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Mercado
18/10/2018

Chapecó quer ser a capital dos pesados

Imagem ilustrativa da notícia: Chapecó quer ser a capital dos pesados
Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Chapecó, SC – A Região Oeste de Santa Catarina tornou-se o principal polo frigorífico nacional por concentrar as principais fábricas do setor de alimentos. O êxito da produção local de carnes e derivados, afora fortalecer a participação do agronegócio no PIB, gerou demanda que deu sustentação ao mercado de caminhões pesados desde 2017: no ano passado ocorreu ali, na microrregião de Chapecó, SC, a maior parte dos negócios.

 

Nos setenta municípios da região, tendo Chapecó como principal centro, foram realizadas cerca de 1,2 mil vendas nas concessionárias, volume que, segundo Marcelo Velloso, gerente comercial da Carboni Iveco, caracteriza a área como maior mercado de caminhões pesados do Brasil. Ele contou, na quinta-feira, 18, que levou em consideração no cálculo a origem, e não o destino, do emplacamento: “Os negócios são fechados pelas empresa daqui, mas os veículos são emplacados em outros estados por questões fiscais”.

 

A afirmação faz sentido, ainda que o mercado seja medido pela régua dos emplacamentos por região. O agronegócio, principalmente a produção de grãos e produtos de origem animal, tem sido apontado pelas fabricantes de veículos como principal vetor de negócios desde o ano passado. Em Chapecó estão instalados as maiores produtores, como Aurora, BRF e JBS, e também os frotistas que escoam seus produtos para o resto do País.

 

A movimentação dos negócios é inferida nos números de vendas feitos pela concessionária Carboni, que representa a Iveco na região. De acordo com Osmar Carboni, diretor do grupo de empresas que leva o sobrenome de sua família, a rede que controla foi responsável no ano passado por 50% das vendas totais dos modelos pesados da Iveco. Números da Anfavea mostram que no ano passado a marca emplacou 638 unidades de caminhões pesados no País:

 

“Este ano o crescimento dos negócios está bastante aquecido porque o mercado de alimentos, principal comprador dos caminhões pesados, não sofreu com a crise dos últimos anos, ao contrário. De forma que conseguimos manter uma participação de 50% também este ano nas vendas de pesados. Considerando todos os modelos vendidos aqui, temos um volume mensal atual de noventa unidades”.

 

Até setembro as vendas da Iveco no mercado brasileiro superaram as registradas em todo o ano passado, chegando a 893 unidades, o que refletiu positivamente no volume de vendas da Carboni. Por causa dessa demanda aquecida a concessionária planeja se transferir para um edifício maior do que o atual, também em Chapecó, para poder acomodar mais veículos que chegam para fazer manutenção ou que aguardam a retirada pelos clientes.

 

Na quinta-feira esteve na loja o presidente e fundador da Transportes Framento, Luiz Framento, um dos maiores transportadores de cargas frigoríficas do País. Ele recebeu a chave simbólica da venda de um lote de cinquenta caminhões realizada em 2017, cujas últimas unidades estão sendo entregues este mês. O executivo articula com a Carboni a compra de mais cem unidades Iveco em 2019: “Estou esperando o resultado das eleições e como o mercado se comportará, mas o novo volume está contemplado no planejamento para o ano que vem”.

 

A frota da Transportes Framento é formada por setecentos caminhões, a maior parte Iveco.

 

A procura por caminhões pesados na região é tamanha que as concessionárias decidiram se organizar para a criação de uma feira dedicada ao segmento. Na quarta-feira, 17, começou a primeira edição Fetranslog, que tem como participantes os grupos concessionários de Chapecó e empresas da cadeia de fornecimento. A expectativa da organização é a de que sejam movimentados R$ 150 milhões em negócios até o fim do evento, na sexta-feira, 19.

 

Foto: Bruno de Oliveira.