São Paulo – Os caminhões vendidos no mercado brasileiro ficaram, em média, 10% mais caros na comparação com o período anterior à pandemia. Fabricantes consultadas pela Agência AutoData confirmaram o reajuste nos preços e justificaram a necessidade de corrigir suas tabelas pela desvalorização cambial – muitos dos componentes são importados.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus fez um primeiro movimento de reajuste em junho, elevando em 5% em média o preço de sua linha. No começo de julho promoveu outra correção, de 5%, somando cerca de 10% de aumento desde o início de 2020.
DAF, Mercedes-Benz e Scania também informaram que o preço de seus modelos subiu 10%. Segundo a Mercedes-Benz o porcentual de reajuste varia de acordo com o conteúdo importado de cada modelo – a empresa ressaltou que a moeda estadunidense valorizou mais de 40% desde janeiro.
“O reajuste é inevitável diante do momento complicado da economia nacional”, afirmou a empresa, em nota. “Contudo, junto ao banco e ao consórcio Mercedes-Benz estamos dando diversas alternativas para facilitar a aquisição de novos veículos pelos clientes, como taxas reduzidas e grupos com até 120 meses.”
No caso da Volvo a alta foi de 8%, em média, para a linha semipesada e de 12% para os pesados. Na época do reajuste o diretor comercial Alcides Cavalcanti disse que a valorização do dólar ante o real pressionou a produção local porque os veículos possuem conteúdo importante relevante. Outra razão que causou impacto sobre os custos foi a retomada da produção em ritmo mais lento após a parada por causa da pandemia.
De janeiro a junho foram vendidos 37,9 mil caminhões no Brasil, retração de 19,1% na comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com os números da Anfavea. A expectativa da entidade é a de que o setor de pesados some 75 mil emplacamentos até dezembro, uma queda de 39% ante o ano passado.
Os ônibus produzidos no Brasil também ficaram mais caros durante a pandemia. No caso dos Mercedes-Benz a alta ficou em torno de 8%, aplicada em julho. A VWCO seguiu o padrão de aumento realizado na linha de caminhões: primeiro reajuste de 5% em junho e novo aumento de 5% em julho em sua linha Volksbus.
No primeiro semestre o setor de ônibus somou 5,7 mil unidades vendidas, recuo de 40,6% ante igual período de 2019.
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