Projeto da CBMM tem parceria com VW Caminhões e Ônibus e Toshiba
Araxá, MG – Recarga completa de um ônibus a bateria em 10 minutos. É o que promete o projeto apresentado por Volkswagen Caminhões e Ônibus, CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, e Toshiba na quarta-feira, 19, na sede da mineradora, com a substituição de grafite por nióbio na composição da bateria de íon lítio utilizada no veículo.
Ainda em fase protótipo o e-Volksbus com a bateria SCiNb, produzida pela Toshiba, começou a circular na operação da CBMM para uma etapa final de testes, na qual ele será monitorado pelas empresas para, dentre outras coisas, confirmar os resultados da etapa de desenvolvimento, avaliar o desempenho em operação real e confirmar a durabilidade da bateria. Após um período de cerca de doze meses os dados serão analisados e o teste prossegue e avança para uma nova etapa.
Roberto Cortes, presidente e CEO da VW Caminhões e Ônibus, estimou para daqui a quatro anos a viabilidade comercial do e-Volksbus com a bateria com nióbio: “É o tempo médio do desenvolvimento. O caminhão e-Delivery iniciou em 2017 para chegar ao mercado em 2021 e o e-Volksbus com bateria de lítio em 2021 e chegará no segundo semestre”.
O nióbio
Abundante no Brasil, onde é explorado e manipulado pela CBMM, o óxido de nióbio aplicado na bateria amplia em até 35% sua densidade energética comparada às baterias de íon de lítio comuns mais avançadas, de acordo com Rafael Mesquita, CTO da mineradora.
A solução permite autonomia de até 60 quilômetros e a recarga completa em até 10 minutos, criando a condição de se estabelecer a recarga de oportunidade, sem necessidade de criar enorme infraestrutura. Como exemplificou Rodrigo Chaves, CTO da VWCO, o mesmo carregador enche a bateria NTO, com o nióbio, de dez ônibus no mesmo período de tempo em que apenas um de LFP, as tradicionais de íon lítio, é carregado.
“O operador economiza na infraestrutura, pois o processo demanda menos carregadores”, disse Chaves. “Basta instalar um pantógrafo no ponto final do ônibus e carregar no fim do seu percurso.”
O pantógrafo é aquele carregador instalado no alto, que carrega a bateria pelo teto da carroceria. O exemplar em operação na CBMM tem 300kW, mas já existem com maior potência. A VWCO estima custos até 50% menores, incluindo a possibilidade de operadores investirem em carregadores em conjunto para instalar em terminais de ônibus, por exemplo. A infraestrutura pode sair da garagem com a solução.
A intenção da CBMM é ampliar o escopo do teste com mais unidades de ônibus no médio prazo.
O e-Volksbus
O ônibus que circula nas dependências da CBMM foi produzido em Resende, RJ, e tem carroceria Comil. Passado o teste será mais uma opção na linha e-Volksbus, que será oficialmente lançada nas próximas semanas.
A produção modular permite a instalação de quatro ou seis packs de bateria, das LFO ou NTO, e chassis de 9 a 23 metros de comprimento.