São Paulo – Após o segmento de caminhões pesados e, especialmente, extrapesados, puxarem o crescimento no primeiro semestre, Ricardo Alouche, vice-presidente de marketing, vendas e pós vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus projeta maior fôlego nos outros segmentos até o fim do ano. O executivo vê aquecimento nas negociações em especial das linhas leve e médio, com maior procura dos clientes.
“Ainda não é uma grande recuperação, mas é positivo para sustentar o volume a médio e longo prazo”.
Os segmentos se beneficiam da maior demanda na distribuição urbana, que também está aquecida, segundo Alouche: “O [segmento] de bebidas está crescendo, assim como o farmacêutico, no qual fechamos venda grande recentemente para o grupo da Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco, padronizou toda sua frota com modelos Delivery”.
Nos médios o vice-presidente ressaltou que, após quatro anos sem comprar novos veículos, o segmento de coleta de lixo está renovando sua frota.
Esse cenário positivo faz Alouche projetar um segundo semestre de expansão na comparação com o mesmo período de 2018, sem subsídios do governo ou algum tipo de incentivo adicional: “Essa recuperação é por demanda e serve como um bom indicativo para o ano que vem e para economia nacional. Para o fechamento de 2019 a expectativa é a de crescimento de 15%, em linha com o que foi divulgado pela Anfavea”.
Mas nem tudo são boas notícias: no caso das exportações, a situação da Argentina atingiu as vendas externas do setor e da VWCO, que espera uma redução no volume exportado na comparação com 2018:
“É um dilema: quando o Brasil está bem, o mercado argentino cai. É um mercado que costuma representar em torno de 40% das nossas exportações, e atualmente não estamos exportando quase nada para lá. Realocamos alguns volumes para outros mercados, mas esbarramos em questões normativas, pois o caminhão exportado para Argentina muitas vezes não atende às normas de outros países, como Colômbia e Equador. Um mercado que nos ajudou a reduzir a queda foi o Chile, mas a competitividade por lá é complicada, porque dispõe de mais de quarenta marcas de caminhões”.
Diante do cenário complicado no país vizinho, Alouche disse que a expectativa da companhia é de recuperação a partir do segundo trimestre do ano que vem, mas antes é necessário aguardar o resultado das eleições e o comportamento do mercado a partir da definição política.
Com a queda nas vendas externas a produção da fábrica de Resende, RJ, caiu nos primeiros meses do ano, mas agora já está normalizada e operando em um turno completo, graças ao aquecimento do mercado interno: “Já trabalhamos em alguns sábados e fizemos algumas horas extras para atender alguns pedidos pontuais. A linha do TGX está operando em dois turnos, mas é a única”.
Para o ano que vem a VWCO espera preencher o segundo turno de produção, com base em alguns fatores como a projeção de alta da Anfavea para as vendas de caminhões, aprovação das reformas que resultarão em crescimento maior do PIB, retomada da Argentina, vendas mais aquecidas para o México e novos mercados de exportação.
Fotos: Divulgação.
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