Cinquenta chassis serão entregues às encarroçadoras até o fim do ano
São Bernardo do Campo, SP – Os 25 primeiros chassis elétricos de ônibus Mercedes-Benz eO500U estão nas encarroçadoras Caio e Marcopolo para que, em janeiro, comecem a circular na cidade de São Paulo, onde integrarão a frota de três operadoras. Outros 25 serão produzidos até o fim do ano para a Metrópole Paulista, que adquiriu quarenta unidades, a MobiBrasil, oito, e a Sambaíba, duas, de um primeiro lote. Segundo Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, há expectativa de aquisição de mais 450 unidades por estas empresas, dentro do programa de renovação da frota paulistana.
A Prefeitura de São Paulo tem como objetivo comprar 2,4 mil ônibus elétricos até o ano que vem e dispõe de R$ 5 milhões 750 mil em crédito para os os operadores, em linhas oferecidas pelo BID, BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, e ainda se propõe a pagar a diferença de preço do chassi diesel para seu equivalente elétrico. A oferta chegou em boa hora para a Mercedes-Benz, que em 2018 decidiu investir no chassi elétrico e, após cinco anos, prazo alongado em virtude da pandemia, enfim começou a produzir em São Bernardo do Campo, SP.
A fábrica de chassis, atualizada com tecnologias da indústria 4.0, produz modelos de diversos portes e tecnologias. Micro, padron, articulados, com motor dianteiro ou traseiro, saem da mesma linha, embora existam estações que fazem pré-montagens de sistemas específicos em paralelo.
É o caso do eO500U, que tem todo o sistema de baterias montado em uma área separada, onde apenas seiscentas pessoas treinadas para a sua produção podem trabalhar. As baterias são fornecidas pela BorgWarner, que as produz em Piracicaba, SP, e são integradas ao sistema na unidade do ABC em processo que leva em torno de metade de um turno. Após montados os sistemas são levados à linha de montagem principal, onde são integrados aos chassis de passam pelo processo de montagem normal. Sua energização é feita após a produção.
“O Brasil é centro global de produção de chassis de ônibus. Na fábrica são produzidos chassis para mais de quarenta países e em torno de 40% do volume é exportado”, disse Sérgio Magalhães, diretor geral de ônibus para a América Latina. “Desenvolvemos quarenta novos fornecedores para o ônibus elétrico e conseguimos atender às exigências mínimas de conteúdo local para atender à linha Finame Baixo Carbono e para conseguir o certificado de origem e exportar.”
A autonomia do ônibus chega a 250 quilômetros em uso intensivo, com ar-condicionado ligado, segundo Mike Munhato, gerente de desenvolvimento de negócios de eletromobilidade. Há a possibilidade de instalar um sexto pack de baterias, o que elevaria a autonomia para 300 quilômetros.
O sistema de ar-condicionado, diferentemente dos ônibus a diesel que são instalados por encarroçadoras, foi desenvolvido e pela Mercedes-Benz e é colocado no chassi, de forma a integrar o sistema de eletrificação. Assim, de acordo com Munhato, é possível ter mais eficiência. As baterias têm oito anos de garantia e o executivo afirmou que podem ser usadas por dez a doze anos.
Após as entregas em São Paulo a Mercedes-Benz pretende ampliar a oferta para outras cidades. Segundo Barbosa metrópoles e capitais são cidades candidatas a comprar o ônibus elétrico. Há também plano de exportação em andamento.