São Paulo – A decisão está nas mãos das montadoras. A proposta apresentada pela RX, antiga Reed Exhibitions, organizadora do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, transforma completamente a mostra automotiva paulistana, criando um formato com mais interatividade e mais opções ao público, além da já tradicional exposição de veículos estáticos. Segundo a Agência AutoData apurou não existe plano B: ou será no Autódromo de Interlagos ou não será.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse que a ideia é fazer do Salão do Automóvel de São Paulo uma espécie de “Lollapalooza automotivo”, em referência ao festival de música que é realizado no mesmo autódromo: “Queremos fazer um evento com fórum de debates, apresentação de novas tecnologias, de soluções de mobilidade, degustação nas pistas… e que negócios sejam fechados lá”.
A Anfavea considera fundamental a manutenção do Salão do Automóvel, ou São Paulo Motor Experience by Salão do Automóvel, uma das ideias dos organizadores para batizar o evento remodelado. No ano passado, dias antes da pandemia chegar efetivamente ao Brasil, o evento foi cancelado após muitas associadas oficialmente desistirem de participar. À época a entidade afirmou que o formato seria rediscutido e uma edição realizada em 2021, mas a pandemia atrapalhou os planos.
Mas desde antes já se falava em rediscutir o formato. Tanto que a Anfavea, ainda antes da pandemia, visitou eventos como o CES, em Las Vegas, Nevada, para analisar o motivo de as montadoras estarem dando tanta importância a uma exposição como aquela. A tendência é global: em outros países os salões também passam por processo de rediscussão e de reformulação.
Com a retomada dos negócios no horizonte a RX voltou à mesa com as montadoras nacionais. Propôs esse evento em Interlagos, uma espécie de festival automotivo. Quer juntar debates, exposição, festival de carros antigos, esportivos, test-drives e outras formas de interação com o público. O autódromo seria o local ideal, até pela sua identificação com o mundo automobilístico. A data, porém, precisaria ser mudada: por ocupar o mesmo local do GP Brasil de Fórmula 1 os dois eventos não poderiam mais ser realizados simultaneamente, como vem ocorrendo nos últimos anos.
Todo o projeto já foi apresentado aos departamentos de marketing e comunicação das montadoras, peças fundamentais para a existência do evento. Segundo Moraes agora elas estão avaliando internamente, fazendo contas para ver se faz sentido participar. Ele não esconde a torcida por respostas positivas.
Para tornar a decisão favorável na escolha das empresas a RX criou opções de participação personalizada, com custos e formatos diferentes. As empresas podem optar por ter a tradicional área de exposição em estande, ou participar apenas em test-drives, ou apresentando tecnologias. Ou tudo isso e mais um pouco, com banners ocupando painéis de discussão. Há pacotes para todos os gostos e bolsos.
Assim a RX pretende manter o Salão mais tradicional da América Latina. Público para isso há: a última edição reuniu mais de 700 mil visitantes.
Foto: Dionízio de Moraes/Fotos Públicas.