São Paulo – A Argentina, por muito tempo o principal destino das motocicletas exportadas desde o Brasil, perdeu o posto para a Colômbia no primeiro quadrimestre do ano. O mercado colombiano comprou 5,1 mil motocicletas de janeiro a abril, o equivalente a 27,7% das vendas externas. No mesmo período do ano passado havia encomendado 3,4 mil ou 21,7% do total.
A Argentina, que passou a ocupar a segunda colocação, até então pertencente à Colômbia, adquiriu 5 mil unidades, correspondente a 27,2% do total. Nos primeiros quatro meses de 2022 4,2 mil motos lhe conferiam fatia de 26,8% das exportações e o título de maior comprador deste produto brasileiro.
Ao manter a terceira posição os Estados Unidos diminuíram o volume de encomendas, passando de 3,7 mil ou 23,6% do total de janeiro a abril do ano passado, para 2,5 mil no mesmo período deste ano, o que reduziu sua fatia em dez pontos porcentuais, para 13,6%.
Os dados são da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, e foram divulgados na terça-feira, 16, junto com o balanço do quadrimestre.
O presidente da entidade, Marcos Antônio Bento, assinalou que o mercado exportador sempre é desafiador para o segmento de duas rodas: “A Argentina já foi nosso maior parceiro comercial, hoje é a Colômbia. Os fabricantes têm intensificado o esforço para aumentar o leque de países. Exportamos para cerca de quarenta países, com destaque para Estados Unidos, Canadá e Austrália, mercados importantes e exigentes, além de América Latina”.
De janeiro a abril foram embarcadas 13,9 mil motocicletas, 4,1% a menos do que no mesmo período de 2022, com 14,5 mil. Em abril as 3,6 mil unidades ficaram 7,3% abaixo do volume do quarto mês no ano passado. Ante março, porém, houve avanço de 30,1%. As posições dos principais parceiros comerciais foram mantidas no mês passado.
Bento atribuiu os resultados à concorrência desleal em alguns países devido à tecnologia das motocicletas, o que diverge a depender da localidade e da respectiva legislação: “Nossos produtos são de referência global em termos de emissão mas, em alguns países da América do Sul, a legislação permite que tenhamos concorrentes com tecnologia inferior”.
Segundo o dirigente a Abraciclo tem realizado esforços a fim de ampliar sua participação de mercado: “Temos conversado com o governo federal para que seja possível a harmonização de legislação de emissão no continente e, desta forma, ampliar os negócios com países da região”.
Para 2023 a expectativa da entidade é a de exportar 59 mil motocicletas, quantidade 6,6% superior à do ano passado, 55,3 mil.