São Paulo – O novo Citroën C3, lançado na terça-feira, 30, marca a revitalização da fábrica onde o carro é feito em Porto Real, RJ, que desde fevereiro de 2020 trabalhava em apenas um turno produzindo dois modelos de baixa demanda: Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus.
Para produzir nova família de veículos sobre a plataforma CMP a planta recebeu investimento combinado de R$ 1 bilhão, o maior já aplicado na unidade na última década. O aporte também inclui contratações de mais 340 pessoas, a partir deste mês, que vão se somar aos 1,5 mil empregados em atividade e retomar, em outubro, o segundo turno de produção.
Este é o primeiro investimento feito em Porto Real e na marca Citroën sob o guarda-chuva de sinergias do Grupo Stellantis, criado em janeiro de 2021 com a fusão dos grupos PSA e FCA.
O aporte inicial previsto era bem menor, de R$ 220 milhões, e tinha sido planejado antes da fusão, em 2018, para introduzir na fábrica uma variante de baixo custo da plataforma CMP, um projeto da PSA. O programa foi aumentado para R$ 1 bilhão usando recursos que estavam previstos no orçamento da FCA, de R$ 16 bilhões no período 2019-2025, para o desenvolvimento e lançamento de novos produtos no Brasil.
Portanto o investimento contempla não só o novo C3 mas também dois outros modelos a serem construídos sobre a plataforma CMP, que serão lançados em 2023 e 2024 – o próximo da nova safra deverá ser a reedição da carroceria Aircross do C3, já flagrada sob camuflagem em testes de rua.
Houve modificações no projeto do novo C3 que puxaram mais investimentos. Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul, antes da fusão estava previsto o desenvolvimento dividido meio a meio com Brasil e Índia, incluindo o fornecimento de peças, mas após a união de PSA e FCA foi tomada a decisão de aumentar a nacionalização do carro, que subiu para 70% em média, chegando a 90% na versão 1.0 mais simples.
Com as sinergias da fusão, além de aumentar o orçamento, também foi possível elevar o grau de desenvolvimento local do C3, com o uso de instalações técnicas e engenharia que a FCA já tinha em grande número no Brasil, especialmente em Betim, MG, coisa que a PSA sozinha não teria capacidade de executar.