São Paulo – A Volvo Cars tem bons motivos para comemorar seus resultados até julho. Apesar das vendas 19,3% menores, a importadora conquistou a terceira posição no ranking de marcas premium no Brasil, um desejo antigo. A meta, agora, é a vice-liderança do mercado, segundo seu diretor geral de operações e inovação, João Oliveira.
"Já colocamos uma diferença de 140 carros sobre a Audi e agora buscaremos a segunda posição do mercado premium que, atualmente, é da Mercedes-Benz. Eles estão 450 carros à nossa frente, o que não é um volume muito grande".
O executivo preferiu não estabelecer prazo, mas disse que se não acontecer ainda em 2020 será o foco de 2021. De janeiro a julho a Volvo Cars vendeu cerca de 3,4 mil veículos, metade eletrificados. Junto com a conquista da terceira posição a empresa também atingiu outros objetivos como segurar a liderança dos SUVs premium e puxar a fila das vendas de carros com alguma tecnologia elétrica, também no segmento premium.
Mas nem todas as notícias são boas para a companhia, que revisou suas projeções para 2020. Antes da pandemia o objetivo era vender cerca de 10 mil unidades, mas a realidade mudou: "Tiramos essa expectativa e trabalhamos, agora, com a projeção de vender cerca de 7 mil unidades no ano", disse Oliveira – caso a projeção se confirme haverá recuo de 12,5% com relação a 2019.
A expectativa de recuo da Volvo é bem menor do que a projetada para o mercado nacional, algo em torno de 30% a 35%. Para Oliveira o primeiro semestre foi guiado pelo isolamento social e pelo avanço da pandemia, enquanto no segundo as empresas e os economistas entenderão qual foi o tamanho real do impacto causado.
Ainda há muito neblina no caminho que o setor automotivo percorrerá nos próximos meses, mas a Volvo Cars manteve algumas de suas metas, como a inauguração de dois novos pontos de vendas para chegar a 38 lojas no País. A intenção era atingir a marca de quarenta revendas até dezembro, mas o planejamento teve que ser alterado.
Oliveira evitou fazer projeções para 2021 por causa de todas as incertezas atuais, mas revelou que, no caso das revendas, um plano já está criado: "Temos que avançar em Belém e em São Luís, duas capitais que onde ainda não temos capilaridade e são muito importantes. Novos pontos em cidades do Paraná também estão em discussão: é uma vontade dos concessionários locais para expandir sua capacidade de cobertura".
O plano de eletrificar todo seu portfólio e abandonar motores apenas a combustão em 2021 foi mantido e, em algum momento do ano que vem, a empresa venderá no País apenas modelos com motorizações elétricas ou híbridas.
Com relação ao dólar para o ano que vem Oliveira disse que as empresas importadoras deverão encontrar um valor médio de R$ 5 ou R$ 4,95, sem expectativa de um possível recuo, e que deverão adequar seu portfólio a essa nova realidade do mercado:
"Teremos que lutar em outras frentes: uma possível redução de impostos que ajude o nosso segmento, como alterações na TEC, tarifa externa comum, pode ser um caminho. Diretamente para o setor automotivo não temos esperança que alguma mudança seja feita".
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