São Paulo – A Renault deu início à produção em série da picape Alaskan na fábrica de Santa Isabel, Córdoba, Argentina, na quarta-feira, 21. Irmã de projeto e de linha de montagem da Nissan Frontier, já produzida há mais de dois anos na unidade, será lançada na Argentina em novembro – e, ao menos no primeiro momento, o foco será mesmo aquele mercado.
Foi o que disse o presidente da Renault Argentina, Pablo Sibilla, em entrevista ao site Autoblog, parceiro editorial da Agência AutoData naquele país.
“Agora o foco total está colocado no mercado argentino. Temos o mercado mais importante de picapes da América Latina em termos de participação do segmento e por isso decidimos estar presentes com um produto próprio. No entanto, em paralelo, trabalhamos para encontrar mercados alternativos: estamos buscando exportação para o Brasil, Chile e Colômbia. E também vemos oportunidades fora da América Latina, porque com o fechamento da fábrica de Barcelona [Espanha] novos mercados podem surgir. Tudo está na mesa, em análise.”
A Alaskan é fruto de um projeto da Aliança Renault Nissan Mitsubishi com a Daimler. A ideia original era produzir três picapes derivadas da mesma plataforma, Nissan Frontier, Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X, para abastecer a América Latina. Meses após o início da produção da Frontier em Córdoba a Daimler abandonou o projeto e, por meses, a produção ficou dedicada ao modelo Nissan.
Acontece que a Nissan não tem a mesma penetração de mercado e o tamanho da rede que a Renault na Argentina, onde a própria Renault é a vice-líder em vendas. A maior parte da produção da Frontier tem como destino o mercado brasileiro, que de janeiro a setembro registrou 5,4 mil unidades vendidas. Na Argentina foram pouco mais de 2,2 mil.
Sibilla disse ao Autoblog que a expectativa é tornar a Alaskan a quarta picape mais vendida na Argentina, atrás da Toyota Hilux, da Volkswagen Amarok e da Ford Ranger – todas produzidas localmente. Capacidade há: são produzidos 210 veículos por dia em um turno. A meta, segundo o executivo, é chegar a 40 mil unidades/ano, somando Nissan e Renault.
E, de acordo com o presidente da Renault Argentina, não será o único utilitário ali produzido. Santa Isabel, dentro da nova estratégia da Aliança Renault Nissan Mitsubishi, foi a escolhida como centro de produção de utilitários das marcas, enquanto as fábricas brasileiras – Nissan Resende, RJ, e Renault São José dos Pinhais, PR – se especializarão em SUVs e compactos.
“A decisão da Aliança foi tornar o Brasil especializado na produção de veículos pequenos e médios enquanto a Argentina focará cada vez mais em utilitários. Desta maneira se poderá complementar melhor a produção dos dois países.”
Com informações do Autoblog
Foto: Divulgação.