Milhares de metalúrgicos realizaram protesto contra o PL 4 330, que regulamenta a terceirização, na manhã de quarta-feira, 15. No ABCD trabalhadores da Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz e Scania fecharam parte da Rodovia Anchieta. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cerca de 20 mil funcionários de montadoras da região participaram do protesto.
Em decorrência da manifestação não houve produção na unidade da Ford de São Bernardo do Campo, SP, na quarta-feira, 15, segundo nota da montadora. A fábrica do ABCD emprega 4,7 mil funcionários e é responsável pela produção do New Fiesta, além de caminhões.
Na Mercedes-Benz também não houve produção, mas a parada já estava previamente programada, uma vez que a montadora concedeu duas folgas remuneradas para os trabalhadores nesta semana, nos dias 14 e 15.
Nas unidades do ABCD da Volkswagen e Scania houve produção normal, segundo o sindicato.
Os metalúrgicos decidiram realizar uma série de manifestações na tentativa de impedir a sanção da lei da terceirização. Segundo o sindicato, outros protestos podem acontecer “a qualquer momento”.
O texto-base do PL foi aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 8, depois que o presidente da Casa, Eduardo Cunha, colocou o projeto para aprovação em regime de urgência. A proposta legaliza a terceirização em todos os postos de trabalho da cadeia produtiva – atualmente é permitida apenas nas atividades-meio das empresas, como limpeza, portaria e segurança.
Em comunicado o presidente do sindicato, Rafael Marques, afirmou que “o sonho de todo trabalhador terceirizado é ser contratado e não é isso que está sendo proposto no Congresso. A proposta é fazer de forma disfarçada uma reforma trabalhista de interesse do empresariado. Querem tirar a força os direitos da classe trabalhadora”.
Também houve manifestação em São José dos Campos, SP. Trabalhadores da General Motors iniciaram o protesto por volta das 5h30 da manhã. De acordo com o sindicato local cerca de 2 mil trabalhadores participaram de passeata.
Chery – A greve da Chery em Jacareí chegou ao décimo dia na quarta-feira, 15. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos anunciou ação de dissídio coletivo, ajuizada no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região, em Campinas.
Em nota a Chery afirmou que está avaliando, junto à matriz, a possibilidade de apresentar nova proposta e que continua aberta às negociações com o sindicato. A empresa acrescentou que não foi notificada do pedido de dissídio coletivo.
De acordo com comunicado do sindicato, na última rodada de negociação, realizada na terça-feira, 14, a Chery propôs reajuste apenas para o piso salarial. Com isso todas as outras faixas de salário permaneceriam inalteradas.
Segundo a proposta apresentada pela montadora o piso passaria de R$ 1,2 mil para R$ 1,4 mil neste mês e para R$ 1 mil 470 em setembro, data-base da categoria. O sindicato alega que na General Motors de São José dos Campos o piso para montadores é de R$ 3,5 mil.
A proposta foi rejeitada ainda na mesa de negociação pelo sindicato e, em assembleia realizada na manhã de quarta-feira, os trabalhadores decidiram entrar com a ação de dissídio coletivo.
Também houve pouco avanço nas negociações a respeito da jornada de trabalho. A empresa propôs a redução de meia hora neste ano, mais meia hora em 2016 e uma hora em 2017. Ainda assim seriam duas horas acima da jornada cumprida pelos metalúrgicos da GM, de 40 horas semanais. O sindicato afirma ainda que estão na pauta de reivindicações estabilidade no emprego e normas de segurança do trabalho.
“A Chery continua se recusando a seguir as normas coletivas da categoria e, portanto, a greve dos trabalhadores vai continuar”, disse em nota o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
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