São Paulo – A Marcopolo começou a produzir este mês seu veículo 100% elétrico na fábrica de Caxias do Sul, RS. O Attivi, lançado oficialmente durante a edição 2022 da Lat.Bus, demorou quatro anos para ser desenvolvido e possui tecnologia predominantemente nacional. Até o fim de dezembro trinta unidades estarão prontas.
Segundo o diretor de negócios internacionais e de operações comerciais para o mercado externo, André Armaganijan, que sucederá a James Bellini a partir de abril de 2023 como CEO, ainda não há venda concretizada mas já existem conversas com interessados, como, por exemplo, a Suzantur, que testou o veículo sem passageiros em Santo André, SP:
“Estamos trabalhando fortemente para que a Suzantur seja uma das compradoras dessas trinta unidades”.
Embora o custo de um ônibus movido a bateria seja duas a três vezes o valor de modelo a diesel, segundo Armaganijan, em países como Chile e Colômbia as próprias companhias de energia elétrica se reuniram a fim de oferecer opções de financiamento, de olho nas futuras clientes, solução que poderá servir de modelo ao Brasil, onde a Enel e a EDP, por exemplo, também atuam.
Com 13m25 de comprimento e capacidade total para 89 passageiros sentados e em pé o Marcopolo Attivi elétrico possui autonomia de cerca de 250 quilômetros e recarrega baterias em até quatro horas. O modelo é de uso urbano mas a empresa estuda opções de fretamento a partir da mesma plataforma.
O investimento para desenvolver o Attivi não foi declarado. Mas durante a pandemia a Marcopolo investiu mais de R$ 200 milhões em processos internos, produtos, soluções inovadoras.
A solução integral do modelo, que conta com software desenvolvido por empresa de engenharia brasileira cuja patente pertence à Marcopolo, é uma das suas opções, que possui parceria com outras fabricantes de chassis, a exemplo da BYD. As opções de produtos, entretanto, não competem, assinalou o executivo: “Elas se complementam”.
Com a companhia chinesa a Marcopolo possui ônibus elétricos rodando em São José dos Campos, SP, e Salvador, BA. Armaganijan afirmou que não está nos planos, em um curto prazo, a produção de versão articulada.