São Paulo – Anunciado pelo governo federal na terça-feira, 22, o Plano Safra 2021-2022 oferecerá volume de recursos 6% superior ao anterior, somando R$ 251,2 bilhões. O aumento de R$ 14,9 bilhões no crédito disponível ao agronegócio foi bem recebido por executivos da indústria de máquinas agrícolas, que enxergam um horizonte mais tranquilo para os negócios do setor até julho do ano que vem.
O aumento de 19% no valor dedicado ao Pronaf, Programa Nacional da Agricultura Familiar, foi elogiado pelos executivos – este recurso é voltado às demandas dos pequenos produtores. O Moderfrota, porém, destinado à modernização da frota dos médios e grandes produtores, não agradou a Alfredo Miguel Neto, diretor de assuntos corporativos da John Deere para a América Latina. Ele considera insuficiente os R$ 7,5 bilhões reservados à linha:
“Esse valor é quase um meio Plano Safra, porque não atende todas as demandas do setor. Deverá acabar até dezembro”.
No ano passado os recursos do Moderfrota eram de R$ 7 bilhões e acabaram em outubro. Por isso os médios e grandes produtores precisaram buscar linhas de financiamento com bancos privados. A boa notícia é que eles vêm oferecendo taxas atrativas e condições bem parecidas, quando não iguais, às do Moderfrota.
“Não teremos os mesmos problemas do passado, quando as linhas do Plano Safra se esgotavam e as vendas ficam represadas. As demais opções de financiamento do mercado estão adequadas para atender as demandas”, disse Ana Correa de Andrade, vice-presidente da Anfavea.
Instituições financeiras como o BNDES, Banco do Brasil e outros brancos privados passaram a fomentar os negócios com recursos próprios, sem subsídios, junto com o Moderfrota. Para Andrade as instituições financeiras privadas possuem cada vez mais interesse em participar do agronegócio.
O novo Plano Safra teve aumento médio de 10% nas taxas de juros para os pequenos e médios produtores, na comparação com os praticados no plano passado. Os juros do Pronaf saíram de 2,75% ao ano para 3% para produção de alimentos e de 4% para 4,5% para outros produtos.
No caso do Pronamp a taxa de juros é de 5,5% para custeio e 6,5% para investimentos. Os grandes produtores pagarão 7,5% e 8,5% ao ano, respectivamente.
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