São Paulo – A disputa comercial da China com os Estados Unidos trouxe efeitos positivos para a fábrica do Grupo AGCO em Santa Rosa, RS: diante do impasse a matriz decidiu que a demanda estadunidense por colheitadeiras, antes suprida por unidades chinesas, passou a ser atendida pelas linhas da fábrica gaúcha que produz modelos Massey Ferguson.
Segundo o diretor de marketing para a América do Sul, Alfredo Jobke, o fato de produzir o mesmo modelo que vinha da China teve peso importante na decisão. Com isso, a fábrica de Santa Rosa produzirá de 3 mil a 4 mil máquinas a mais este ano, que serão exportadas ao longo do segundo semestre:
“Ainda não calculamos quanto de crescimento a mais teremos na produção com este volume que será exportado para os Estados Unidos, mas com certeza ajudará nos números finais do ano”.
O executivo também ressaltou que as novas encomendas ajudarão a minimizar a queda na produção registrada no segundo trimestre do ano, efeito do menor consumo interno pela falta de recursos do Plano Safra e também da queda nas exportações para Argentina.
A mudança também ajudará a AGCO do Brasil a aumentar as exportações na comparação com 2018, mesmo com a crise no mercado argentino: “Como começamos a atender aos Estados Unidos, será possível compensar o menor volume para a Argentina e até crescer as exportações em 2019”.
Com relação ao mercado nacional de máquinas agrícolas, o executivo disse que a expectativa é de um crescimento acima de 10%, puxado por mais uma safra recorde de grãos e pela continuidade dos investimentos em máquinas mais modernas pelos produtores. Questionado sobre a expectativa de crescimento do PIB, que está em 0,87% e começou o ano em 3%, o executivo disse que o setor é pouco impactado por esse cenário:
“O agronegócio está aquecido. Para nós o mais importante é que as regras do novo Plano Safra tragam boas condições de financiamento para os produtores para que, com isso, eles continuem investindo”.
Fotos: Divulgação.
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