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23/07/2015

Executivos do setor são convocados a depor na CPI do Carf

Por Redação AutoData

- 23/07/2015

Executivos da indústria automobilística serão convocados a prestar depoimentos aos senadores da CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, que apura supostas irregularidades no Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – uma espécie de tribunal superior da Receita Federal que julga autuações contestadas.

Os atos do Carf são investigados pela Polícia Federal na chamada Operação Zelotes, que corre em sigilo. No fim de março foram divulgadas por meios de comunicação informações de que cerca de setenta empresas seriam suspeitas de pagar propina a integrantes do órgão para manipular julgamentos, a fim de reduzir ou eliminar multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo as informações, extraoficiais, algumas empresas do setor automotivo estariam na lista das investigadas.

As fraudes teriam gerado prejuízos de R$ 6 bilhões aos cofres públicos, mas auditores envolvidos na operação avaliam que a fraude poderia superar os R$ 19 bilhões, de acordo com a Agência Senado.

A CPI criada pelo Senado aprovou na terça-feira, 23, a convocação de Luiz Moan, presidente da Anfavea, e de gestores da Ford e Mitsubishi – estes sem citação nominal –, duas das companhias supostamente investigadas. Ainda foram convocados executivos do Banco Santander, do Grupo RBS e ex-integrantes do Carf, dentre outros.

Segundo a Agência Senado a justificativa para convocação de Moan foi a “citação da empresa como participante do esquema que teria causado perda aos cofres públicos”.

Com relação às montadoras, “relatórios da Polícia Federal apontam que a empresa Ford do Brasil teria participado do esquema de corrupção” e ainda “segundo informações da imprensa, relatórios da Polícia Federal apontam que a Mitsubishi Motors do Brasil teria participado do esquema de corrupção investigado na Operação Zelotes”.

A Anfavea informou, por meio de comunicado, que recebeu com surpresa a convocação de seu presidente. “Entretanto, [a associação] entende como um processo normal dentro de uma CPI e que será uma ótima oportunidade para esclarecer que a Anfavea não tem relação com o órgão investigado e, portanto, com esta investigação”.

Também em nota a Ford afirmou que “como uma empresa comprometida com a ética e a integridade em todos os aspectos do negócio, a Ford tem uma posição forte e clara contra a corrupção em todas as operações ao redor do mundo. A Ford apoiará totalmente as investigações”.

Também procurada pela reportagem, a Mitsubishi informou que não comentará o assunto.

As datas dos depoimentos dos executivos aos integrantes da CPI ainda não foram divulgadas.


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