdoba, Argentina, a picape média Dakota, estreia no primeiro trimestre. Segundo produto do ciclo de R$ 2 bilhões aplicados pela Stellantis para transformar a fábrica em hub de exportação de picapes a novidade compartilha base e peças com a recém-modelada Fiat Titano.

Um conceito da Ram Dakota, chamado Nightfall, foi apresentado na noite de quarta-feira, 13, em São Paulo. Pouco foi dito a respeito – as informações serão guardadas para o lançamento oficial – mas pelo que pôde ser visto é razoável afirmar que a Dakota não deverá concorrer com sua irmã com logotipo italiano: como toda Ram vendida por aqui oferece um nível acima de acabamento, conforto e tecnologia.

Machado disse que a Dakota, cujo nome foi emprestado da picape produzida pela Chrysler em Campo Largo, PR, no fim dos anos 1990 com o logo Dodge, ajudará a complementar o portfólio Ram: “Existe uma lacuna entre Rampage e a 1500. Ela ocupará este espaço”.

A Ram promete divulgar mais informações em suas redes sociais. A Dakota deverá ser uma das estrelas da marca no Salão do Automóvel, em novembro.

Iveco acelera na América Latina com investimento e integração regional

São Paulo – A Iveco está reforçando sua atuação na América Latina, região que a empresa considera “extremamente estratégica” para a indústria, como observou Ricardo Cardozo, presidente do Grupo Iveco na Argentina, no 7º Congresso de Negócios da Indústria Automotiva Latino-Americana, realizado por AutoData, de 12 a 14 de agosto.

Com 56 anos de história na Argentina e presença consolidada no Brasil a montadora de veículos comerciais celebra crescimento notável, impulsionada por ciclo de investimentos bilionários e pela forte integração das suas operações nos dois principais países da região.

No primeiro semestre de 2025 a Iveco alcançou 12% de participação de mercado, salto de 1,6 ponto porcentual com relação ao ano anterior. Este avanço é reflexo do aumento de 36% nas vendas de caminhões além da expansão das áreas de serviços e de soluções de pós-venda. O Brasil e a Argentina são apontados como os principais motores desse desempenho.

A estratégia para a região foca na complementariedade de suas fábricas em Sete Lagoas, MG, e Córdoba, Argentina: “Um ponto importante que a Iveco sempre considera é a localização dos componentes. Ou seja: ter menos dependência do que acontece fora da região, ter mais recursos logísticos, mais controles. Essa complementariedade é fundamental”.

A fábrica de Córdoba, por exemplo, é responsável pela produção de motores para veículos pesados e caminhões acima de 9 toneladas para o mercado argentino e a de Sete Lagoas fabrica a linha leve Daily, caminhões médios, semipesados, com o Tector, e pesados, com o S-Way.

As cabines produzidas em Sete Lagoas são enviadas para Córdoba. Da mesma forma os motores feitos pela FPT na Argentina também vêm para o Brasil para serem montados aqui.

As exportações para outros países da região, como Equador, Uruguai, Chile e Paraguai, são feitas principalmente a partir do Brasil, caminhões, e da Argentina, motores, mas também de outros produtos específicos, como os ônibus a gás.

“Brasil e Argentina são a base dessa estratégia, formando um complexo industrial que utiliza essa complementaridade para abastecer a região.”

Portfólio 100% de combustíveis alternativos

A empresa também se destaca por sua aposta em tecnologias multienergia. Como seu presidente na Argentina ressalta a Iveco é a “única montadora na América Latina com um portfólio 100% ativo com combustíveis alternativos. Temos veículos a diesel, gás natural, biometano, elétricos, híbridos e com célula de combustível. Temos soluções para todas as realidades dos clientes em todas as regiões”.

A oferta de veículos a gás natural é um dos fundamentos deste ação, aproveitando o fato de que o combustível representa de 33% a 50% da matriz energética de alguns países da região.

Para reforçar esta posição a fábrica de Córdoba acaba de apresentar três novos motores a gás: N60 NG, N67 NG e Cursor 13 NG. São aplicáveis a veículos comerciais e máquinas. A Iveco também foi a primeira a antecipar a legislação Euro 6 na Argentina, introduzindo a tecnologia no modelo Tector, o que lhe garante uma importante vantagem competitiva.