AutoData - Mercedes-Benz adere ao PPE e demissões são canceladas
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01/10/2015

Mercedes-Benz adere ao PPE e demissões são canceladas

A Mercedes-Benz será a primeira montadora de autoveículos do País a aderir ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego, do Governo Federal. Com a decisão as 1,5 mil demissões previstas para ocorrer na terça-feira, 1º., estão definitivamente canceladas.

Um acordo costurado durante o fim de semana e votado em assembleia na manhã da segunda-feira, 31, também serviu para colocar fim à greve dos funcionários no ABCD, motivada pela decisão da montadora em realizar os cortes e iniciada uma semana antes, na segunda-feira, 24.

A negociação contempla estabilidade de emprego até 31 de agosto de 2016 aos quase dez mil funcionários da fábrica. Todos os horistas e mensalistas terão redução de 20% da jornada de trabalho e de 10% dos salários, vez que os outros 10% relativos à redução de jornada serão pagos pelo FAT, conforme as regras do PPE.

Haverá ainda congelamento da tabela salarial até dezembro de 2016 e o reajuste pelo INPC, no ano que vem, terá apenas metade incorporada aos salários na data-base, maio, enquanto a outra metade será paga como abono, em duas parcelas, no valor total de R$ 3 mil.

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemorou a decisão. Seu presidente, Rafael Marques, considerou o processo como “uma negociação dura que chegou a um resultado final positivo após esforço conjunto dos trabalhadores, do Sindicato e também da empresa.Revertemos as demissões com o PPE, que é o programa certo para dar conta da situação de crise atual”.

Pela montadora, também em comunicado, o presidente Philipp Schiemer afirmou: “Estamos felizes pelas famílias e pelos nossos funcionários, que terão a garantia de emprego até o próximo ano. Isso representa um fôlego tanto para a Empresa quanto para os colaboradores diante de uma forte crise econômica no País”.

O executivo complementou: “As expectativas de vendas para o mercado de veículos comerciais em 2015 continuam negativas e não existe nenhuma previsão de recuperação no próximo ano. Nesse sentido, o País precisa de medidas para sair da recessão, controlando a alta inflação e as elevadas taxas de juros, retomando o crescimento econômico e despertando a confiança dos investidores para realizar novos negócios. A falta de estabilidade política e econômica gera uma desconfiança dos clientes, que deixam de investir no mercado brasileiro. Essa situação, se não resolvida, continuará ameaçando as empresas e a manutenção de empregos no País”.

Já o presidente da Anfavea, Luiz Moan, reafirmou que o PPE pode ajudar a proteger o nível de emprego no setor automotivo, além da condição da Mercedes-Benz como pioneira das montadoras de autoveículos a aderir ao programa – iniciativa que teve o apoio da associação desde sua gestação. Durante seminário sobre o setor automotivo em São Paulo na segunda-feira, 31, Moan considerou que “cada caso é um caso. Na General Motors em São José dos Campos, por exemplo, não houve negociação [para adesão ao PPE] por intransigência do sindicato. A Mercedes-Benz mostrou que o instrumento está aí e pode ajudar a evitar demissões”.

VW TAUBATÉ – Quadro similar na VW de Taubaté, onde os funcionários voltaram ao trabalho na segunda, 31, após 12 dias de greve. As cerca de cinquenta demissões, que iniciaram o movimento, também foram revertidas. Pelo acordo aprovado, haverá abertura de PDV na unidade.

O programa concede incentivos de cinco a quinze salários adicionas, dependendo do tempo de casa. Para empregados com comprovação de doenças ocupacionais, haverá adicional de um salário por ano de casa. A meta da empresa, de acordo com o sindicato local, é alcançar quinhentas adesões.

Em nota, a VW considerou que “a proposta aprovada é balanceada e possibilitará a adequação necessária da estrutura de custos e de efetivo da unidade”.


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