Durante a Fenatran a empresa também trouxe o e-Actros
São Paulo – A Mercedes-Benz apresentou no dia de abertura da Fenatran, que vai até a sexta-feira, 11, no SP Expo, em São Paulo, o primeiro caminhão autônomo nível 4 em operação no País. O modelo escolhido é um Atego, e o projeto foi desenvolvido em parceria com a startup Lume Robotics, responsável pela automação, e com a Ypê, que vai inaugurar um centro de distribuição 4.0 e decidiu apostar no modelo.
O nível 4, de acordo com o vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas da Mercedes-Benz, Roberto Leoncini, significa que ele roda sem supervisão alguma desde que o local seja confinado: “Ele sabe a rota que vai percorrer, tem uma pré-roteirização e consegue andar sem motorista. O nível 5 seria ir para um ambiente no qual nunca passou antes e mesmo assim conseguiria andar como autônomo”.
O veículo, um Atego 1730, trabalhará 24 horas dentro da fábrica da Ypê em Amparo, SP, recolhendo as cargas e os produtos acabados, e os levará para o centro de distribuição, de onde partem as carretas que seguem para supermercados e para os clientes.
Leoncini disse que o objetivo é expandir esse tipo de solução com outros lugares e caminhões: “Todos os modelos estão aptos a receber o sistema de automação da Lume, seja um Accelo, um Actros, um Arocs”.
Quanto ao preço o executivo não divulgou valores. Disse, apenas, que depende do projeto, do que o veículo fará e de onde trabalhará. A Ypê adquiriu quatro caminhões autônomos, sendo que um será entregue agora e outros três no início do ano que vem, com possibilidade de expandir para vinte unidades dentro da fábrica.
Eletrificação – Durante a Fenatran também foi apresentado o e-Actros, que possui autonomia de 250 a 400 quilômetros, a depender do tamanho do conjunto de baterias: “Trouxemos o e-Actros para o Brasil para criar uma discussão sobre a infraestrutura no País. Ele está disponível, é um produto vendido na Europa e se tiver alguém interessado nós venderemos”.
Karin Rådström, responsável pela marca na Europa e na América do Sul, disse que a infraestrutura para elétricos é muito necessária, o que ela acredita que demorará algum tempo, ainda, para ser algo habitual: “Se houver incentivo fará ainda mais sentido para o nosso cliente. E se quisermos ter sucesso com alguma tecnologia precisamos ter sucesso no Brasil”.
Leoncini exemplificou que o ideal para esse modelo de caminhão elétrico é que ele seja usado para distribuição interurbana, por exemplo, para fazer um trajeto de São Paulo a Campinas, Limeira ou Santos, por exemplo. Na Europa é usado para distribuição de supermercados.
Na Europa custa duas vezes e meia o valor do caminhão a diesel.