AutoData - Porsche chega, oficialmente, ao Brasil
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14/12/2015

Porsche chega, oficialmente, ao Brasil

Por André Barros

- 14/12/2015

Em 2013, quando a Porsche tomou a decisão de criar sua décima-oitava subsidiária global no Brasil, em São Paulo, o humor do setor automotivo estava diferente. Embora em pequeno declínio, o mercado apresentava perspectivas positivas e poucos – ou ninguém – imaginavam que dois anos depois conviveríamos com uma retração superior a 20% nas vendas.

Naquele ano Audi e Mercedes-Benz anunciaram seu retorno à condição de produtora de automóveis no Brasil. Foi também em 2013 que a Porsche alcançou o maior volume de vendas da história no mercado brasileiro: 1 mil 39 unidades.

Em agosto, cerca de dois anos após a decisão, a companhia importou seu primeiro modelo, um 911 GT3. Antes toda essa operação estava a cargo da Stuttgart Sportcar, empresa presidida por Marcel Visconde, também presidente da Abeifa, que, devido à sua parceria de anos, permanece com uma fatia da subsidiária brasileira, além das quatro concessionárias – em Curitiba, PR, Porto Alegre, RS, Rio de Janeiro, RJ, e São Paulo.

Para o novo diretor presidente da Porsche no Brasil, Matthias Brück, a decisão foi acertada:

“Há um grande potencial de crescimento do segmento premium no mercado nacional, além do poder de compra do consumidor. Apesar das dificuldades políticas e econômicas atuais enxergamos o Brasil como uma oportunidade”.

Neste ano a companhia projeta vender 750 unidades, cerca de 25% abaixo de seu recorde – e em linha com o volume do ano passado. De janeiro a outubro foram comercializados 597 Porsche no País, exata 1 unidade acima do volume de igual período de 2014.

“O segmento premium segue crescendo”, contou Brück, um alemão de 44 anos que trabalha há mais de treze na companhia e que, antes de desembarcar em São Paulo, dirigia a divisão latino-americana da Porsche, sediada em Miami, Florida, Estados Unidos. “Mas cresce em segmentos abaixo do nosso portfólio de produtos.”

Crescer em volume é um dos objetivos da subsidiária brasileira. Por isso a companhia quer diversificar seu portfólio local com mais versões e opções aos consumidores. Motores menores e versões menos completas de seus carros estão no radar dos executivos designados para a operação brasileira. De acordo com Brück “a mudança na legislação tributária permitirá que importemos modelos híbridos e elétricos no futuro”.

A expansão da rede, atualmente com sete concessionárias – além das quatro Stuttgart existem três Eurobike em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, SP, e Brasília, DF –, também está nos planos. Em breve Recife, PE, ganhará uma revenda Porsche e outras localidades estão sendo mapeadas pelos executivos, que ainda não conseguem calcular o tamanho ideal para a rede de distribuição local.

Descartada, porém, está a possibilidade de produção local: “Eu gostaria, mas não está nos planos”, afirmou Brück. “Nós somos pequenos aqui. Não há planos atualmente e acredito que não haverá no futuro”.


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