São Paulo – Saíram das linhas de montagem 13,9 mil caminhões ao longo do mês passado, volume que supera em 38,5% os 10,1 mil veículos fabricados em abril e que retorna ao patamar de maio de 2021, com ligeira alta de 0,3%. Os dados foram divulgados pela Anfavea na terça-feira, 7.
De acordo com o vice-presidente da entidade, Gustavo Bonini, sem a coincidência de duas montadoras pararem ao mesmo tempo, o que ocorreu em abril, segundo ele pela primeira vez, a produção voltou ao normal, apesar da instabilidade do cenário:
“O grande desafio que continuamos enfrentando é a crise de abastecimento e logística. Mas temos a expectativa de que a cada dia tenhamos melhora e que o segundo semestre seja melhor”.
No acumulado do ano, por causa das paradas ocorridas entre março e abril, o volume produzido de 58,4 mil unidades ainda está 2,8% aquém do contabilizado entre janeiro e maio de 2021, de 60,1 mil veículos.
Vale ressaltar, porém, que o montante é o dobro dos primeiros cinco meses de 2020, com 29,2 mil unidades e 28,6% superior ao acumulado de 2019, período pré-pandemia, em que haviam sido produzidos 45,4 mil caminhões.
Bonini afirmou que as fabricantes têm conseguido realocar a produção, uma vez que a compra de caminhões, não raro, é feita pensando lá na frente:
“Fecha-se negócio agora para que a entrega seja realizada em dois, três, quatro, cinco meses. Às vezes até passando de um ano para o outro, dependendo do quanto os clientes de transportadoras estão pensando na frota de um próximo negócio que será fechado. Isso vem até a ajudar num momento como esse, pois auxilia as empresas a conseguir equalizar o desafio que é o abastecimento e a logística”.
Gustavo Bonini
Emplacamentos – As vendas de caminhões somaram 10,4 mil unidades em maio, alta de 10,8% em relação a abril, quando foram comercializados 1 mil veículos a menos.
O segmento de pesados e semipesados são os mais relevantes, representando 75% do total das vendas, metade de pesados. O vice-presidente destacou que a demanda por semipesados cresceu 10,6% e, a de médios, 16,7%. “Não significa, no entanto, nenhuma tendência. Foi um crescimento esporádico, mas importante.”
Com relação ao mesmo mês no ano anterior, há queda de 9,6%, período em que haviam sido emplacadas 11,5 mil unidades. No acumulado do ano, as 46,6 mil unidades ficaram 1,5% abaixo do mesmo intervalo em 2021, quando tinham sido vendidos 47,4 mil veículos.
Ainda assim o volume supera os cinco primeiros meses de janeiro a maio de 2020, com 28,9 mil caminhões comercializados, e 2019, com 39,1 mil vendas.
Exportações – Foram embarcados em maio 2,2 mil caminhões, incremento de 25,9% ante o mesmo mês em 2021, com 1,8 mil unidades, e de 13,9% com relação a abril, com 1,9 mil veículos.
De janeiro a maio, porém, acompanhando os outros comparativos anuais, houve leve recuo de 0,3%, totalizando 8,9 mil caminhões exportados.