São Paulo – Tenho a certeza de que você, caro leitor, já se perguntou o porquê de a Volkswagen não ter adotado o nome de Gol, ou Novo Gol, no seu novo carro de entrada, o Polo Track. Pois a resposta da companhia é simples e direta: porque não é um Gol, é um Polo.
A Volkswagen pretende deixar isto – que o Polo Track é um Polo e não um Gol – claro para todos os brasileiros, clientes e não clientes. É um Polo porque não é mais fabricado sobre a plataforma PQ24, mas sobre a MQB, a mais moderna do grupo antes da criação de sua equivalente elétrica, a MEB. Porque tem cara e mecânica de Polo, embora traga algumas modificações com relação a outros modelos. E porque o Gol é passado para a companhia.
Foi em novembro de 2021 que o então CEO da operação local da Volkswagen, Pablo Di Si, sinalizou: o Gol seria história, como são Fusca e Brasília, dois outros veículos icônicos produzidos pela VW brasileira. Com as mudanças de legislação que trouxeram obrigatoriedade de mais itens de segurança ficou inviável seguir com o Gol no mercado, bem como manter os preços baixos como no passado. Assim sendo sempre vinha aquele questionamento do consumidor brasileiro: estou pagando R$ 80 mil em um Gol?
Pois o cliente, agora, pagará R$ 80 mil em um Polo de entrada. O Polo Track estreia no mercado com o mesmo preço da versão equivalente do aposentado Gol mas com mais segurança, com os aços e estrutura reforçados, com tecnologias como o assistente de partida em rampa, e o mesmo motor MPI 1.0 aspirado acoplado ao câmbio manual de cinco velocidades.
Sua versão é única, com ar-condicionado de série e o rádio Media Plus II, sem o VW Play: mais adiante a VW admite comercializar uma opção sem rádio, atendendo a pedidos de frotistas, um de seu público-alvo e voraz cliente do antigo Gol. No ano passado foram licenciados 72,6 mil Gol, a maior parte para locadoras e frotistas.
Aposentando o Gol e chamando o seu novo modelo de entrada de Polo Track a Volkswagen consegue comunicar com mais clareza essa virada de página e entrada em uma nova fase. Seus departamentos de marketing e comercial foram nessa linha ao criar a Last Edition, versão de despedida do Gol, e a First Edition, a de chegada do Polo Track. O fim e o começo de uma era.
Com a passagem de bastão, e o retorno à lucratividade, a Volkswagen trilha agora seu caminho para o futuro. São quinze lançamentos até 2015, em investimento que supera os R$ 7 bilhões na região. Resta saber se o Polo Track terá a mesma aceitação de mercado do Gol, uma resposta que já poderemos ter em alguns meses, pois seus licenciamentos não serão somados aos das demais versões do Polo.