São Paulo – As indústrias do setor automotivo destacaram-se no ranking de registros de patentes de invenções por empresas do setor privado localizadas no Brasil no ano passado. O posto mais alto registrou empate da Stellantis, com 58 registros — o que a colocou como terceira na lista geral que elencou cinquenta nomes –, e Randon, com o mesmo número de depósitos, quando somados os 43 pleitos do Instituto Hercílio Randon, que renderam, sozinhos, o quinto lugar, e os quinze da Randoncorp, na quadragésima posição.
Em 2022 a Randon ingressou com 38 solicitações, o que a colocaria na quinta posição, à frente da Marcopolo, com 36, que não constou na lista de 2023. Isoladamente o Instituto Hercílio Randon ocupou o décimo-oitavo lugar, com 24 pedidos, e a Randoncorp o trigésimo-sexto, com catorze. A Stellantis realizou 31 depósitos, o que lhe rendeu o oitavo lugar do ranking.
A reportagem somou as solicitações de títulos de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade porque, embora os registros advenham de CNPJs distintos, a Randoncorp é mantenedora do Instituto Hercílio Randon e o que for desenvolvido pela entidade será aplicado nas empresas do grupo. A empresa apenas assentiu a somatória, mas optou por não comentar sobre a lista neste momento.
A Stellantis avaliou que esse movimento reflete o avanço da companhia para tornar-se uma empresa de tecnologia de mobilidade: “Este resultado traduz a essência da nossa engenharia de desenvolvimento na América Latina, onde mais de 2 mil engenheiros e projetistas buscam diariamente, com muita dedicação e criatividade, as melhores soluções técnicas para os nossos clientes”, disse Toshizaemom Noce, gerente de engenharia avançada da Stellantis.
O pódio foi fechado pela CNH Industrial, que ocupou a sexta colocação geral, com quarenta pedidos – em 2022 estava em décimo-terceiro lugar, com 28. De acordo com Artur Schaal, gerente de propriedade intelectual para a América Latina, a empresa possui mais de 1,6 mil patentes ativas no País: “A cultura de inovação vem sendo trabalhada há mais de dez anos e temos colhido resultados. Muito além das máquinas vendemos soluções tecnológicas para entregar o melhor para os nossos clientes e para o mercado”.
A Robert Bosch ficou em oitavo lugar, com 38 solicitações, frente a trinta do ano anterior, o que a havia posicionado anteriormente como a décima maior requerente de patentes. A WEG ocupou o vigésimo-segundo lugar, com 23 pedidos, oito a mais do que em 2022, que tinha rendido a trigésima-quarta posição.
A Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu registrou catorze pleitos e ficou no quadragésimo-terceiro lugar. No ano anterior apareceu em dois registros que, somados, chegam a 29 registros, o que a colocaria em décimo-primeiro, empatada com a UFES, Universidade Federal do Espírito Santo – a maioria das solicitações, a propósito, são geradas por universidades.
A Stara Indústria de Implementos Agrícolas solicitou treze pedidos de patentes no ano passado e ocupou a quadragésima-sexta posição no ranking. Em 2022 fizera 23 depósitos, o que a deixou em décimo-nono lugar.
De acordo com o INPI as solicitações de patentes ficam dezoito meses em sigilo, a partir do depósito inicial, e depois são publicados, ficando disponíveis para a sociedade durante todo o período restante de tramitação do processo. Ao todo, em 2023, foram realizados 25 mil 367 depósitos de patentes de invenções no País.