Fabricante começa a vender no Brasil o seu mais sofisticado veículo a gasolina híbrido leve
Indaiatuba, SP – Até que ponto pode chegar a expressão superluxo em um automóvel? No caso da BMW o máximo da sofisticação em conforto e tecnologia são expressados por todos os modelos cujo nome termina com o número 7. É o caso do X7, seu mais luxuoso e caro SUV com motor a gasolina e sistema híbrido leve, que começa a ser vendido este mês no Brasil por R$ 1 milhão 155 mil – é o segundo BMW mais caro à venda no País: só perde para o sedã elétrico i7, que custa quase R$ 1,3 milhão.
Foi encomendado inicialmente um lote de cinquenta unidades do X7 para o mercado brasileiro, que vem importado dos Estados Unidos, onde o SUV é produzido em Spartanburg, Carolina do Sul.
“Alguns já chegaram para iniciarmos a distribuição aos concessionários e um lote maior deve chegar até 27 de dezembro”, contou a diretora de vendas Michele Menchini. “Portanto são carros que só serão emplacados em 2024.”
O X7 faz parte da ofensiva de lançamentos de modelos superpremium da BMW no mercado brasileiro. O avantajado SUV de sete lugares chega na esteira dos elétricos iX e i7, os outros dois BMW com preços acima de R$ 1 milhão.
Vanguarda tecnológica
Tiago Yoshitake, gerente de produto e preço, destacou que o X7 está na fronteira tecnológica da marca: “A linha 7 representa a vanguarda de inovações e avanços tecnológicos da BMW, que depois de adotados no topo da gama vão descendo para os demais modelos”.
Yoshitake disse que a BMW ficou alguns anos sem vender o modelo no Brasil, que agora volta completamente renovado. A empresa optou por importar apenas uma versão topo de linha M60i, com pegada esportiva, equipada com motor a gasolina turbo V8 de 530 cv e cavalar torque máximo de 750 Nm com transmissão automática de oito velocidades, que leva o carro à velocidade máxima de 250 km/h.
O X7 tem tração integral automática e sistema start-stop híbrido leve MHEV, que substitui o alternador por um pequeno motor elétrico que impulsiona o veículo nas arrancadas, para economizar combustível. Completa o conjunto a suspensão ajustável, que regula a altura de acordo com a necessidade e modo de condução do veículo.
Pelas medições do Inmetro o SUV foi classificado com a letra E, a pior eficiência energética possível, mas apesar de seu tamanho e peso avantajados, graças a hibridização leve, o consumo urbano é de 15 km/l, melhor do que muitos modelos compactos, e na estrada, com menos ajuda do sistema MHEV, a aferição apontou 12 km/l.
No exterior o X7 expressa a nova identidade visual da BMW, com a grade frontal do tradicional duplo-rim iluminada e luzes auxiliares afiladas como pestanas sobre os faróis, para transmitir esportividade. As lanternas traseiras trazem a assinatura luminosa com o nome BMW. Nas laterais o SUV estende um tapete luminoso [carpet lights] para os ocupantes entrarem. Complementam o visual robusto as todas de liga leve de 22 polegadas.
Superluxo interior
Com elementos que lembram o superluxo inglês dos Rolls-Royce – também uma marca do Grupo BMW – no interior há profusão de revestimentos em couro e todos os bancos têm ajuste elétrico, incluindo até o rebatimento dos dois assentos da terceira fileira que podem ser acionados para levar mais dois passageiros. O ar-condicionado é independente para garantir refresco a todos os ocupantes. O teto panorâmico é iluminado por LEDs.
O painel de fibra de carbono acomoda em uma única peça duas telas TFT de ultra-alta-definição, uma em frente ao motorista com o quadro de instrumentos 100% digital e outra ao centro, sensível ao toque, que reúne todos os controles e comandos do X7.
O sistema operacional 8.5 da BMW já foi atualizado duas vezes este ano e pode rodar aplicativos de terceiros, como o navegador Waze, por exemplo. E para aqueles que quiserem ouvir música com alta fidelidade o sistema de som Bowers&Wilkins de 1,5 mil watts tem vinte alto-falantes.
Na pista
A BMW apresentou o novo X7 na pista do Autódromo Capuava, em Indaiatuba, SP. Apesar de grande e alto o motor V8 assegura potência na medida para garantir acelerações muito rápidas, pois existem sob o capô bem-dispostos 530 cavalos, mas todos eles bastante silenciosos e quase não se ouve seu ruído na cabine.
O SUV acelera tão rápido quanto freia e tem comportamento bastante estável nas curvas fechadas. A suspensão ajustável e a tração integral ajudam a garantir estabilidade, a direção elétrica é precisa, mas o centro de gravidade alto torna inescapável o balanço lateral acentuado do motorista e ocupantes nas curvas mais rápidas.
Contudo, sem abusos ao volante, o comportamento dinâmico do X7 é dócil, de carro de patrão para ser conduzido por um motorista cuidadoso, mas se quiser acelerar a resposta é rápida. Os assentos são confortáveis, há espaço interno de sobra, dá para passar algumas horas lá dentro sem incômodo.
Ainda que não faça grande diferença para clientes deste nível de caixa, a BMW, o X7 será entregue com um par de malas Rimowa e plano de manutenção, que cobre os gastos nas revisões programadas por três anos ou 40 mil quilômetros. Este último benefício será estendido a toda linha de novos produtos BMW.