Apesar do bom desempenho do México, demais parceiros reduziram demanda
São Paulo – Foram embarcados, em agosto, 34,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 13,8% maior do que em julho, 30,3 mil unidades. Esta reação foi puxada, em grande parte, por demandas do México, hoje principal destino das exportações brasileiras, com 31% do total.
É o que apontam os dados da Anfavea referentes às exportações automotivas divulgados na terça-feira, 5. Segundo o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, foi retomado um bom patamar de negócios, similar aos dos demais meses do ano, que teve como pico março e maio, com 44 mil unidades cada.
Quando comparado, porém, o desempenho ao mesmo mês no ano passado, em que as vendas externas alcançaram 46,8 mil unidades, houve recuo de 26,2%. No acumulado do ano o volume de 292,1 mil unidades também está 12,8% abaixo do mesmo período em 2022, quando foram exportados 335 mil veículos.
O presidente Lima Leite afirmou que os dados acendem sinal de alerta pelo fato de que, no ano passado, havia problema para se produzir diante da escassez de componentes, principalmente semicondutores, o que hoje não prejudica mais as linhas de produção na mesma intensidade mas, ainda assim, os embarques estão menores.
“O País está perdendo competitividade no nosso quintal, que é a América Latina, responsável pelo grosso das nossas exportações. Percebemos que esses países estão recebendo grande quantidade de produtos chineses e asiáticos.”
Mais: os mercados da Colômbia e do Chile, que respondem por 10% e 6% deste mercado externo, respectivamente, caíram, em média, 30%, o que prejudicou sobremaneira as exportações: “O Chile vinha crescendo bastante e chegou a ser o segundo mercado de automóveis da América Latina. Agora ele perde espaço nas exportações e no mercado interno”.
Leite citou que o México tem recebido investimentos muito expressivos nos últimos anos e que, nos últimos meses, principalmente da China e de outros países asiáticos. E que, devido ao acordo de livre comércio com o Brasil, há impacto importante para as vendas brasileiras.
Em valores os embarques renderam US$ 976 milhões em agosto, 6,5% a menos do que em agosto do ano passado, US$ 1 bilhão 44 milhões, e 1,9% a menos do que o valor de julho, US$ 995 milhões. No acumulado do ano, no entanto, os US$ 7,7 bilhões estão 13,1% acima dos oito primeiros meses de 2023.