São Paulo – Inspirada em ação da matriz alemã, que patrocina seleção de basquete sobre cadeira de rodas, assim que acabaram as Olimpíadas e as Paralimpíadas de Tóquio, em setembro, a Audi do Brasil decidiu iniciar pesquisas para encontrar time de atletas locais para apoiar. Após conversas com a CBVD, Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, descobriu que 50% dos esportistas da modalidade havia sofrido acidente de trânsito. A conexão foi decisiva para decidir e, complementarmente, promover a conscientização por um trânsito mais seguro.
O anúncio do patrocínio às seleções feminina e masculina ocorreu na sexta-feira, 3, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, na House of Progress, em São Paulo. Além de apoiar os times de vôlei sentado até o fim do próximo ciclo paralímpico de Paris, em 2024, a Audi ainda adaptou um Q5 e concedeu o SUV para uso dos atletas.
No Brasil, segundo Daniel Rojas, diretor de vendas da Audi, embora a conscientização para uma direção mais responsável venha aumentando, acidentes de trânsito ainda resultam em 30 mil mortes por ano no País e em 300 mil pessoas que ficam com sequelas:
“Para a Audi a segurança é a coisa mais importante. Recentemente criamos sistema que permite melhor tração e maior controle do carro. Também temos sistema de iluminação que não somente auxilia as pessoas que estão dirigindo, como também protege quem está em outros veículos ou na rua. Ainda temos retrovisores virtuais em carros elétricos, que ampliam a visão lateral dos condutores. Isso tudo ajuda a reduzir acidentes de trânsito”.
Embora a empresa já adapte carros para pessoas com deficiência Rojas afirmou que o patrocínio traz o desafio de começar a buscar novas formas de adaptação de veículos, a fim de promover melhor experiência de mobilidade a esse público.
O diretor executivo e CFO da Audi do Brasil, Rainer Maas, contou que quando assistiram aos recentes eventos esportivos no Japão apuraram que treze das 25 modalidades que participaram não possuíam patrocínio. E das doze que contavam com apoio apenas três dispunham de aportes da iniciativa privada. Caso da confederação de vôlei para deficientes, que tinha apenas o apoio das Loterias Caixa: “Os objetivos com esse patrocínio à CBVD são promover ainda mais equidade sobre questões relevantes para a nossa sociedade e contribuir com a maior inclusão e diversidade, além de trazer mais recursos para que as seleções possam melhorar seu desempenho”.
De fato uma das prioridades na lista de Ângelo Alves Neto, presidente da CBVD, é ampliar a participação das equipes em campeonatos internacionais e amistosos, a fim de obter mais experiência e chegar mais preparado às paralimpíadas. Em Tóquio o bronze do feminino veio com gosto de revanche para a edição de Paris: “Nosso planejamento visa ao ouro. O resultado da semifinal ficou engasgado, foi por pouco. Agora podemos antecipar o planejamento estratégico, ampliar o volume de treinos e contar com profissionais como fisiologista, nutricionista, coaching, treinador físico e mais uma psicóloga”.
A jogadora Luiza Fiorese, 24 anos, aos 15 interrompeu sonho de se preparar para participar de olimpíada na seleção de handebol ao descobrir um câncer na perna, mas aos 22 o reavivou ao conhecer o vôlei sentado e ir a Tóquio: “Quero mostrar a outras meninas que tenham deficiência que ela não precisam passar a vida em cima de uma cama somente com recursos do INSS e sendo sustentadas pelos pais. Elas podem mais. Podem ser o que quiserem".
Fotos: Divulgação.