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São Paulo – Esqueça aquela imagem de certa sofisticação, ainda que exagerada, que a Citroën sustentou por mais de duas décadas no Brasil. Com o novo C3, lançado na terça-feira, 30 – um hatch com cara de SUV que envolveu investimento de R$ 1 bilhão em seu desenvolvimento local –, a marca desceu alguns degraus em acabamento e em tecnologia para ser mais popular e ganhar clientes, lançando mão de um projeto desenhado para mercados emergentes, eufemismo comumente utilizado para identificar países subdesenvolvidos onde a maioria da população tem baixa renda e não pode comprar bens de alto valor, como carros.
A Citroën calibrou os preços do novo C3 para ficarem abaixo da concorrência no segmento de hatches B compactos, que hoje representam 20% das vendas no Brasil e que estão pouco acima de subcompactos como Renault Kwid e Fiat Mobi, os carros 0 KM mais baratos do mercado.
As três versões 1.0 do C3 custam R$ 68 mil 990, R$ 74 mil 990 e R$ 78 mil 990. Na entrada o carro da Citroën é de R$ 6,8 mil a R$ 11,6 mil mais barato do que as opções equivalentes dos três concorrentes eleitos pela marca: Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Volkswagen Gol, pois o Fiat Argo também está neste grupo, é o quarto hatch B mais vendido este ano e tem versões que usam o mesmo motor 1.0 Firefly de 75 cv produzido em Betim, MG, mas ficou de fora para evitar comparações com modelo de marca do mesmo Grupo Stellantis.
As duas versões equipadas com motor EC5 1.6 de 120 cavalos, este produzido bem ao lado da linha do C3 em Porto Real, RJ, custam R$ 86 mil 990 e R$ 93 mil 990 e a mais cara tem câmbio automático de seis marchas. O valor mais alto fica R$ 20,4 mil abaixo do HB20 topo de linha e R$ 13,7 mil inferior ao Onix mais caro, ambos equipados com motores 1.0 turbo um pouco menos potentes.
Plano de crescimento – A ampliação da gama de produtos da Citroën no Brasil será fundamental para as ambições de crescimento da marca, que nos próximos dois anos pretende multiplicar por quatro sua participação no mercado brasileiro, hoje de 1,3%, e por dois na Argentina e nos demais países da América do Sul. Desde 2020 até agora a linha nacional da Citroën estava restrita a apenas um modelo, o SUV compacto C4 Cactus, lançado em 2018 e vendido por preços acima de R$ 100 mil.
“O novo C3 marca uma nova era para a marca na região, com espaço, robustez, atitude SUV e Citroën Connect Touchscreen 10 polegadas com preços acessíveis para o segmento”, endossa Vanessa Castanho, vice-presidente da Citroën para a América do Sul. “O modelo é parte crucial da estratégia da Citroën de alcançar 4% de participação do mercado brasileiro até 2024.”
O primeiro passo deste plano de crescimento começa por atacar a parte de baixo do mercado com o novo C3 e continua em 2023 e 2024 com o lançamento de mais dois novos produtos, um a cada ano, também a serem produzidos em Porto Real sobre a variante simplificada da plataforma CMP. O próximo modelo da nova safra deverá ser a reedição da carroceria Aircross do C3, já flagrada sob camuflagem em testes de rua.
Para acompanhar o crescimento das vendas da marca a rede também está sendo ampliada, vai chegar a 180 concessionárias até o fim de 2022 e cobrir 80% do território nacional.
Novo projeto popular – Primeiro carro da Citroën produzido no Brasil, em Porto Real, após a fusão dos grupos PSA e FCA que criou o Grupo Stellantis, em janeiro de 2021, o novo C3 é fruto do projeto denominado C-Cubed, que pode ser entendido como C ao cubo, por estar lastreado em três conceitos: cool, comfort e clever, palavras em inglês que identificam as principais qualidades de um novo padrão, mais elevado, de carro popular
Segundo a Citroën estes três conceitos se referem, pela ordem, ao design externo moderno e descontraído com altura do solo de um SUV e posição de dirigir mais alta, ao conforto do espaço interno maior do que hatches compactos normalmente têm e, por fim, ao preço mais acessível de compra e uso com inclusão de um bom pacote básico que inclui desde a versão de entrada ar-condicionado e direção elétrica, além de dispositivo multimídia com tela wide de 10 polegadas disponível a partir da segunda opção mais barata da gama, bem como câmbio automático para o topo de linha.
O projeto C-Cubed foi planejado pela PSA antes da fusão com a FCA. A ideia foi produzir um modelo compacto mais barato do que o padrão europeu sobre a plataforma CMP, da PSA, o que levou o desenvolvimento para as subsidiárias no Brasil e na Índia, dois mercados de baixa renda.
Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul, antes da fusão o projeto do novo C3 previa o desenvolvimento de fornecedores divididos meio a meio com Brasil e Índia: “Mudamos totalmente a equação. Estamos trazendo muitos desses componentes para produção local, o que é bom para o produto, que ganha em competitividade logística e fiscal. É bom para os fornecedores, que produzem em maior escala”, afirmou o executivo durante o 4º Congresso Latino-Americano de Negócios da Indústria Automotiva, realizado em agosto por AutoData.
Com esta mudança de estratégia o índice de nacionalização do C3 aumentou significativamente, passa dos 70% e chega a 90% na versão 1.0 mais barata, segundo o gerente de produto César Rosolen: “Desta forma conseguimos reduzir bastante a dependência de componentes importados em falta”
Mas não totalmente pois a produção do C3 em Porto Real deveria ter sido iniciada em março passado mas foi atrasada em cinco meses devido aos problemas de fornecimento que a indústria vem enfrentando.
Já sob o guarda-chuva da Stellantis América do Sul o desenvolvimento do novo C3 para ser produzido no Brasil contabiliza investimento de R$ 1 bilhão. O desenvolvimento soma 1 milhão de quilômetros rodados com o carro em testes de campo no Brasil, na Argentina, na Suécia e outros países, envolvendo cem engenheiros do grupo em 1 milhão de horas dispensadas a trabalhos de engenharia, com mais de seiscentos ensaios de laboratório e 15 mil horas de testes de durabilidade no South America Tech Center de Betim e no Circuito dos Cristais em Curvelo, MG.
Qualidades – O novo C3 é um carrinho bem desenhado, mantém o visual diferenciado da marca francesa que conferiu a ele algo que chama de Atitude SUV, que identifica um hatch compacto mais alto e com maior altura do solo na comparação com qualquer competidor de sua categoria, ao mesmo tempo em que serve para pegar carona no sucesso do segmento de SUVs, o que mais atrai consumidores atualmente no mundo todo.
O modelo também é bem ajeitado, com boas proporções e bom espaço para um modelo compacto. Com comprimento de 3m98 e entreeixos de 2m54, o C3 é um pouco menor do que o Onix mas bate todos os concorrentes na largura de 1m73, na altura de 1m60, na altura do solo de 18 cm e no maior porta-malas da categoria, com 315 litros de espaço para bagagens.
Com estas dimensões o espaço interno foi melhor privilegiado em relação à concorrência na largura e na altura, garantindo maior conforto para quatro ocupantes, e os dois de trás, mesmo se tiverem até 1m90, não roçam a cabeça no teto nem os joelhos no banco da frente. O acabamento interior, porém, é muito simples, com revestimentos plásticos rústicos.
Exemplo dessa rusticidade está no pequeno quadro de instrumentos digital com tela monocromática e sem conta-giros para nenhuma versão. Nas opções mais caras com acionamento elétrico dos vidros traseiros os botões foram colocados em posição exótica: na ponta de trás do console central, em vez de estarem nas portas como é usual.
A carroceria do C3, construída com 86% de aços de ultra e alta resistência, tem maior resistência às torções, o que garante menos trepidações e mais silêncio a bordo. A bem ajustada suspensão e a boa altura do solo proporcionam rodagem suave e segura para enfrentar as muitas ondulações e buracos das ruas brasileiras – assim como as indianas. A direção elétrica, muito macia, torna a condução fácil.
A atração mais tecnológica do novo C3 é a tela tátil de 10 polegadas horizontal – a mesma já utilizada no Peugeot 208 –, disponível só a partir da versão Live Pack, R$ 6 mil mais cara que a opção de entrada Live. O dispositivo integra os comandos do sistema de infoentretenimento multimídia Citroën Connect Touchscreen, com espelhamento sem fio de smartphones via Android Auto ou Apple Car Play.
O pacote de equipamentos do novo C3 é bastante completo desde a versão mais barata, incluindo direção elétrica, ar-condicionado, monitor de pressão dos pneus e luzes de condução diurna DLR. Contudo, como não há almoço de graça, para ser mais barato que os rivais a opção de entrada do C3 não tem o sistema multimídia, nem chave com comando remoto ou um trivial limpador e desembaçador do vidro traseiro. É o preço da moderna simplicidade.
Citroën C3 Live 1.0 MT5 – R$ 68 mil 990
Itens de série >> • Airbags duplos • Controle de estabilidade e tração • Assistente de partida em rampa • Monitor de pressão dos pneus • Ar-condicionado • Direção elétrica • Vidros dianteiros elétricos • Travas elétricas • Indicador de trocas de marcha • Rodas de 15” com calotas • Luzes de condução diurna.
Opcionais >> • Pintura Metálica – R$ 1,3 mil • Protection Pack (frisos laterais e protetor de cárter) – R$ 900
Citroën C3 Live Pack 1.0 MT5 – R$ 74 mil 990
Itens de série >> Todos os equipamentos da Live e • Citroën Connect 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio • Conector USB dianteiro • Volante com comandos do sistema de som e bluetooth • Chave com telecomando • Banco dianteiro com ajuste de altura • Limpador e desembaçador elétrico traseiro
Opcionais >> Os mesmos da versão Live
Citroën C3 Feel 1.0 MT5 – R$ 78 mil 990
Itens de série >> Todos os equipamentos da Live Pack • Vidros traseiros elétricos • Alarme perimétrico • 2 Conectores USB traseiros • Luzes diurnas de LED • Rodas de liga-leve de 15” • Painel interno com faixa azul metálica • Barras longitudinais no teto • Volante com ajuste de altura • Maçanetas na cor da carroceria
Opcionais >> Pintura Metálica – R$ 1,3 mil • Teto bitom preto ou branco – R$ 1,3 mil • Comfort Pack com sensor e câmara de ré – R$ 1,4 mil • Protection Pack (frisos laterais e protetor de cárter) – R$ 900
Citroën C3 Feel 1.6 MT5 – R$ 86 mil 990
Itens de série >> Todos os equipamentos da Feel 1.0 + motor 1.6 16V de até 120 cv
Opcionais >> Iguais à Feel 1.0
Citroën C3 Feel Pack 1.6 16V Automático – R$ 93 mil 990
Itens de série >> Todos os equipamentos da Feel 1.6 e • Câmbio automático de seis marchas com opção de trocas sequenciais • Modo Eco de condução • Rodas de liga-leve de 15” diamantadas • Câmara de ré • Volante revestido com couro
Opcionais >> Iguais à Feel 1.0
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