São Paulo – Ao divulgar linhas importantes de financiamento para o setor industrial, com juros reduzidos, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu a criação de uma espécie de Plano Safra para a indústria, nos moldes do planejamento anual que o governo faz com o agronegócio. Ele discursou na sede da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na quinta-feira, 25, em São Paulo.
Mercadante abriu sua fala com um questionamento: “Queremos ter uma indústria no Brasil? Nós precisamos voltar a ter um plano nacional industrializante, inovador e de desenvolvimento. Nós não seremos uma nação desenvolvida sem indústria: é ela que gera valor agregado, tecnologia, inovação, emprego qualificado e pesquisa”.
A seguir o presidente do BNDES divulgou linhas de financiamento, com juros equalizados pelo banco de fomento, destinada ao setor industrial. Só para inovação serão R$ 40 bilhões, dos quais R$ 20 bilhões ofertados pelo BNDES com taxa de juros de 1,7% ao ano e outros R$ 20 bilhões em projetos em parceria com a Finep: “Quem quiser investir em inovação pode bater na porta do BNDES”.
Outras duas linhas, de R$ 2 bilhões cada, são para a exportação da indústria em moldes similares aos divulgados recentemente para o agronegócio: 7,5% ao ano, por até dez anos, com dois anos de carência.
Ele ainda propôs a criação de outros mecanismos, como letras de crédito destinada ao setor industrial: “Se existe para o agronegócio e para o setor imobiliário por que não para a indústria?”.
Com relação ao agronegócio Mercadante disse que boa parte dos recursos liberados pelo banco para o setor acabam beneficiando a indústria, pois são para a aquisição de maquinário.
Mercadante participou da abertura do Dia da Indústria, evento organizado pela Fiesp para celebrar a data e para tentar acelerar as políticas de reindustrialização que o governo pretende para o Brasil. O presidente do BNDES disse que o banco está do lado da indústria: “Estamos inaugurando uma nova era para a indústria e o BNDES está com vocês”.