São Paulo – Ao longo do ano passado pneus de carga importados entraram no mercado brasileiro ao custo médio de US$ 2,90 o quilo. No mercado internacional o mesmo item foi comercializado por US$ 4,20, o que significa que o produto ingressou com preço até 69% menor. Foi o que apontou estudo realizado pela LCA Consultoria Econômica a pedido da Anip, associação que representa a indústria nacional de pneus.
O levantamento identificou também o custo do pneu de carga em mercados de referência como Estados Unidos, em que o quilo custava US$ 4,40, no México, a R$ 4,50 e na França, a R$ 5,30.
E o mesmo ocorreu com os preços dos pneus de passeio. Quando, no Brasil, o custo, no ano passado, foi de US$ 3,20 o quilo, internacionalmente ele foi vendido por US$ 5,70, quase o mesmo valor dos Estados Unidos, US$ 5,80. Na França chegou a US$ 6,50.
O presidente da Anip, Klaus Müller, apontou que de 2021 a 2023 as localidades utilizadas no comparativo levantaram barreiras tarifárias. No caso dos Estados Unidos foi concluído processo para o estabelecimento de medidas compensatórias contra importações chinesas em 2022, estabelecendo taxas de 25% a 125%:
“Em abril de 2020 o país já havia renovado o antidumping contra as importações chinesas, estabelecendo taxa de 76,5%. Após as medidas as importações de pneus de carga e de passeio da China encolheram 30,5% frente ao verificado em 2022”.
Para reestabelecer o equilíbrio do mercado e garantir condições isonômicas a Anip pleiteou a elevação transitória da Tarifa Externa Comum de 16% para 35% para pneus de passeio e de carga, pelo prazo de 24 meses. A entidade garante que o cenário afeta diretamente os empregos do setor.
“Hoje temos 2,5 mil trabalhadores parados aguardando para voltarem aos seus postos de trabalho, e o temor é que isso possa não acontecer”, disse Müller, referindo-se a volume de profissionais que representam quase 8% do efetivo do setor no Brasil, que emprega diretamente 32 mil funcionários.