São Paulo – A Mercedes-Benz começou a escrever seu nome nas páginas da ainda recente história da eletromobilidade no Brasil: anunciou na quarta-feira, 25, a produção de chassis de ônibus urbanos elétricos na fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Batizado de eO500U, o modelo começa a circular por São Paulo no ano que vem, quando será realizado o seu lançamento oficial.
O desenvolvimento do chassi consumiu investimento de R$ 100 milhões, informou o presidente Karl Deppen, que integra o ciclo de R$ 2,4 bilhões a serem investidos de 2018 a 2022.
De cinquenta a cem unidades estão sendo negociadas para rodar na Capital paulista, segundo a companhia. Depois os planos são avançar para Curitiba, PR, Vitória, ES, e Salvador, BA, segundo Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz: “Operadores de São Paulo já demonstraram interesse na compra do produto, que será distribuído para diversos clientes, vinte veículos para um, dez para outro”
Conforme pontuou Barbosa a legislação municipal exige que até 2027 a emissão de dióxido de carbono seja reduzida em 50% e, até 2037, em 100%. “Isso significa a renovação de praticamente 7 mil ônibus até 2027 e de 14 mil até 2037. São Paulo é um mercado muito promissor”.
O Mercedes-Benz eO500U oferece autonomia para percorrer até 250 quilômetros utilizando quatro packs de bateria, o que pode ser ampliado para 300 quilômetros com seis packs. Por ser o primeiro ônibus do tipo padron do País o veículo, de piso baixo, terá 13 m 20 de comprimento, 29 assentos e capacidade para atender a até 83 passageiros.
Barbosa disse que, normalmente, o tamanho dos elétricos na categoria básica varia de 12 m 00 a 12 m 30, e que o volume de pessoas a bordo é menor. Mas, neste caso, quem migrar do diesel para o elétrico não terá redução de capacidade de carga nem de passageiros.
Comparativo – O valor do elétrico, ofertado na configuração low entry, não foi revelado, porém seu custo gira em torno de três vezes o de um a diesel: “O veículo movido a eletricidade traz redução de custo de manutenção significativo porque tem muito menos componentes com relação ao que roda a diesel. Sabe-se também que, pelo investimento no elétrico, é possível ter o retorno do investimento na operação de dez a quinze anos. Por isto os contratos de concessão da eletrificação estão com esse período”.
Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz, observou que, se comparados os gastos para abastecer veículo a diesel por 250 quilômetros e para carregar a bateria do elétrico com o objetivo de percorrer a mesma distância, é razoável afirmar que a bateria é competitiva, dependendo de qual empresa será comprada a eletricidade e do contrato o operador que possui. Se adquirir por R$ 0,42 kw/h a redução pode chegar a 30%.
Com relação ao O500U diesel esse modelo tem cerca de 2 mil quilos a mais, totalizando 14,8 mil contra 12,8 mil quilos, considerando chassi e carroceria. Só o chassi pesa 8,1 mil quilos contra 6 mil do veículo tradicional. A Caio deverá uma das empresas fornecedoras do encarroçamento.
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