Após um 2015 complicado para os negócios do setor automotivo, com queda de 26,6% nas vendas de veículos, 2016 começa promissor – ao menos nas expectativas. Ainda este mês o governo deverá lançar o tão esperado programa de renovação de frotas de veículos, já denominado Programa de Sustentabilidade Veicular, com potencial para adicionar 500 mil unidades por ano ao balanço de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões, chassis de ônibus e motocicletas.
O plano, idealizado e desenhado por dezenove instituições, incluindo associações de fabricantes, sindicatos e de governo, chegou a um ponto comum e está quase pronto para sair do forno. Segundo Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, até o fim de janeiro os pormenores serão revelados.
“Temos um compromisso verbal”, afirmou durante coletiva à imprensa para divulgação dos resultados do ano passado na quarta-feira, 6. “Serão 500 mil veículos vendidos a mais já este ano, sendo 30 mil caminhões.”
Esse número não foi contemplado nas projeções de vendas divulgadas pela associação, que projeta queda de 5,8% nas vendas de veículos em 2016, para 2 milhões 420 mil unidades. Em motocicletas a expectativa é de recuo de 4,1%, para 1 milhão 220 mil unidades. As 500 mil unidades em potencial seriam absorvidas por todos os segmentos, o que poderia dar a 2016 resultado superior a 2015.
O Programa de Sustentabilidade Veicular retiraria de circulação caminhões com mais de 30 anos de uso, automóveis e comerciais leves com idade superior a 15 anos e motocicletas com mais de 10 anos de operação. O proprietário do veículo se dirigiria a uma concessionária ou recicladora credenciada e o venderia a preço de mercado, podendo usar a carta de crédito para adquirir outro modelo mais novo – não necessariamente 0 KM.
O que Assumpção Jr. não divulgou foi quem bancará esse programa. “Ainda não foi batido o martelo sobre qual será o modelo adotado, mas posso garantir que não haverá subsidio do governo, que passa por um momento de ajuste fiscal.”
Resultados – Sem contar com os possíveis benefícios do programa, a Fenabrave projeta queda em todos os segmentos de mercado neste ano. Segundo a associação serão comercializados 2 milhões 330 mil automóveis e comerciais leves, queda de 5,9%, 69,9 mil caminhões, recuo de 2,7%, e 19,7 mil chassis de ônibus, volume 3,2% inferior.
O ano, portanto, seria pior do que o de 2015, que já registrou queda de dois dígitos em todos os segmentos com relação a 2014.
As vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 25,6%, para 2 milhões 476 mil unidades. O mercado de caminhões sofreu mais: 47,6% de queda, com 71,8 mil unidades. Os chassis de ônibus retraíram 36,6%, para 20,3 mil.
Esse desempenho provocou o fechamento de 1 mil 47 concessionárias no ano passado, de acordo com balanço da Fenabrave, e o corte de 32 mil postos de trabalho. 552 foram de automóveis e comerciais leves, 125 de caminhões e ônibus, 91 de implementos rodoviários e 279 de motocicletas.
Por outro lado abriram 420 novos pontos de vendas, sobretudo de marcas em crescimento no mercado, como Audi e Jeep. O saldo assim foi de 627 concessionárias fechadas – o setor terminou 2015 com aproximadamente 7,7 mil lojas em operação.
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