A Kia Motors e a Chery receberam renovações de suas habilitações ao Inovar-Auto, o regime automotivo brasileiro.
A fabricante de origem coreana, desta forma, ganhou nova cota de 4,8 mil unidades/ano para importação sem cobrança adicional do IPI majorado em trinta pontos porcentuais, o teto desta cota. Este volume, de acordo com a Portaria 413 do MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, poderá ser utilizada livremente até 31 de dezembro de 2016.
Pela primeira vez, entretanto, a marca de origem coreana terá um volume adicional a importar com vantagens tributárias. Isso porque a Kia Motors inaugura neste primeiro trimestre fábrica no México, país que conta com acordo automotivo bilateral com o Brasil. Assim, os veículos vindos daquele país não pagarão imposto de importação.
No ano passado, de acordo com dados da Abeifa, a Kia Motors comercializou no Brasil quase 16 mil unidades, em queda de 33% ante as 23,8 mil de 2014. Ou seja: a empresa, representada no País pelo Grupo Gandini, arcou com os impostos cheios para cerca de 11 mil unidades, vez que todas são importadas de países com os quais o Brasil não tem acordo bilateral automotivo e a empresa não tem fábrica no País, tampouco projeto para tal.
Apesar disso o Sportage foi o modelo importado mais vendido do Brasil no ano passado, com 6,7 mil emplacamentos.
Neste 2016 a gama deverá ser reforçada pelos modelos Rio e a nova geração do Cerato, que serão produzidas em território mexicano. Mas de qualquer forma os volumes não deverão ser muito significativos, vez que até 2019 o comércio Brasil-México no setor automotivo ainda será regido por cotas, divididas por montadoras – definição que vem em 70% da Amia, a Anfavea local. Como a Kia ainda não produzia ali quando o acordo foi fechado, há um ano, a fabricante terá de se contentar com o que for possível dentro da cota estabelecida, que para 2016 é de US$ 1,6 bilhão, a contar a partir de março, para todas as empresas.
Chery – Já a situação da Chery é bem distinta, vez que a montadora de origem chinesa já é uma fabricante local, com unidade em Jacareí, no Vale do Paraíba. Ela também teve sua habilitação ao Inovar-Auto renovada até o fim do ano, mas neste caso recebe desconto no IPI a partir de cálculo sobre as compras locais.
Em dezembro a montadora mais uma vez apresentou uma revisão de seus planos de produção nacional, que agora preveem em março o novo QQ, um subcompacto, e três versões de carrocerias distintas do SUV Tiggo a partir do segundo semestre: a 5 primeiro, depois a 1 e mais tarde a 3.
O cronograma prevê de oito mil a dez mil unidades fabricadas no Brasil neste ano, sendo de 1 mil a dois mil destinadas ao Exterior. A fabricante não recebeu cota de importação nesta habilitação, específica para as operações locais, o que não a preocupa: a partir de agora a comercialização dos Chery no País será totalmente de produtos nacionais, abrindo mão dos modelos trazidos da China.
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