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14/05/2015

Para Habib, vendas de leves cairão 18% em 2015

Por Marcos Rozen

- 14/05/2015

Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, está pessimista com relação ao mercado brasileiro de 0 KM. Por seus cálculos as vendas de veículos leves neste ano cairão 18% com relação a 2014, para 2 milhões 750 mil unidades – a previsão da Anfavea é de queda de 12,3%, para 2 milhões 925 mil.

“Acredito que as vendas possam cair ainda mais, pois estimo que o resultado será no mínimo de queda de 18%. Sou mais pessimista que a Anfavea. Talvez o ano feche em 2,7 milhões, ou nem isso.” Ele, além de presidente do Grupo SHC, é concessionário Citroën, Volkswagen e Jaguar Land Rover.

Sua justificativa: “O mercado cai basicamente por falta de confiança do consumidor, que é o item mais importante para o mercado de carros. Além disso o índice de desemprego está subindo, o que igualmente afeta a confiança e acaba por retroalimentar este cenário”.

Para os anos a seguir a projeção de Habib não é exatamente das mais animadoras. “2016 será um pouco melhor que 2015, mas não muito melhor, algo como crescimento de 3% a 5%. Nos períodos seguintes, vamos supor que as vendas registrem alta de 10% a cada ano. Isso significará que em 2019 retornaremos ao patamar registrado em 2012, de 3,7 milhões de unidades. Serão sete anos para recuperar este volume. Vai demorar.”

O empresário salienta que “nesta época, 2012, prevíamos para 2015 um mercado ao redor de 4 milhões de unidades, e teremos 2,7 milhões. Em 2018 ou 2019 vislumbrávamos 5 milhões e serão 3,7 milhões. Todo mundo terá de refazer seus projetos”.

Esse processo passará necessariamente pelo ajuste da rede de concessionários, acrescenta Habib. “Há 5 mil lojas, uma estrutura preparada para vender 4 milhões de veículos. Não há como manter esse quadro vendendo 2,7 milhões.” O próprio Grupo SHC já começou este movimento, fechando casas Citroën. “Agora estamos com 32 lojas, creio que um tamanho suficiente” – algumas, entretanto, terão operações unificadas com a Peugeot. Na Jac Motors das 50 concessionárias inauguradas no Dia J, há quatro anos, sobraram 35: três tiveram as operações encerradas neste ano.

Outro fator prejudicará uma recuperação mais rápida do mercado, na opinião de Habib: o preço dos veículos. “Vão subir acima da inflação pelos próximos dois anos”, garante. “Muita coisa em um veículo tem preço ligado ao dólar, mesmo quando adquirida no Brasil: aço, vidro, pintura, plástico, eletroeletrônica. Antes uma variação cambial podia ser compensada pelo aumento do volume, com um mercado em crescimento. Agora não mais.”

Pelos cálculos de Habib os automóveis no País já subiram 5% de preço apenas no primeiro trimestre, sem considerar os pontos extras do fim da redução do IPI.


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