No inverno de 2003, quem comprou um Gol zero quilômetro notou grande vantagem do carro em relação aos mesmos modelos anteriores da marca alemã: abastecido com álcool, mesmo nos dias mais gelados, o Gol mantinha o mesmo comportamento dinâmico que quando abastecido com gasolina.
Para melhorar a performance do Gol, em 2003, a Volkswagen o equipou com o sistema inteligente SFS (Software Flexfuel Sensor), da Marelli. Trata-se de um avançado programa de computador inserido no módulo de comando da injeção eletrônica, também conhecido como centralina. O programa identifica e quantifica a mistura entre álcool e gasolina do tanque, utilizando informações recebidas de sensores instalados em todo o sistema de injeção de combustível, entre eles a sonda lambda, localizada no escapamento, sensores de detonação, rotação, velocidade e temperatura.
Com essas informações, o software determina a quantidade exata de combustível que será injetada no motor e, também, o instante da faísca que vai saltar da vela para efetuar a queima dessa mistura. Inteligente e eficiente, o sistema assegura um desempenho ideal em termos de potência, torque, consumo e emissões, fazendo com que o motor funcione com diferentes combustíveis, misturado em qualquer proporção de 0 a 100%.
Atualmente são mais de 12 milhões de automóveis fabricados no Brasil equipados com esta tecnologia. A Marelli é líder no segmento de bicombustíveis no mercado nacional e fornece o SFS, além da Volkswagen, para as montadoras Chery, FCA e Mitsubishi.
“O sistema SFS foi um grande acerto porque deixa o consumidor livre para escolher qual tipo de combustível deseja usar e veio para ficar, principalmente, porque se adapta perfeitamente às novas matrizes energéticas, como os veículos híbridos”, explica Gino Montanari, diretor de P&D da Magneti Marelli Powertrain e Sistemas Eletrônicos.
Já o sistema responsável pelo aquecimento do combustível é o ECS (Ethanol Cold System), que complementa o SFS. O ECS permite que o motor do veículo flexfuel funcione perfeitamente, mesmo em baixas temperaturas, quando o motor é alimentado com etanol puro. O sistema realiza o aquecimento através de duas resistências posicionados no interior da galeria de combustível, dotadas de uma geometria interna especial.
Ao utilizar o SFS, as montadoras não precisam mais equipar os automóveis Flexfuel com sensores físicos, normalmente equipamentos mais pesados e de alto custo. Outra vantagem é ambiental. O sistema SFS está integrado na unidade eletrônica de controle do motor que permite a otimização da mistura de gasolina/etanol, garantindo um desempenho ideal em termos de emissões.
A Marelli produz o sistema completo para motores Flexfuel, que inclui desde a unidade eletrônica de controle do motor, o coletor de admissão, a galeria de combustível, os injetores até o sistema de partida a frio ECS.
A empresa também foi a primeira sistemista a montar linha de produção de bicos injetores, conhecido como Pico Eco, específicos para atender aos modelos bicombustível. A sua principal função é melhorar o desempenho dos motores multicombustíveis, pois, além de otimizar a combustão, proporciona redução dos níveis de emissões, atualmente um dos fatores primordiais para as montadoras diante da busca por atender novas leis e eliminar agressões ao meio ambiente.
A MARELLI combina dois fornecedores automotivos globais de sucesso, um italiano e outro japonês, ambos reconhecidos internacionalmente pela inovação e excelência em fabricação (Monozukuri). A MARELLI conta com cerca de 170 fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento na Europa, Japão, América e Ásia-Pacífico, com escritórios operacionais em Saitama (Japão) e Corbetta (Itália).
Foto: Divulgação
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