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Mercado
08/01/2020

Importadores projetam crescimento, apesar do dólar

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – As oscilações do dólar durante todo 2019, especialmente na segunda metade, quando a cotação bateu o pico de R$ 4,28, prejudicaram o desempenho dos importadores de automóveis filiados à Abeifa, entidade que reúne importadores e alguns fabricantes. Mas a queda de 7,9% nas vendas com relação a 2018, para 34,6 mil unidades, não tirou o otimismo do presidente José Luiz Gandini. Em entrevista coletiva à imprensa na quarta-feira, 8, o empresário divulgou três cenários de projeções – e em todos há perspectiva de crescimento com relação ao ano passado.

 

No mais pessimista, com o dólar médio na casa dos R$ 4,20, o setor fecharia com cerca de 35 mil unidades licenciadas, leve avanço sobre 2019. No mais otimista, com a moeda estadunidense mantendo uma cotação média de R$ 3,80 durante o ano, as vendas podem chegar a 45 mil unidades.

 

O intermediário é a aposta de Gandini: dólar por volta de R$ 4,00, em média – em 2019 a mediana foi de R$ 3,95 –, e 42,5 mil automóveis e comerciais leves importados pela Abeifa comercializados no mercado brasileiro, um crescimento de 22% sobre o ano passado.

 

Apesar das tensões recentes dos Estados Unidos com o Irã – ataques com bombas no Iraque, pelos dois lados, trouxeram à tona a possibilidade de uma guerra naquela área que, atualmente, é a principal fornecedora de petróleo ao mundo – Gandini acredita que a moeda estadunidense não se valorizará mais frente ao real. Junte a isto a equalização da tensão comercial dos Estados Unidos com a China e o cenário do Brasil, em vias de aprovar uma reforma tributária, a possível recuperação do grau de investimento e, quem sabe, a retomada na economia, acredita Gandini.

 

“É difícil prever volume, até porque se o dólar subir muito teremos que elevar preços e reduzir as encomendas. Mas tenho razões para acreditar neste crescimento de 22%, quem sabe até mais.”

 

No ano passado a Kia Motors, marca representada por Gandini, foi a líder em vendas dentre os importados pelas associadas da Abeifa, com 9 mil 271 unidades, queda de 21% com relação a 2018. Na segunda posição ficou a Volvo, que cresceu 15,8% e alcançou 7 mil 913 licenciamentos, seguida pela BMW, 4 mil 834 importações, 73,3% a mais do que em 2019.

 

Foto: Divulgação.