A sucata metálica é o material que mais traz benefícios ambientais quando reciclada. Uma das razões é que o material ferroso permite amplo ciclo de transformação de matéria em matéria-prima e vice-versa. O descarte, contudo, deve ser feito de maneira profissional e especializado para evitar contaminação do solo que pode ocorrer, especialmente quando há corrosão.
Por isso é sempre recomendável que toda empresa que lida com metais conheça bem o que diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei 12.305/2012) – que incentiva o descarte correto e determina como o processo deve ser feito para não ocorrer danos ambientais.
Para estar alinhada com as normas ambientais, a indústria automotiva trabalha com grandes empresas especializadas nesse processo de retirada segura e ambientalmente correta de sucata. A Trufer, com mais de 60 anos de atividade, é uma das mais tradicionais e, também, inovadoras deste setor de reciclagem de metais. A empresa presta serviços para grande parte da cadeia automotiva nacional que lida com materiais ferrosos em seus processos fabris.
Com serviços completos em reciclagem de metais, desde a retirada segura, passando pelo transporte adequado e, por fim, processando o material para ser reutilizado, a Trufer também oferece ajuda a empresas metalúrgicas de menor porte, muitas das quais fazem parte da cadeia automotiva, fazendo adiantamento de capital para aquisição de máquinas usadas com o pagamento sendo feito, a prestações, por meio de sucata ferrosa e não em espécie.
Recentemente duas grandes montadoras no Brasil fizeram leilões de equipamentos obsoletos, especificamente máquinas de conformação de componentes metálicos tais como estampados e fundidos. Metalúrgicas de médio e pequeno porte normalmente se interessam por esses ativos. Esse procedimento de colaboração mútua, gera empregos, capitaliza pequenas empresas, as torna mais eficientes e, sobretudo, competitivas.
Máquinas que seguem sempre rigorosos protocolos de manutenção e segurança, frequentemente são substituídas por semelhantes mais modernizadas nas grandes montadoras e sistemistas. Por isso mesmo, se estiverem de acordo com as normas de segurança vigentes, podem ser utilizadas em empresas menores. É um procedimento muito comum em todo o mundo, inclusive em países europeus e asiáticos.
Naturalmente que um equipamento, para ser leiloado, deve estar sempre dentro dos protocolos estabelecidos pelas normas NR12, Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho que especificam condições de proteção para máquinas e equipamentos instalados no Brasil. A última alteração neste texto, feita em 2019, facilitou a viabilidade técnica e financeira para adequação de equipamentos mais antigos mas em perfeito estado.
Os ajustes no texto basicamente retiraram a clausula que jogava à ilegalidade todas as máquinas fabricadas anterior a 2010, ainda que atendessem todos os padrões de segurança exigíveis quando saíram da linha de produção na época que foram fabricadas, permitindo assim agora adequações viáveis para atendimento das novas exigências.
Para a indústria de fabricação de componentes, tais como tiers 2 ou 3 na cadeia de autopeças, há grande interesse neste tipo de equipamento, como os recém leiloados pelas montadoras no Brasil. Segundo Marcio Trujillo, presidente da Trufer, a empresa possui clientes fiéis que viabilizam seus investimentos através de adiantamento de venda futura da geração de sucata. “Até mesmo matéria prima a Trufer chegou a viabilizar a compra tendo a geração de sucata futura como moeda de troca”, comenta Trujillo.
Para assegurar total eficiência operacional às máquinas usadas que são adquiridas por seus clientes, a Trufer possui parceiros para a desmobilização e adequação destas máquinas, como a Lousung, importante empresa do setor de automação de linhas e esteiras transportadoras de aparas no setor de estamparias.
Alguns outros tipos de obsolescência na indústria como embalagens ou estruturas metálicas, galpões ou infra estruturas podem ser vendidos, mas como escolha, sendo descaracterizados em pedaços e comercializados em pedaços de perfis como vigas e tubos para o setor de serralheria e caldeiraria.
Já com relação a dispositivos e ferramentais, a Trufer não realiza venda parcial ou total desta obsolescência, por risco de trazer produtos descontinuados ao mercado, neste caso, o empresário argumenta que são 100% destruídos e na maioria das vezes até auditados por uma empresa terceira, testemunhando que o destino final da sucata foi realmente concluído. A Trufer também tira de circulação máquinas que não atendem as normas NR12. “Atuamos com o objetivo de cooperar com toda cadeia automotiva para torná-la mais eficiente e competitiva mas sem abrir mão, jamais, de protocolos rígidos de segurança”, comenta Trujillo.