São Paulo – As novas gerações de consumidores têm demonstrado maior preocupação com sustentabilidade quando o assunto é a compra de um carro 0 KM. Os chamados millenials, nascidos de 1981 a 1995, ou seja, que têm de 28 a 42 anos, dão mais valor a veículos que sejam mais amigos do meio ambiente. Para 87% deles essa é uma prioridade, enquanto que para a geração X, ou seja, pessoas nascidas de 1965 a 1980, que têm de 43 a 58 anos, o porcentual cai para 78%. Para os baby boomers, que nasceram de 1945 a 1964, e portanto têm de 59 a 78 anos, vai a 76%.
É o que aponta pesquisa sobre o ecossistema automotivo realizada pela Zebra Technologies em âmbito global, em que foram entrevistadas 1,3 mil pessoas, tomadoras de decisão, gerentes de frota e consumidores. O estudo foi divulgado em primeira mão para a Agência AutoData.
Ao considerar apenas as respostas de participantes da América Latina o estudo mostra que na região esta preocupação é prioritária. Oito de cada dez respondentes que moram no Brasil, na Argentina e no México assinalaram que sustentabilidade e respeito ao meio-ambiente são prioridades-chave em suas decisões de compra, assim como no leasing de veículos. Junto a gerentes de frota o porcentual é ainda maior e chega a 87%.
Embora 72% das montadoras reconheçam que os consumidores esperam opções de veículos não só mais sustentáveis como também personalizadas, seis de cada dez das instaladas na região admitem que é difícil acompanhar as crescentes demandas por customização. Para 79% dos consumidores, no entanto, as opções individualizadas influenciam a decisão de compra do veículo, porcentual que sobe a 87% quando o grupo é de gerentes de frota.
Quanto à compra ou à locação de um veículo, 81% dos consumidores e 86% dos gestores de frota indicam que desejam saber a origem de seus materiais e peças. Na América Latina os números chegam a 89% dos consumidores e a 85% dos gestores de frota. Da mesma forma 80% dos consumidores latino-americanos também expressam preocupação com o uso de dados coletados em seus veículos.
Em geral sete em cada dez gerentes da indústria automotiva concordam que a transformação digital é prioridade estratégica para sua organização. Nos próximos cinco anos, na região, planejam expandir o uso da tecnologia sendo 48% focados em manufatura aditiva e impressão 3D e 37% em soluções de planejamento da cadeia de suprimentos. Globalmente estes porcentuais são de 45% e 46%, respectivamente.
Como resultado desta demanda 75% das montadoras reconhecem que uma das prioridades é estabelecer parcerias estratégicas com empresas de tecnologia para sua próxima geração de produção.
Transparência é palavra de ordem daqui para frente
Segundo Rodrigo Serafim, gerente de parceiros da Zebra Technologies no Brasil, os consumidores exigem cada vez mais transparência. Eles querem saber quais são os produtos utilizados na composição do carro, se esses materiais têm origem sustentável, e entender como o carro foi produzido do início ao fim.
“Esta é uma indagação muito mais evidente entre os millennials, em que oito a cada dez se preocupam com essa causa. Para geração X e baby boomers o número cai para sete em dez.”
Com relação à preocupação de saber se a fonte dos materiais é sustentável 84% dos millenials a têm, e 78% na geração X e 77% dos baby boomers também a compartilham. Quanto a entender como esse veículo é produzido quase 90% dos millenials possuem essa curiosidade, porcentuais que caem para 76% na geração X e 72% nos baby boomers.
Serafim ressaltou que o consumidor deseja personalizar o carro, compactuando com o que pensa, e da mesma maneira precisam estar alinhados também o material usado, a tecnologia embarcada, o que traz o computador de bordo, quais sensores possui, e não somente o automóvel em si.
“A sustentabilidade está muito inserida e discutida na sociedade, o que a tem colocado no centro das decisões corporativas. Frente a isto as empresas produtoras estão empenhadas em trazer cada vez mais este tipo de informação, estão entendendo que existe uma tendência do consumidor de priorizá-la. Também preocupam-se com a adequação ambiental, se o veículo emite menos poluentes, qual a forma de propulsão.”
A cada dez tomadores de decisão das montadoras oito possuem como prioridade a sustentabilidade de emissões, processos e pessoas, ou seja, os três pilares do ESG.