Ao apresentar o novo Focus hatch em Fortaleza, CE, na segunda-feira, 22, a Ford informou que somente em julho irá mostrar a nova geração do modelo em sua versão sedã. A decisão faz parte de estratégia da montadora de reposicionar o Focus Sedan no mercado brasileiro, conforme revela o gerente geral de marketing da Ford América do Sul, Oswaldo Ramos:
“O Focus Sedan mudará inclusive de sobrenome. Ainda não posso revelar pormenores, mas o modelo deixará de ter o Sedan em sua denominação: ganhará outra nomenclatura. O mercado de sedãs no Brasil é muito associado a carros mais tradicionais, menos esportivos. Queremos mudar isso”.
A montadora já se utilizou de estratégia semelhante para o novo Ka: a versão sedã foi batizada apenas como Ka+, sem utilizar o termo Sedan junto à nomenclatura da versão.
Ramos promete uma ampla ação de marketing para tentar desvincular o Focus Sedan do segmento ao qual pertence. Por mais paradoxo que isso pareça, o gerente da Ford mostra-se otimista com a estratégia que a montadora está montando nesse sentido: “Vamos reforçar as novas características do modelo, principalmente sua jovialidade e esportividade. São quesitos que o brasileiro não associa a um sedã e por isso a mudança do sobrenome do modelo. Por enquanto é só o que posso revelar”.
Enquanto o Focus hatch é líder do mercado no seu segmento, seguido do Volkswagen Golf e Chevrolet Cruze Sport6, o Focus Sedan perde para modelos mais tradicionais do mercado brasileiro, como Toyota Corolla e Honda Civic. “A disputa no segmento de sedãs médios é muito mais acirrada do que no de hatches médios: enquanto o primeiro tem doze concorrentes o segundo conta com apenas cinco. Por isso vamos aproveitar a nova geração, com design mais moderno e a incorporação de novas tecnologias nas áreas de segurança e conforto, para reposicionar o modelo no mercado.”
Em alta – Com a linha toda renovada e 100% de modelos globais a Ford conseguiu ampliar participação no mercado brasileiro este ano, saltando de 9,5% para 11% no comparativo dos primeiros cinco meses do ano passado com o mesmo período deste ano.
O novo diretor de marketing, vendas e serviços da Ford América do Sul, Guy Rodriguez, atribui os problemas atuais do mercado interno à falta de confiança do brasileiro: “O problema não é falta de dinheiro, é falta de confiança. Acho que durante este ano ainda não haverá retomada das vendas, talvez no ano que vem. O certo é que se a confiança voltar passaremos de uma situação de estoque elevado para falta de carro. Ela voltando a retomada será imediata”.
Na avaliação de Ramos, gerente de marketing, o consumidor brasileiro está hoje mais maduro e isso acaba afetando o volume de venda: “Antes o cliente do modelo 0 KM trocava de carro a cada dois ou no máximo três anos. Agora ele está preferindo esperar quatro anos e comprar um carro mais sofisticado, mais completo. Isso gera uma postergação das compras”.
A linha Focus, produzida na Argentina, recebe o motor 1.6 e a transmissão manual do Brasil. “Há vários outros pequenos componentes que vão daqui para lá. No geral, incluindo a troca de veículos, temos conseguido manter equilíbrio nas nossas relações bilaterais, o que é importante para os dois países”, diz Ramos. A Ford traz o Ranger e o Focus de lá e manda as linhas Ka e Fiesta para lá.
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