AutoData - Montadoras resistem ao cronograma do Euro 6
Transporte
26/11/2018

Montadoras resistem ao cronograma do Euro 6

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Foto Jornalista Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – A resolução que regulamenta a fase P8 do Proconve, equivalente à norma Euro 6 de emissões, publicada pelo Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, em 16 de novembro, vai na contramão das expectativas das montadoras instaladas no País. Fonte da indústria considera a medida “dissonante diante das demandas do mercado brasileiro” no que diz respeito à poluição, e que demandará investimento de retorno incerto na produção.

 

Segundo a fonte afirmou à Agência AutoData, há expectativa de que o novo governo, que tomará posse em janeiro, derrube de alguma forma a resolução que estipula para 2023 a entrada em vigor da nova lei de emissões: “Todas as montadoras têm em sua oferta global motores Euro 6, de forma que, sob a ótica tecnológica, não haveria problema algum em produzir localmente. Mas serão necessários investimentos em linha de produção, em desenvolvimento, e quem pagará esta conta? O próximo governo não é favorável aos incentivos”.

 

Ainda de acordo com a fonte produzir motores Euro 6 no País não faria sentido no âmbito dos negócios. Na sua lógica a indústria assumiria os custos da produção e da engenharia para nacionalizar os motores, que seriam repassados ao preço final. Isso tornaria a compra desse caminhão inviável para frotistas: “Os clientes, hoje, possuem outras preocupações com a sua operação, como economia de combustível e de Arla, por exemplo. Seria um desafio enorme introduzir uma tecnologia avançada no curto-prazo, pois a conta dele não fecharia”.

 

Sobre o tema das emissões o desejo da indústria é o de que sejam utilizadas outras ferramentas no País para reduzir os poluentes na atmosfera – uma demanda do Acordo de Paris, do qual Brasil é signatário. O executivo cita como exemplo um programa nacional de renovação de frota, que poderia “diminuir o número de caminhões antigos nas estradas”. Outra alternativa seria a via fiscal: “O IPVA, como existe hoje, beneficia quem tem um veículo mais velho, que deixa de pagar o tributo. Quem tem veículo novo paga mais. Deveria ser o inverso”.

 

Foto: Divulgação.