São Paulo – Ao mesmo tempo em que começa a chegar às concessionárias Toyota no Brasil o Corolla Cross produzido em Sorocaba, SP, será oferecido, também, aos consumidores argentinos. O SUV que consumiu R$ 1 bilhão em investimento será o primeiro produto Toyota brasileiro a atravessar tantas fronteiras: consumidores de 22 países da América Latina poderão comprar o veículo – antes as exportações a partir de fábricas brasileiras alcançavam poucos países do Mercosul.
Argentina, Aruba, Bahamas, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçao, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, St Maarten, Uruguai e Venezuela comercializarão o Corolla Cross sorocabano. O CEO para a América Latina e região, Masahiro Inoue, confessou que desejava mais.
“Nosso sonho é atravessar o oceano e exportar para outros mercados. Mas não temos como fazer isso agora por causa do custo Brasil, porque competimos com outros países.”
De todo modo ter o Brasil como centro exportador para a América Latina é uma vitória para a operação nacional. Inoue contou que o Corolla Cross é um SUV Toyota direcionado para mercados emergentes e que não chegará à Europa, aos Estados Unidos e ao Japão, por exemplo, que contam com outros produtos do portfólio global, maiores. Além de Sorocaba produzem o modelo fábricas em Taiwan e na Tailândia, visando ao mercado asiático.
Exportar, segundo o CEO da Toyota, é importante para a estabilidade dos negócios. Como muitos componentes precisam ainda ser importados, caso de eletrônicos e do conjunto híbrido, que equipa duas das versões do Corolla Cross, as vendas externas garantem faturamento em dólar que ajuda a balancear as operações e reduzir a exposição à moeda forte que, nos últimos anos, tem se destacado não só pela valorização mas, também, pela alta volatilidade, fator que afeta sobremaneira o caixa das empresas.
Se o planejamento efetuado para a exportação do Corolla Cross funcionar o Brasil, que ainda é tido pela matriz como mercado importante e promissor, ganha mais visibilidade e avança algumas casas na briga por novos investimentos. Isso se, é claro, resolver suas encrencas do portão da fábrica para fora: custos logísticos, burocracia, carga tributária elevada, dentre outros velhos conhecidos fatores que dificultam a exportação.
“O Brasil tem condições de ser base exportadora de veículos”, disse Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil. “Esse é o pensamento, e a vontade, da matriz. Mas precisamos, desde já, começar a trabalhar a competitividade. Uma política industrial que considere as exportações.”
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