Mais do que taxas de juros baixas e subsidiadas por meio de linhas de financiamento de bancos oficiais, o setor de caminhões desejava nos últimos anos regras bem definidas para o longo prazo. No ano passado, por exemplo, a regulamentação do Finame PSI saiu em meados de janeiro e a sua operação, deu início um mês depois, prejudicando praticamente o primeiro bimestre inteiro em vendas.
A boa notícia ao setor veio quase na véspera do natal, em reunião convocada pelo governo em 23 de dezembro, à qual compareceram o presidente Luiz Moan e o vice-presidente Luiz Carlos Moraes: apesar da confirmação do fim do Finame PSI, a modalidade TJLP está de volta – e com aumento do porcentual financiado de 70% para 80% para pequenas e médias empresas e de 50% para 70% para grandes empresas.
Agora resta os bancos ajustarem os seus sistemas para que as novas regras entrem em operação, o que, segundo os executivos da Anfavea, deverá ocorrer ainda este mês.
“Operamos o Finame TJLP no passado e apoiamos a decisão do governo”, disse Moraes, em coletiva à imprensa na quinta-feira, 7. “Agora vamos arregaçar as mangas e vender caminhões e ônibus aos nossos clientes. Essa linha oferece condições atrativas na comparação com outras ferramentas disponíveis no mercado”.
A tarefa não será fácil, tanto que a indústria não projeta alcançar resultados superiores às 71,7 mil unidades comercializadas no ano passado, volume 47,7% inferior ao de 2014. “Durante todo o ano mantivemos uma média próxima das 6 mil unidades vendidas por mês, já baixa. Nos últimos meses piorou e ficou na casa de 4 mil a 5 mil, resultando nessa queda de quase 50%”.
Em dezembro os brasileiros adquiriram 5,6 mil caminhões, queda de 59% com relação ao último mês de 2014, mas 18,6% superior ao resultado de novembro, o pior mês do ano.
Mesmo com a reação das exportações, que cresceram 17,7% no ano passado, para 20,9 mil unidades, a produção também caiu quase pela metade, com 74,1 mil caminhões, ante 140 mil produzidos um ano antes.
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