São Paulo – A Mercedes-Benz acredita que a produção de caminhões e ônibus deverá recuar no ano que vem, de acordo com Roberto Leoncini, seu vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas de caminhões. Ele participou do Congresso AutoData Perspectivas 2023, organizado pela AutoData Editora até a sexta-feira, 28.
“Não posso revelar nossas projeções por sermos uma empresa de capital aberto, mas acho difícil uma produção maior em 2023. Acho que o volume será um pouco menor do que em 2022”.
Dentre as razões para a retração está a chegada da tecnologia Euro 6, para atender às novas normas de emissões. Como seu custo de produção é maior, haverá repasse ao preço do caminhão.
Mesmo com a produção menor as vendas poderão crescer no ano que vem, analisou Leoncini, a depender do nível de estoque das concessionárias de cada marca. Se o volume de modelos Euro 5 nos estoques for alto haverá demanda por estes modelos, que podem ser vendidos no primeiro trimestre e o nível de emplacamentos poderá crescer na comparação com 2022:
Mesmo com a produção menor as vendas poderão crescer no ano que vem: tudo dependerá do nível de estoque das concessionárias de cada marca. Se o volume de Euro 5 for alto haverá demanda por estes modelos, que podem ser vendidos ao longo do ano, e o nível de emplacamentos poderá crescer na comparação com 2022:
“Temos dois cenários para os emplacamentos: um é o desempenho do Euro 6 ao longo do ano e outro é o volume de Euro 5 em estoque. No caso da Mercedes-Benz não teremos estoque da tecnologia antiga: se fosse possível produzir mais não seria para estocar mas, sim, para comercializar ainda este ano”.
Sobre a pré-compra que costuma acompanhar este tipo de mudança de legislação nos motores, Leoncini disse que o setor de ônibus está aquecido desde agosto: desde a Lat.Bus o vice-presidente sentiu a maior demanda de seus clientes. Já para caminhões esse movimento não foi tão constante nos últimos meses do ano por causa da dificuldade para o escoamento da frota de veículos seminovos dos transportadores, que esbarra nos juros altos para financiamento.
Para o fechamento do ano Leoncini também não revelou as projeções da companhia, mas disse esperar um quarto trimestre com maior volume de entregas na comparação com o terceiro.
Para o PIB do ano que vem a expectativa é de alta de 0,6%, avançando para 1,7% em 2024 e 2% em 2025. A taxa Selic em 2022 deverá recuar para 11,25%, com inflação de 4% a 5% e o dólar projetado é de R$ 5,20.