São Paulo – A indústria de implementos rodoviários fechou o primeiro bimestre com crescimento de 54,2%, somando 16,5 mil reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis licenciados. A interpretação do presidente da Anfir, entidade que representa as empresas fabricantes, Norberto Fabris, é que se trata da continuidade da recuperação do mercado iniciada em abril do ano passado — puxada, sobretudo, pela demanda do agronegócio.
“Foram quatro anos perdidos, com baixos volumes e a economia se arrastando. Agora há a necessidade de renovar a frota, o que gera esse ritmo de recuperação, que é bom, mas não chega a nos deixar otimistas porque o Brasil está demorando a acelerar.”
Embora não esteja otimista, Fabris também não quer demonstrar pessimismo: “Estamos em um caminho de recuperação. Não tem choradeira, a única ressalva que fazemos é a de que o forte crescimento é sobre uma base muito baixa”.
O cenário é inverso ao da lógica histórica do setor: a linha pesada, de reboques e de semirreboques, somou mais da metade dos emplacamentos do bimestre, com 8 mil 885 unidades – alta de 72% sobre o ano passado. A linha leve, de carrocerias sobre chassis, somou 7 mil 595 licenciamentos, avanço de 38%. O usual é oscilar de um a 1,5 emplacamento da linha leve para cada um da linha pesada.
“O comércio demora um pouco mais a se recuperar, tem resposta mais lenta do que a indústria e o agronegócio. Mas está demorando mais do que o costume: normalmente leva seis meses depois da recuperação do segmento pesado.”
Fabris disse que, embora os índices de confiança do empresário e do consumidor apontem para cima, ainda não veio a segurança em investir. “Está todo mundo esperando a reforma da Previdência”.
A Anfir estima crescer este ano de 10% a 15%, alcançando 99 mil a 104 mil unidades comercializadas. A última vez que o setor vendeu mais do que 100 mil implementos rodoviários foi em 2014 – a partir de lá a indústria viu uma queda forte em seus negócios, que provocou, inclusive, o fechamento de algumas empresas.
Ainda para 2019 existe o objetivo de enviar 5 mil implementos para novos mercados, sobretudo na América Latina. A Anfir e a Apex-Brasil mantêm convênio para alavancar o comércio exterior do setor – na semana que vem, por exemplo, catorze empresas participarão de rodadas de negócio no Equador.
Foto: Julio Soares.
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